55º Capítulo {Livro Quatro}

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— Já terminei! — cantarolo entusiasmada após assoprar os meus mais recentes escritos. — Meus votos estão prontinhos para serem recitados.

Depois de tanto enrolar e enrolar eu, finalmente, consegui realizar a composição de frases que saíram do mais profundo de meu ser.

Estas são as palavras que irei proferia ao meu futuro marido e não poderiam ter sido escritas de antemão, pois meu noivado foi uma verdadeira bagunça.

Agora eu sei a quem elas serão dedicadas e esse alguém é digno do meu amor.

Maravilhoso saber que nem precisei quebrar muito a cabeça para que a composição se fizesse presente, já que meus sentimentos por Dente são os mais sinceros, resistentes e intensos.

É fácil lhe proferir juras apaixonadas. Difícil foi suportar os dias em que pensei que isso me seria totalmente proibido.

— Aleluia! — exclama Valliéry, recolhendo o papel das minhas mãos com agilidade. — Agora endireite a cabeça, ou Laura não vai terminar esse cabelo nunca.

— Até que me facilitou um pouco — comenta a moça, concentrada no trato de meus fios. — Creio que as rosas inferiores ficarão com aspecto bem melhor do que as que fiz na última vez.

Ouvindo-as, ergo minha cabeça devagar, aguardando um protesto quanto a isso, mas recebendo um aval silencioso, de fato, me endireito e observo-me no reflexo.

Laura já está finalizando o lindo penteado, meu rosto já está adornado com a leve aplicação de maquilagem que Valliéry me concedeu e em meus pés sinto a maciez dos sapatos que Katerine me emprestou.

Outra vez encontro-me em meu vestido de noiva e, dessa vez, vou apresentá-lo a corte com muito gosto. Creio que ganharei a aprovação do príncipe.

Ah! O príncipe! Meu príncipe camponês... Tão belo, valente, respeitoso e cheio do temor do Senhor.

A oração que fiz hoje se concentrou em agradecer a Deus pelo presente que me preparou ao longo desses anos, além de lhe pedir o auxílio necessário para que seja uma mulher virtuosa na vida do rapaz.

Minha vontade atual tem sido a de começar a dançar sozinha pelo castelo inteiro, mas minha necessidade de me aprontar para a cerimônia tem sido um influenciador mais forte para o meu comportamento.

E pensar que sofri por tanto tempo, desde aquele incidente no Louvre. Acreditei estar aprisionada entre as garras de um monstro, mas o homem que me conduziria por direito ainda estava no Loire.

Oh... Pudemos nos conhecer, pudemos conviver e ver de perto quem realmente somos.

Tinha receios de me casar com alguém que não veria antes do dia propício, por vontade de Henrique, mas agora irei me unir a alguém que para mim não é um estranho e imagino que foi Deus quem nos permitiu cruzar o nosso caminho.

À Espera da Coroa - LIVRO 4 - CIR.Onde histórias criam vida. Descubra agora