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    As gotas de chuva batiam ritmicamente contra o vidro da parada de ônibus

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    As gotas de chuva batiam ritmicamente contra o vidro da parada de ônibus. Meus olhos vagavam pela multidão, até que finalmente o vi se aproximando. Seus passos eram decididos, e seus olhos verdes brilhavam sob a aba do boné preto que usava.

    Ele se destacava na paisagem noturna, com suas roupas simples, mas elegante. Uma calça larga branca contrastava com a camisa preta lisa, e um par de sapatos pretos completava o visual. Nosso olhar se encontrou várias vezes, e pude sentir uma conexão inexplicável se formando entre nós.

    Quando o ônibus finalmente apareceu, nos lançamos para dentro dele, ansiosos para escapar da chuva que caía incessantemente. Estava lotado, e só conseguimos encontrar espaço para ficar em pé um ao lado do outro. Apesar da agitação ao nosso redor, eu me sentia estranhamente confortável na presença dele. Cada vez que nossos olhares se encontravam, uma sensação de familiaridade e calor tomava conta de mim.

—Está lotado, não é?— ele comentou, com um toque de divertimento na voz.

—Completamente—, respondi, devolvendo o sorriso. —Parece que teremos que dividir esse espaço apertado por um tempo.

    Ele riu, e o som era contagiante, enchendo o ônibus com uma sensação de leveza. Decidi que era hora de quebrar o gelo de uma forma divertida.

—Você parece ser uma pessoa de sorte—, comecei, com um tom de brincadeira. —Estou prestes a me apresentar, e você tem a honra de ser meu primeiro alvo.

    Ele arqueou uma sobrancelha, claramente intrigado. —Bem, estou ansioso para ver o que você tem a oferecer—, disse ele, jogando-se no jogo.

—Ótimo!— exclamei, fazendo uma pausa dramática. —Meu nome é Miguel, e sou um mestre na arte de encontrar assentos lotados em ônibus.—

    Ele soltou uma risada genuína, sacudindo a cabeça com admiração. —Bem, Miguel, é um prazer conhecê-lo. Sou apenas um mero mortal em busca de um lugar para sentar neste caos.

—Ah, então você também é um aventureiro em busca de um assento confortável!— brinquei. —Parece que temos muito em comum.

    Foi então que, como se por intervenção divina, um casal se levantou de um dos bancos próximos a nós e saiu do ônibus, deixando dois assentos vazios.

—Olha ali!— exclamei, apontando para os assentos recém-liberados. —Nosso refúgio da tempestade!

    Ele sorriu, uma expressão de pura alegria iluminando seu rosto. —Vamos lá antes que alguém mais pegue!— sugeriu, seguindo-me em direção aos assentos agora vazios.

    Com um suspiro de alívio, afundamos nos assentos, sentindo-nos como se tivéssemos acabado de conquistar uma grande vitória. E ali, lado a lado, sob o teto do ônibus e o som da chuva lá fora, continuamos nossa conversa como se nada mais importasse além daquele momento de conforto e conexão mútua. Era como se o universo tivesse conspirado a nosso favor naquela noite chuvosa, unindo nossos destinos de uma forma que nenhum de nós poderia ter previsto.

—Então, Miguel,— disse ele, depois de um momento de silêncio reconfortante, —eu sou Felipe. E acho que acabamos de nos tornar companheiros de ônibus nesta noite.

@-ptrmaximoff ♧

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