Entre Sombras e Chuva

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    Eram exatamente 18h, a tarde caía sobre o subúrbio do Rio de Janeiro quando saí da faculdade, carregando nos ombros o peso das horas de estudo e o cansaço acumulado de uma semana exaustiva. Meu nome é Miguel, e eu era apenas mais um entre os milhões de rostos que se perdiam na multidão da cidade. Vestia-me de forma despretensiosa, uma camiseta surrada e jeans desbotado, tentando me camuflar entre os tantos que cruzavam meu caminho.

    A chuva começou a cair, transformando as ruas em rios de água e os pensamentos em um emaranhado confuso. Enquanto caminhava em direção à parada de ônibus, mergulhei em um mar de reflexões sombrias. Era como se eu fosse uma sombra, observando a vida acontecer ao meu redor sem realmente fazer parte dela. Por vezes, me questionava sobre minha própria existência, sobre o sentido de tudo aquilo que chamamos de vida.

    À medida que me aproximava da parada de ônibus, as gotas de chuva batendo no chão ecoavam minhas próprias incertezas. Meu olhar vagueava pela paisagem urbana, enquanto eu repassava mentalmente os eventos do dia, as conversas superficiais, os sorrisos vazios. Por um instante, senti-me invisível, perdido na imensidão da cidade que nunca dorme.

    Foi então que avistei uma figura solitária se aproximando da parada de ônibus, emergindo das sombras da noite. Um jovem de olhos profundos e expressão intrigante, que parecia carregar consigo segredos e mistérios. Ele era como uma promessa silenciosa de algo diferente, algo que eu ansiava sem compreender. E naquele momento fugaz, sob o manto da chuva e o peso das próprias dúvidas, sabia que nossos caminhos se cruzavam ali, naquela noite chuvosa, sem que eu pudesse prever o que o futuro reservava para nós.

@-ptrmaximoff ♧

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