Marisol
Estamos ofegantes quando chegamos a um restaurante madeirado, uma placa escrita "Sirva-se" em espanhol está tortamente pendurada to topo, as cadeiras e mesas de madeira tem vista ao mar azul e frescante, vários fragueses estão ocupando seus lugares comendo sua refeição, crianças brincam na areia e as ondas misturam-se com a leve música mexicana tocando no ambiente dando uma sensação de lar doce.
— Papá. — Mia grita ao entrar, agora entendo seu sotaque meio pesado — Trouxe uma amiga, olha — ela mostra, seu pai sorri para mim, ele é um homem de cabelos compridos presos em um coque baixo e pele bronzeada, tatuagens cobrem seus braços grandes e acho que ele pode ou não ter dois metros de altura.
— Bem vinda hija. — ele me abraça e eu arregalo os olhos sorrindo o abraçando de volta.
— Obrigada senhor Valquez.
— Ah, sem isso aqui, me chame de Santiago. — ele pisca, Mia me olha orgulhosa.
— Meu pai é muito descolado. — rio achando engraçado e fofo.
— Sou mesmo. — ele bagunça os cabelos dela.
— Papá, só vim avisar que Marisol e eu vamos às compras agora e depois vamos passear um pouco na praia, não fique preocupado está bom? — ergo uma sobrancelha para ela, não sabia que estávamos indo à praia mais logo.
— Divirtam-se e tomem cuidado — seu pai grita mas Mia já está me fazendo subir escadas que parecem que vão cair a medida que nossos passos encontram as mesmas. No segundo andar, vejo uma mini sala e um quarto com duas camas, é tão bonito e aconchegante.
— Vocês moram aqui? — pergunto espreitando pela pequena janela triangular no meio das camas, vejo a costa e algumas pessoas nadando.
— Sim, sei que não se compara a casa onde você provavelmente mora mas meu pai e eu amamos este lugar. — meu coração aperta e eu balanço a cabeça, vivi em uma casa pequena por muitos anos, isto para mim é conhecido, bonito e aconchegante, a mansão onde moro atualmente é grande e bonita de facto mas... vazia.
— Não! Por Deus, isto é maravilhoso, você divide o quarto com seu pai e ele é muito legal! Tudo isso é legal. — eu vejo uma pequena mesa com maquiagens e perfumes e acredito que seja dela. Mia suspira e senta na cama dela.
— Nós moramos aqui desde que minha mãe faleceu. — o sentimento conhecedor aquece meu coração e eu a olho, ela brinca com as unhas enquanto um sorriso doce brilha em seus lábios. — Mamae odiava este lugar, quando ela estava prestes a morrer, disse que se arrepende de ter mudado para casa grande porque aqui ela não perdia o papai.— ela suspira. — Eles moravam aqui antes de eu nascer, quando fugiram do méxico juntos para começar uma vida nova.
— Que romântico!
— Muito. — ela sorri feliz por alguns segundos antes de olhar pela janela. — Mas as águas do mar tiraram a minha mãe de mim e do meu pai, papai quis viver aqui para lembrar sempre dela. — abraço minha amiga porque compartilhamos o mesmo sentimento mesmo que meus pais não tenham se amado até a morte, minha mãe também faleceu.
— Sinto muito.
— Está tudo bem, estou superando e agradecendo a Deus por ter me permitido ficar com ela mesmo que tenha sido por pouco tempo. — assinto porque também estou no mesmo processo. — Mas! Vamos trocar essas calças porque você está me dando calor! — ela abre o pequeno guarda roupa e vasculha até achar um short jeans pequeno.
