Este ano

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Draco ainda acha difícil acreditar às vezes em como a vida se desenrolou para ele. Há mais de trinta anos, ele corria pelo mesmo quintal com os pavões de seus pais. Era a única hora em que se sentia seguro e amado. São algumas das únicas memórias felizes de sua infância, e na época ele desejava e sonhava em poder fugir um dia. Um dia ele fugiria para Londres e começaria uma vida completamente nova lá. Ele deixaria esta casa, e sua família com ela, para trás e nunca mais olharia para trás. No entanto, aqui está ele, com quarenta anos, com um marido e filhos, morando na exata casa da qual um dia desejou fugir. Tinha sido o lugar mais frio e vazio que ele já conheceu, mas agora ele mal pode esperar para voltar para casa do trabalho e retornar a ela. Ao marido. Seus filhos. Ele é feliz aqui, e às vezes ainda é difícil acreditar, porque ele não achava que seria verdadeiramente feliz. Ele não achava que merecia, porque foi isso que lhe disseram quando criança. Então, às vezes ele ainda tem que se beliscar, apenas para perceber que sim, isso é real. Não é mais apenas um sonho.

Ele não precisa se beliscar agora, no entanto, porque certamente a bola de neve que atinge seu rosto é prova suficiente de que isso não é um sonho. Ele olha para cima, apenas para encontrar Remus se desculpando timidamente por ter acertado James, que se abaixa para evitar isso. Draco não pode deixar de rir, porque eles têm sessenta anos agora, mas James, Regulus, Lily, Sirius e Remus estão correndo pelo quintal, rindo e dando risadinhas como crianças pequenas, jogando bolas de neve uns nos outros. E então há os meninos, cuidadosamente puxando a irmãzinha pelo quintal em seu novo trenó. Draco está prestes a entrar em casa para pegar seu celular para tirar uma foto para Harry, que está se sentindo mal a manhã toda e que subiu para tirar uma soneca há algum tempo. Mas, quando Draco está prestes a se virar, Harry aparece ao seu lado, com o rosto corado e um sorriso secreto no rosto.

"Você está se sentindo melhor?" Draco pergunta, mas Harry apenas assente, o sorriso em seu rosto crescendo e suas bochechas ficando mais coradas. "O que foi?" Draco ri, sentindo que de alguma forma está perdendo alguma piada.

Harry lhe dá um beijo antes de se colocar na frente de Draco e se acomodar em seu abraço. Eles observam sua família por um momento em um silêncio pacífico, até que Harry pega as mãos de Draco, que estavam descansando em seu peito, e as move para baixo em direção à sua barriga. Draco parece não entender por um longo tempo, até que finalmente Harry pode ouvir sua rápida inspiração.

"Não..." Draco sussurra, mas quando Harry se vira em seus braços e vê o sorriso orgulhoso em seu rosto, ele sabe que não entendeu mal. "Você tem certeza? É por isso que você tem estado tão cansado?"

"Sim." Harry assente, sentindo que pode explodir em lágrimas se tentar falar. Sua menininha era seu milagre, e sua família estava completa quando ela nasceu. Eles não achavam que teriam sorte o suficiente para ter outro milagre, então isso realmente é o presente de Natal mais bonito que poderiam ter desejado.

Draco pega Harry em seus braços e o gira antes de puxá-lo para mais perto para beijá-lo novamente. Mas eles não conseguem celebrar por muito tempo, porque uma bola de neve acerta Draco na cabeça, e isso faz com que ele solte Harry. Ele meio que espera que Remus tenha errado de novo, mas um dos meninos está rindo e se escondendo atrás de seu avô.

"Ah, eu vou pegar você por isso!" Draco ri e pega um punhado de neve. Mas antes que ele possa sequer fingir jogá-la, ele é atingido por uma das bolas de neve de Regulus. "É isso. Isso significa guerra!"

Draco sai correndo, pronto para enfiar seu punhado de neve no rosto de seu sogro, e Harry não consegue deixar de rir enquanto os observa. Mas assim que está prestes a se juntar a eles, Lily vem até ele e olha para sua barriga por apenas um segundo antes de olhar para cima para ele.

"Você está radiante", ela aponta, um sorriso sabendo em seu rosto. Harry quase nega, porque é cedo demais para começar a contar para as pessoas. Mas Lily ainda consegue ver direto através dele, então em vez de negar, ele coloca uma mão em sua barriga ainda inexistente e ele assente o mais sutilmente possível para que os outros não percebam.

"Estou tão feliz por você, querido." Lily sorri enquanto envolve os braços ao redor dele para abraçá-lo. "Como você está se sentindo? Você está feliz?"

Harry olha sobre o ombro dela, para sua família - para Draco e as crianças, correndo e jogando bolas de neve uns nos outros, irradiando de orgulho enquanto diz a ela: "Não poderia estar mais feliz."

Notas da tradutora: Fim Pessoal! Obrigado por ler, não esquece de votar!

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