Eu a beijei...
Porra, eu realmente a beijei!
Não só uma, mas quatro vezes.
Seus lábios macios me impediam de pregar os olhos, lembrando-me como tinha sido incrível. Como o nosso encaixe era perfeito. Sua boca tinha sido feita sob medida para a minha, era isso.
E a memória continuava roubando o meu foco, só conseguia pensar na troca que tivemos, no modo como ela aprendeu rápido e me deixou ser o seu primeiro.
Eu fui o primeiro beijo dela!
E farei questão de ser o único. Disse uma vez que seria viciante a experiência de tê-la. Não era mentira, pois, agora, desejo ainda mais da pequena borboleta. Eu desejo tudo. Tornar cada aventura especial como ela quer, mas além disso, tornaria tudo tão viciante, que ela só desejaria a mim.
Se essa fosse a minha última alternativa para a coisinha linda se esquecer do imbecil que um dia se apaixonou, a usaria sem pensar duas vezes. Tati merece muito mais do que aquele babaca.
Tentando não me estressar muito com esse tópico, levantei da cama e resolvi abrir o presente que ela me entregou antes de eu sair, muito a contragosto, de seu quarto.
Foi um teste de sanidade deixá-la, quando a sua boca vermelhinha, inchada depois dos nosso beijos, continuava me atraindo. Eu sabia, entretanto, que se ficasse não pararia tão cedo, e Tati precisa descansar.
Amanhã, o nosso dia será cheio na Femme. Não a quero com sono e indisposta.
Peguei a caixa de tamanho médio, ela era azul e bem simples, apesar de linda. Tirei a tampa, deparando-me primeiro, com um pequeno bilhete, nele estava escrito:
Nossas memórias ruins podem ganhar um novo significado.
Espero que se dê uma nova chance, anjo.
Da sua única, Pequena Borboleta.
Um sorriso bobo tomou forma em minha boca, as palavras aceleraram o meu coração. Podia não ter visto nada ainda, mas tinha uma básica noção do que deveria ser.
E quando retirei o papal seda, revelando o conteúdo na caixa, meus olhos se encheram com lágrimas. Era incrível que Tati me conhecia há dois meses e, mesmo assim, me via sempre como a melhor pessoa do mundo. Era incrível o poder que ela tinha em me fazer bem, e nem era preciso muito. Tê-la em minha vida já valia e muito.
Agora, no entanto, tinha em mãos uma camiseta da minha loja favorita, e na estampa — que a pequena provavelmente customizou — um homem sentado na areia da praia olhava para o céu e tinha a sua mão estendida para um pequeno anjinho, um bebê. O meu filho. Eu sabia que era ele.
Trouxe a peça para o peito, o cheirinho de neném invadiu as minhas narinas e chorei. Aquela dor que sempre me detonava, ela agora se transformava em saudade.
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Obra do Tempo - Série Obras Livro 3
Romance+18| Fake dating| Strangers to friends to lovers| Slow burn| Gravidez inesperada TATIANE é apaixonada por seu melhor amigo desde a adolescência, e quando finalmente cria coragem para se declarar, se depara com uma verdade que a fere muito: ele a vê...