CHELLY OF TELLES - O DIA SEGUINTE

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Parte 01
Isadora não atendia, não importava quantas vezes ligasse. Splinter a observava fixamente e ela não ousava se mexer. Parecia que qualquer movimento que fizesse, o cachorro saltaria sobre ela em um impulso frenético e violento.

- Você não me machucaria, não é, Splinter?

As pupilas do cachorro dilataram-se, seus dentes ficaram maiores e pontiagudos. Por sentir tanto ódio, espuma saía de sua boca. Ficou em pé, sobre as duas patas.

- Eu vou te matar, vadia. Você me castrou, sua vagabunda! Todas as cadelas pensam que eu sou fêmea, quando tudo que eu mais queria era transar!

Chelly ficou incrédula, os olhos arregalados e a boca aberta demonstravam a sua surpresa. Ficou em pé sobre a cama e pegou o violão que estava ao lado da cômoda.

Parte 02
- Se tentar me machucar, eu te mato, seu cachorrinho filho da puta!

- Vai tomar 'GH', sua bombadinha de merda, eu vou te arrebentar, dente por dente e não vai ter ninguém pra separar, porque esse aqui é irmão desse aqui e esse aqui é irmão desse aqui. - Disse o cachorro, batendo em seus pequenos bíceps e peitoral.

Splinter avançou sobre ela e Chelly não conseguiu assertar-lhe o violão. Splinter conseguiu mordê-la e arrancar uma parte de seu braço. Chelly correu para a sala e trancou a porta do quarto. O pequeno demônio, no entanto, começou a esmurrar a porta até que ela quebrasse um espaço suficiente para ele conseguir passar. Chelly começou a chorar, jogando pratos, copos, tudo que via pela frente, em uma tentativa falha de pará-lo.

- Eu... Vou... Te... Matar, CHELLY!

Parte 03
Ele investiu novamente contra ela, que revidou com um chute, mas a peste canina segurou seu pé e começou a arrancar-lhe os dedos. Primeiro o dedão, depois o seguinte, até que ela o acertou com uma frigideira que por acaso estava em cima da mesa. O cachorro caiu, mas levantou em seguida.

- Me deixa em paz! - Gritou Chelly.

Nesse momento, tudo já estava sujo de sangue e Chelly - assim como no sonho - escorregou e caiu, batendo a cabeça. Chelly ficou atordoada, sua visão ficou dupla e ela via, passo após passo, Splinter vindo em sua direção. Os olhos negros e dilatados, os dentes salientes e afiados e os passos curtos e lentos, provocando-lhe mais terror.

- Por favor, tenha piedade! - Gritou Chelly.

Parte 04
Antes que Splinter respondesse, um jato de sangue acertou o rosto de Chelly. Isadora atravessou o cachorro-demônio com uma tesoura.

- Acabou a piedade, filho da puta! - Disse Isadora.

Splinter caiu ajoelhado, derramando sangue por todos os seus orifícios. Depois de tanta sanguinolência, Isadora levou Chelly ao hospital. Passou a noite na casa de Chelly e limpou o lugar: o sangue, os cacos de vidro, organizou toda a bagunça.

- O que diabos tinha com aquele cachorro? Puta merda, ele tentou te matar Chelly, tava andando sobre duas patas! Um cachorro!

- Ele ficou assim depois do sonho...

- Você também sonhou? - Perguntou Isadora.

- Como assim "também"? - Indagou Chelly.

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