Comfort - Minsung

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O bochechudo terminou de tomar o seu café e deixou o prato e o copo vazios em cima da escrivaninha, se ajeitou na cama e sentou abraçando os seus joelhos, com as costas encostadas na parede atrás de si onde sua cama ficava encostada. Esperou seu melhor amigo terminar a ligação e olhou para ele quando este veio até si.

- Ji, você vai ficar lá em casa agora e, antes que tu fale alguma coisa, já te adianto que não, eu não vou deixar tu ficar aqui com aquele nojento do seu pai...e não, tu não tem escolha. - Minho dizia sério, mas não era arrogante e nem nada, só falava sério pra mostrar que ele não estava brincando quando disse que não iria mais deixar Jisung ficar perto daquele homem. - Minha mãe não se importa de você ficar lá e até acha melhor mesmo, então não tem com o que se preocupar, só precisa arrumar suas coisas, só algumas, depois eu venho aqui e pego o restante.

- Min... - Jisung tinha seus olhinhos brilhando, estava envergonhado por ser uma despesa daqui em diante para a mãe do seu melhor amigo e para ele, não gostava nem um pouco dessa ideia, sempre chorou nos braços do seu melhor amigo, mas sempre soube lidar com seus problemas sozinho, não queria ser um fardo para o Lee. - Eu não posso... Sua mãe e você já tem preocupações e despesas o suficiente, não quero...sem chances.

Han não se importava em ficar mais um tempo na sua casa, aguentaria tudo até ter dinheiro o suficiente pra poder se manter durante 5 meses em um apertamento qualquer, trabalhava e então não precisava se preocupar com isso, juntaria dinheiro até lá.

- Jisung, eu estou falando sério. Ver você no estado em que estava ontem acabou comigo, eu não quero mais ver você chorando por causa daquele cara que nem pode ser chamado de pai. Você vai querendo ou não. - O mais novo fez um biquinho choroso e abaixou sua cabeça, tentando controlar suas lágrimas. Porra, porque tinha que ser tão fraco ao ponto de não conseguir aguentar aquilo sem envolver outras pessoas? Era isso que Jisung pensava nesse momento, olhando para suas próprias mãos.

Minho sentou ao lado do garoto sensível na cama e o puxou para um abraço, afundando seu nariz nos fios azuis e um pouco bagunçados do menor, fechou seus olhos e quis passar segurança para o seu garoto, sabia o quanto a cabeça dele deveria estar cheia de pensamentos negativos e como ele deveria estar se cobrando.

- Eu não estou brigando contigo, meu amor. Só quero que entenda que não é problema algum pra minha mãe e pra mim que você fique lá em casa, eu quero que você se sinta seguro e não ameaçado como acontece aqui. - Minho falava com uma voz mansa e calma agora, acariciando os fios azuis do bochechudo e o mantendo em seu abraço. - Então vamos arrumar suas coisinhas, vamos pra minha casa e lá você vai tomar um banho bem quentinho e relaxante, okay? Não temos mais de três quartos lá em casa como você sabe, então você vai dormir comigo, mas também não tem problema porque minha cama é bem grande e eu adoro dormir agarradinho contigo.

- Uhum... Tá bom. - Jisung disse tímido, ainda um pouco acanhado e não aceitando muito bem a ideia, não queria atrapalhar a rotina do seu melhor amigo e da tia Lee.

- Quer me contar o que aconteceu ontem? - O ruivo perguntou com cuidado, não sabia se o bochechudo queria tocar no assunto ou não.

- Ontem eu... Eu me assumi gay pro meu pai e ele surtou comigo. - Jisung respirou fundo, tentando não lembrar muito das palavras duras de seu pai. - Ele não reagiu nada bem, min... Ele disse que preferiria um filho morto do que gay. - Jisung segurava suas lágrimas, não aguentava mais chorar, mas só de lembrar disso seu mundo se despedaçava novamente.

- Não liga pra ele Hannie, seu pai nunca prestou. Ele não merece o filho incrível que você é pra ele... só saiba que você não fez nada de errado, na verdade você foi muito corajoso em se assumir, eu tenho orgulho de você, esquilinho. - Minho sorriu para o azulado, que sentiu seu coração quentinho com aquilo e abraçou forte o mais velho, dando um beijinho demorado na bochecha dele.