Um dos meus passatempos na vida é sentar em um banco de uma praça em qualquer lugar do mundo onde haja bastante movimento de pessoas. Gosto de sentar e observar os seres humanos.
É sempre possível observar o "homem bem-sucedido", de terno e gravata, transitando com um sorriso no rosto, a senhora com a Bíblia na mão, cheia de esperança e amor nos olhos, e a criança inocente, que nada sabe sobre a vida, preocupada apenas em alimentar os pombos e brincar.
Cada ser humano que observo revela algo peculiar; nenhum deles se preocupa com as mesmas coisas que eu. Não consigo passar algumas horas sem refletir sobre o quão insignificantes somos diante do universo.
A habilidade dos seres humanos de trabalhar como formigas e sorrir como palhaços parece-me vantajosa; a ignorância que permite ao homem existir. O que seria da humanidade se todos fôssemos niilistas?
Sentado naquele banco, observando os humanos que passam incessantemente, sinto-me como alguém que saiu da caverna de Platão e não consegue explicar aos outros a realidade fora dela.
Quão cruel seria eu? Como posso desejar tirar do homem feliz a ignorância? Como posso tirar do homem a caverna que o protege da realidade?
Então, vivo sozinho fora da caverna, observando aqueles que nela habitam. Lamento pelos prisioneiros que morrerão sem saber que estão acorrentados.
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O drama da existência: reflexões de um observador solitário
RandomMergulhe na história verdadeira e íntima de um ser sem nome, enquanto ele compartilha suas mais profundas reflexões sobre a vida, amor e a condição humana. Sentado nos bancos de praças, asfaltos e muitos outros cantos pela cidade, ele observa o mund...