Desmoronamento

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O sol dourado inundava o escritório, contrastando com a tensão que pairava no ar. Giovanna segurava o documento, seus olhos faiscando de raiva enquanto encarava Nero.

"O que é isso, Alexandre?" ela rosnou, sua voz carregada de indignação.

Nero engoliu em seco, sentindo-se acuado diante da fúria de Antonelli. "Giovanna, por favor, me escute. Eu sei que parece ruim, mas essa assinatura, ela é falsa. Eu juro para você."

Antonelli soltou uma risada amarga, sua raiva fervendo sob a superfície. "Você espera que eu acredite nisso? Você me traiu, Nero. Você quebrou a minha confiança."

Nero tentou se aproximar dela, suas mãos estendidas em um gesto de paz. "Gio, eu sei que errei, mas eu juro para você, eu não assinei esse documento. Alguém está tentando nos incriminar."

As palavras de Nero apenas inflamaram ainda mais a raiva de Giovanna. "Você acha que sou idiota? Que eu vou acreditar nessa história absurda? Você é um mentiroso, Nero. Um mentiroso e um traidor."

Nero sentiu um nó se formar em sua garganta, o peso da decepção pesando sobre ele. "Gica, por favor, me dê uma chance de provar minha inocência. Eu amo você, eu faria qualquer coisa por você."

Giovanna recuou, seus olhos faiscando com desdém. "Você já fez o suficiente, Nero. Eu e Pietro vamos embora. Não quero mais olhar na sua cara."

Nero assistiu em silêncio enquanto mãe e filho saíam pela porta, sua visão embaçada pelas lágrimas de arrependimento. Ele sabia que tinha perdido a confiança da mulher que amava mais do que tudo. Mas ele se recusava a desistir, jurando para si mesmo que faria tudo o que estivesse ao seu alcance para recuperar o que havia perdido.

"Por favor, Giovanna, não vá." As palavras escaparam dos lábios de Alexandre em um sussurro angustiado, sua voz falhando com a emoção. "Eu sei que errei, mas eu amo você. Eu amo Pietro. Não posso perdê-los."

Giovanna parou no batente da porta, seu corpo tenso e sua expressão endurecida pela dor. "Você me decepcionou, Nero. Você quebrou meu coração. Eu não sei se posso confiar em você novamente."

Lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Nero, sua voz tremendo com a intensidade de suas emoções. "Eu entendo. Mas por favor, me dê uma chance de consertar isso. Eu farei o que for preciso para reconquistar sua confiança, para reconquistar seu amor."

Por um momento, Giovanna hesitou, lutando contra a tempestade de sentimentos que a assolava. Ela queria acreditar em Nero, queria acreditar que podiam superar aquilo juntos. Mas as feridas eram profundas, e a confiança que uma vez os unira estava agora em pedaços no chão.

"Eu preciso de tempo, Alexandre." Sua voz era um sussurro frágil, mal audível sobre o silêncio que envolvia o escritório. "Tempo para pensar, para processar tudo isso. Não posso prometer nada."

Nero engoliu em seco, uma sensação de desamparo o inundando. "Eu entendo. Eu só espero que um dia você possa me perdoar."

Com um último olhar cheio de dor, Giovanna virou-se e saiu pela porta, deixando Nero sozinho no escritório vazio. Ele afundou na cadeira, seu coração pesado com o peso da culpa e do remorso. Mas, mesmo em meio à escuridão, uma pequena chama de esperança continuava acesa dentro dele. Ele se levantou com determinação, jurando para si mesmo que faria tudo o que estivesse ao seu alcance para reconquistar o amor e a confiança da mulher que ele amava mais do que tudo neste mundo.

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