༺ 19 ༻

328 25 54
                                    

Kyra
༺ ❀ ༻

Acordei me dando conta que não estava em minha cama, olhei pela a  janela vendo que ainda era noite, Crystal dormia profundamente do meu lado, fiquei um tempo a observando dormir, parecia estar em um sono tranquilo, não cansava de olhar para ela, suas feições eram tão meigas. Respirei fundo, acariciando seu rosto com cuidado para não acordá-la, mesmo assim ela se mexe um pouquinho e suspira, mas não acorda.
Olhei para aquele céu escuro sem estrelas pela a janela, da cama de Crystal tinha uma visão privilegiada, comparada da minha, me voltei de novo para a garota que dormia tão tranquila, em pensar que agora poderia estar aqui sem ela, por um desentendimento idiota que eu provoquei, por uma insegurança minha.

Beatriz estava certa quando disse que teria que passar por cima disso, desse medo de passar pelo o que já tinha passado, acho que de certa forma me acostumei a esperar algo de ruim acontecer, se você não criar expectativas, você não se decepciona.
Mas agora, aqui pensando, isso não cabia aqui, Crys não me machucaria assim.

Era impressionante como em poucos dias ela entrou em minha vida, de tal maneira, que agora já me parecia doloroso demais me imaginar sem ela.

— Já está acordada? – ouvi sua voz em de sono baixinha, passou as costas da mão no olho. — Já é de manhã?

Sorri, voltando a passar meus dedos em seu cabelo — Não, pode voltar a dormir

— Está sem sono?

— Só tô pensando um pouco.

— Quer conversar sobre? – diz como se daqui a alguns segundos não voltasse a dormir.

Balancei a cabeça em um sinal de não — Você está com sono.

— Não tô nada, juro! – boceja.

— Hum hum… acredito! – estreitei os olhos. — Não quer deitar mais perto não?

— Mais? Só se fosse em cima de você – sorriu.

— Hum… – estalei a língua — Não seria uma má idei… Ei!? – sinto um tapinha em meu ombro.

— Você sempre leva as coisas em segundas intenções – faz beicinho.

— Desculpe senhorita, minha mente é fértil às vezes – dou de ombros.

— Sei… às vezes – diz aconchegando sua cabeça em meu ombro, suspirou.

— Teu sono coelhinha, também se foi?

— Mais ou menos – levantou a cabeça para me olhar — O que você disse… sobre querer que a gente dê certo… era sério?

— Sim! – suspiro, alisando a pele de seu braço — Tudo que disse, é verdade.

— Se quisermos que isso aconteça, temos que aprender a se abrir uma com a outra – me olhava com atenção.

Digo que sim com a cabeça, peguei em sua mão — Eu sei… podemos fazer isso! – sorri, ela balançou a cabeça em positivo.



7:15 da manhã


Assim que entramos na cantina, já fomos recebidas por olhares curiosos, a maioria continuaram suas conversas, mais não disfarçaram seus olhares, e eu já tinha uma noção do que seja, já estava de saco cheio de ouvir o que falam nos corredores, só faltava sair no jornal do colégio.

(Nem) Todos os Clichês São IguaisOnde histórias criam vida. Descubra agora