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"O mundo não é uma fábrica de realização de desejos."

- Augustus Waters ( A culpa é das estrelas)

______________________________Boa leitura...


• Sicília, Itália.



Consigo deixar meu closet totalmente arrumado e bem organizado. Olho para o quarto e vejo Fabrizio deitado na minha cama, como se fosse dele.

- Folgado você, né? - ele levanta a cabeça e olha na minha direção. - Que horas que acaba o seu expediente? Já era para você ter ido embora, não? - olho para a janela que me dá uma linda visão de um pôr do sol.

- Como eu vou embora da minha própria casa? - ele olha para mim e vê minha confusão no olhar. - Eu meio que moro aqui. - ele fica pensativo por um momento. - Na verdade, eu realmente moro aqui.

- Por quê? - questiono ele, em busca de uma resposta convincente.

- Meu pai faleceu alguns anos atrás, e minha mãe... eu nunca cheguei a conhecer ela. - ele abaixa um pouco o tom de voz. - Quando eu comecei a trabalhar para o seu pai, ele falou que eu poderia morar aqui, já que ele estava sozinho e eu também. - ele se levanta da cama e vai em direção à janela. - Você ainda vai me ver muito por aqui. - ele se vira em minha direção sorrindo.

- Isso parece divertido e bem doido. - penso no assunto. - É como morar com o melhor amigo, o que realmente vai acontecer. - ele apenas concorda sem muitas palavras.

- Enfim, uma galera que eu conheço me chamou para uma festa agora à noite. Se você quiser, posso levar você junto. - ele se apoia na janela virado para mim. - Você pode conhecer a galera e fazer novas amizades.

- Por mais que pareça bem divertido, eu não vou poder ir. - Hoje eu realmente não poderei ir. Tenho que falar com minha mãe, jantar e bom... conhecer a casa, talvez? - Quem sabe outro dia.

- Tudo bem... - ele se afasta da janela indo em direção à porta. - Não me espere acordada. Essas festas costumam durar a madrugada inteira, então provavelmente estarei de volta amanhã de manhã. - apenas concordo enquanto vejo ele se afastar, seguindo o longo corredor.

( 2 horas depois... )

Faz em torno de uma hora que Fabrizio saiu para a festa. Papai ainda não voltou e provavelmente não voltará nem tão cedo. Tirando os guardas, só fiquei eu nessa casa imensa.

Já é tarde da noite. Essas horas eu já estaria dormindo junto da mamãe. Nós dormíamos cedo, então acho que ela já deve estar dormindo. - meu celular toca.

⟩ Ligação on ⟨

Pego o celular e vejo ele refletir o número da minha mãe. - Alô, mãe?

- Filha? Você está bem? - ela parecia estar preocupada. - Você não me ligou hoje, pensei que poderia ter acontecido algo.

- Ah, eu esqueci... - respondo sem graça. - Eu estava tão distraída com tudo que estava acontecendo que eu... esqueci. Mas eu ia te ligar amanhã cedinho.

- Entendi... mas está tudo bem por aí? Viu seu pai? - ela parecia estar ansiosa pela minha resposta.

- Sim, a viagem foi tranquila e eu fui bem recebida. Conheci um garoto com quase a mesma idade que eu, acho que viramos amigos. - conto tudo do meu dia para ela, sem deixar nenhum detalhe passar.

- Fico feliz por você, filha. - um momento de silêncio. - Seu pai está aí na casa?

- Não, papai saiu cedo e não voltou ainda. - suspiro. - Me pergunto, o que ele deve estar fazendo? Fabrizio não quis me contar sobre o trabalho do papai.

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