Any estava sentada em sua carteira, mas sua mente vagava por caminhos desconhecidos, distante das fórmulas e equações que o professor explicava no quadro-negro. Seus pensamentos estavam tomados pelos acontecimentos recentes, pelas palavras trocadas com seu pai e pelas lembranças da noite anterior. Ela se sentia perturbada e incapaz de se concentrar na aula.
Enquanto o professor continuava a falar, Any lutava para manter o foco, mas seus pensamentos teimavam em retornar à confusão e aos dilemas pessoais que a atormentavam. Ela se perguntava sobre o que deveria fazer em relação às expectativas de seu pai, sobre suas próprias escolhas e sobre o que o futuro reservava para ela.
Enquanto seus colegas anotavam as lições e resolviam os exercícios, Any permanecia perdida em seus próprios devaneios, ansiando por clareza e direção em meio à turbulência emocional que a consumia. A aula de álgebra passava despercebida diante da tempestade de pensamentos que assolavam sua mente.
Com o som do sinal, anunciando o fim da aula de álgebra, os alunos rapidamente começaram a guardar seus materiais, conversando animadamente enquanto se preparavam para a próxima disciplina: educação física. A sala de aula rapidamente se esvaziou, com os estudantes se dirigindo para o vestiário para trocar de roupa e se preparar para as atividades esportivas.
Angie: Onde esteve ontem amiga? Seu pai ligou lá em casa atrás de você
Brenda: É ele também ligou lá na minha casa eu disse que estava lá comigo
Angie: Mas onde esteve?
Any: Só precisava ficar um pouco sozinha
Angie: Sozinha? Sei...
Angie e Brenda encararam desconfiadas para a amiga
Any: Porque estão me olhando assim?
Brenda: Duvido muito que estava sozinha!
Angie: Eu me arisco a dizer que estava com o....
Any: Claro que não - interrompendo - não tem nada a ver, eu realmente precisava ficar sozinha só isso, vamos mudar de assunto ok?
Brenda: Alguma de vocês tem um elástico de cabelo? Eu não trouxe - mudando de assunto
Angie: Aqui está
Brenda: Aula na piscina, ninguém merece, meu cabelo vai ficar horrível, preferiria mil vezes estar em casa ou fazendo compras
Any: Nem me fale, odeio as aulas na piscina
Com a movimentação dos alunos indo para a aula de educação física na piscina. Any seguia logo atrás de seus colegas, com os pensamentos distantes e o coração pesado. Ela caminhava junto com suas amigas, mas sua mente estava em outro lugar, imersa em preocupações e dúvidas.
O ambiente ao redor parecia desfocado para Any, como se estivesse vivendo em um estado de torpor, apenas seguindo o fluxo sem realmente estar presente. Por um breve instante, sua distração a levou a se aproximar demais da piscina, um descuido que mudaria o curso de seu dia.
O tropeço foi repentino e inevitável, levando Any a cair na parte funda da piscina com um estrondo que ecoou pela área. O alvoroço imediato despertou a atenção de todos ao redor, enquanto Any lutava para se manter à tona, seus movimentos frenéticos refletindo seu desespero crescente.
Any acabou se afogando, ela não sabia nadar muito bem, sempre que as aulas de educação física eram na piscina ela ficava na parte rasa
Alfonso, que passava próximo dali, não hesitou em agir. Ele mergulhou na água sem hesitação, movido pelo instinto de proteger sua aluna em perigo. Apesar do caos e da confusão, ele conseguiu alcançar Any e trazê-la de volta à superfície, mas não sem consequências.
Any estava desacordada, sua respiração irregular testemunhando a gravidade da situação. Alfonso, com sua experiência em primeiros socorros, iniciou imediatamente os procedimentos de ressuscitação, consciente da urgência em reanimar sua aluna.
Enquanto os minutos pareciam se esticar em uma eternidade angustiante, Alfonso se recusava a desistir. Com determinação e dedicação, ele continuou seus esforços até que, finalmente, Any recuperou a consciência, embora fraca e atordoada.
Com a ajuda de outros alunos, Alfonso cuidadosamente carregou Any para fora da piscina, mantendo-a segura em seus braços enquanto corria em direção à enfermaria. A preocupação e o alívio se misturavam em seu coração, enquanto ele rezava silenciosamente para que Any se recuperasse completamente.
Na enfermaria, Alfonso permaneceu ao lado de Any, oferecendo apoio e conforto enquanto ela recebia os cuidados necessários. Seu coração ainda batia forte com a adrenalina da situação.
À medida que o dia avançava, Alfonso não podia deixar de refletir sobre o que aconteceu. A proximidade do perigo e a intensidade do momento o levaram a questionar suas próprias ações e emoções. Ele se perguntava se teria agido da mesma maneira se fosse qualquer outro aluno em perigo, ou se seus sentimentos por Any influenciaram sua resposta rápida e decisiva.
Apesar das incertezas e das perguntas sem resposta, uma coisa era clara para Alfonso: ele faria qualquer coisa para proteger seus alunos, especialmente Any. Sua ligação com ela era mais profunda do que jamais imaginara, e ele estava determinado a estar ao seu lado, não apenas como seu professor, mas como alguém que genuinamente se importava com seu bem-estar e felicidade.
Na enfermaria, Any começava a recuperar a consciência lentamente. Ao abrir os olhos, ela se deparou com a preocupação estampada no rosto de Alfonso, que estava ao seu lado. Ainda atordoada e fraca, ela tentou se lembrar do que havia acontecido.
Any: O que... o que aconteceu?
Alfonso: Você teve um susto na piscina. Mas agora está tudo bem, você está segura.
Any: Obrigada... por ter me salvado.
Alfonso: Você precisa descansar, Any. Está tudo bem agora.
Enquanto Any tentava processar o que havia acontecido, uma mistura de emoções a invadiu. Ela se sentia grata por estar viva, mas também confusa e assustada com a proximidade da morte. E, acima de tudo, ela se sentia estranhamente reconfortada pela presença de Alfonso ao seu lado, cuidando dela com tanta dedicação.
Enquanto isso, do lado de fora da enfermaria, a notícia do incidente se espalhava rapidamente entre os alunos. Preocupados, alguns deles se reuniram do lado de fora, ansiosos por atualizações sobre o estado de Any e para expressar sua gratidão a Alfonso por sua rápida intervenção.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quando é amor
RomanceA gente não encontra o amor, o amor te encontra, e quando te encontra te arrasa, te tira o ar, e tudo oque te importa é amar, sem razão, sem especulações, amar é só amar porque essa é a verdadeira natureza lesa do amor.