9 de setembro, 2022Os meses voaram como uma águia dentro daquele quarto.
Frank estudou, e em seus estudos aprendeu que seu elemento mais forte era a água, pois a água representava o signo de escorpião. No grimório, estava fortemente delineado que esses indivíduos tendiam a ter emoções mais sensíveis, amorosas e emotivas, e que isso influenciava em suas magias.
De certa maneira, conseguia ver isso em si, e ainda sim, pensava que faria muito mais sentido se escorpião fosse fogo. Esse elemento – fogo – pertencia à Gerard, Mikey havia deixado escapar uma vez que ele era de Áries; Frank imaginou que a descrição fizesse sentido, embora o iritasse: o fogo se dissipa rápido, é incontrolável, é impulsivo, não se dá bem com autoridades; é como uma criança de bom coração que vê o que é certo e errado em seu mundo, e se tiver a chance, deixará tudo queimar em uma bela novidade.
Frank colocou a ponta da caneta contra a bochecha, Gerard seria um ótimo mago, se pudesse ser um.
Estava um pouco longe de fazer coisas fantásticas como conjuração e explosão, embora tivesse aprendido a puxar lençóis, canetas e roupas. No início, as coisas iam na direção oposta, mas então começaram a obedecê-lo, como se a magia estivesse sendo adestrada – como um cachorro – o pensamento lhe ocorreu.
Seus dias ainda chegariam, o grimório era claro em apenas uma coisa, a experiência vinha com o treino, e treinar foi o que ele fez.
Ficou contente quando conseguiu formar uma pequena bola gelatinosa – da bacia de seu quarto – antes de deixá-la cair novamente em um grandioso splash.
A magia ao redor de seus cinco dedos era roxa como os olhos do morcego.
Seria aquela a sua cor ou era algo definido pelo iniciador de forma aleatória? Era tão peculiar e bonito, místico também. Ele gostava.
Não visitou Ray desde aquele dia, estava receoso sobre ter que se matar toda vez que estivesse lá, embora soubesse que não seria mutilado no mundo real. Era estranho e desagradável o suficiente.
Estava bastante ansioso para dizer as palavras mágicas e ter suas dúvidas sanadas. Isso apenas teria que... esperar mais um pouco.
Mikey e Pete apareceram em sua porta um dia, diligentes com sua ausência tão marcante. Disse à eles que estava preparando algo incrível, e fechou a porta antes que eles pudessem retrucar com alguma coisa muito intrusiva; estava se esforçando para surpreendê-los.
Há meses se esforçava no desenho também, a partir de um livro que havia comprado no centro de Sydney há mais de sete anos atrás – antes esquecido em suas coisas, mas agora tão útil – enquanto aperfeiçoava uma série de mágias divertidas em seu quarto.
Tinha uma coisa adorável em mente para uma data especial.
Naquele dia nove, vinte minutos para o dia dez, Timmy e Gerard chegaram.
Frank teria continuado em seu quarto, ouvindo música com seus fones de ouvido em seu pequeno mp3, afundado em sua leitura esotérica, não fossem seus ótimos ouvidos e a voz dele, a voz dele tão, tão doce...
Seu coração desmoronou, da pior e ao mesmo tempo da melhor maneira possível. Seu estômago entortou, e ainda assim apertou os olhos e se levantou.
Desceu em passinhos cuidadosos, os últimos minutos de Sick Child atingiam seus tímpanos cada vez mais sonolentos. No térreo And I Love Her tocou como uma ironia do destino. Tudo na música, era o que ele desejava, mas jamais obteria. Era devastador, e inusitadamente poético.
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my sweet vampire † frerard
RomantizmFrank é filho de um caçador de vampiros. Gerard é um vampiro. Uma história sobre amor e ódio, a passagem do tempo e os problemas de ser um vampiro no século 21.