if by chance.

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Irene observou Antônio deitado na cama dela, ainda fraco, o médico havia saído após Antônio receber o remédio que servia como antídoto para o veneno que Ágatha estava lhe dando. Ela o cobriu com um cobertor macio e se sentou ao lado dele, segurando sua mão com carinho. Os olhos de Antônio abriram-se lentamente, encontrando o olhar preocupado de Irene.

— Você está se sentindo melhor? — Irene perguntou suavemente, seu coração ainda apertado de preocupação.

Antônio assentiu fracamente, seus olhos cansados revelando a gratidão que sentia por estar vivo.

— Obrigado por me salvar, Irene. Não sei o que teria acontecido se você não tivesse chegado a tempo.

Irene sorriu gentilmente.

— Eu sempre estarei aqui para você, Antônio. Você é importante para mim. Você é a minha família.

Ela se levantou para pegar uma bandeja com uma sopa quente. Antônio a observou com afeto enquanto ela cuidava dele com tanto carinho. Sua esposa, ex-esposa, doeu ao se corrigir mentalmente, sempre cuidou dele, esteve com ele em seus altos e baixos, o tirou de uma tristeza profunda quando o conheceu e estava ali de novo, salvando ele de Ágatha.

Enquanto ele tomava a sopa, Irene explicou como descobriu o plano de Ágatha com a ajuda do Luigi, e que não hesitou em ir resgatá-lo, alertando também sua filha que estava sendo mais uma vítima nas mãos daquela mulher. Antônio se sentiu sem chão ao descobrir a traição, que tinha sido usado pela mulher que ele acreditava amar, que passou uma vida sendo engando por Ágatha, mas sentiu-se aliviado por ter Irene ao seu lado.

— Não sei se consigo te perdoar. Não consigo esquecer aquela imagem de você na cama daquele motel com aquele geólogo. — Houve um silêncio tenso enquanto Irene lutava para encontrar as palavras certas. Decidiu ser sincera.

— Tudo que eu fiz foi por você. Por mais absurdo que pareça ser, eu estava morrendo de medo de te perder, ter as terras da Aline era uma forma de garantir que você ainda seria meu, e as coisas não estavam bem entre nós, não preciso te lembrar disso.

— Eu sei. Sei que errei com você, e te devo, muito. — Irene abaixou os olhos, e Antônio a encarou, apesar da mágoa, ele sabia que havia amor entre eles.

— Não precisamos falar disso agora. Você tem que descansar.

À medida que a noite caía lá fora, Irene permaneceu ao lado de Antônio, conversando e velando seu sono quando ele cochilava. Ele percebeu como sua presença era reconfortante, notou a falta que sentia dela, dos seus cuidados, do calor do corpo dela perto do seu e de como sua ex esposa se preocupava genuinamente com ele.

— Deita aqui comigo? — Antônio pediu, sua voz carregada de anseio, e Irene sentiu o seu coração transbordar, como ela sentiu falta dele, se aconchegou ao seu lado, quando ele virou e encaixou seu corpo no dela, com os braços enlaçando sua cintura, e o nariz na curva de seu pescoço, Irene se sentiu em casa ao ter o calor do corpo seu ex marido perto do seu de novo.

E ali naquela cama, eles encontraram um pouco de paz em meio ao caos, tudo parecia estranhamente certo com ela nos braços dele, Antônio tentava lutar contra a sonolência que estava o abatendo ainda, mas decidiu descansar, desde que estivesse ali com ela naquele pequeno casulo poderia dormir por algumas horas sem se preocupar com o que ainda iria fazer.

— Boa noite, Irene. — Beijou o topo da cabeça dela sentindo o cheiro do seu cabelo, o cheiro que impregnava os travesseiros da cama dele por trinta anos e que ele tinha dado conta que estava com saudade de sentir.

— Boa noite, meu amor.

Não sabia se era o cansaço, ou a força do hábito, quando aquele amor saiu tão naturalmente da boca dela, no fim poderia ser os dois, não mudava o fato dele ser o seu único grande amor.

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⏰ Última atualização: May 03 ⏰

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