três, gentileza e infidelidade.

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CAPÍTULO TRÊS.... gentileza e infidelidade.❫

HAVIA SE PASSADO UM DIA DESDE A MISSÃO 117, mas ainda assim toda vez que Helena passava as mãos entre o rosto. O sangue do fogueteiro parecia ter se instalado por debaixo das unhas, não era comum aquela sensação.

Todos pareciam exaustos com a situação, ninguém ali dormia mais que cinco horas no dia. Era esquisito pensar que se privavam no sono para que o Papa tivesse o dele, era assim que a hierarquia funcionava, afinal.

Refletia sobre aquela situação toda vez que ficava mais de cinco minutos sozinha, sua cabeça não parava. Pensava que se um dia realmente conseguisse sair do BOPE seus pensamentos cessariam.

Agora não era diferente, sentada no colchão duro do alojamento do batalhão enquanto suas mãos seguravam seu rosto com apoio de sua perna. Helena refletia novamente, se tudo aquilo valeria a pena.

Seus pensamentos foram afastados com o baque da porta, conhecia aquele cheiro antes mesmo de erguer a cabeça para olha-lo.


————— Nascimento.

Cumprimentou, o rapaz acenou com a cabeça indo diretamente para a pia que ali obtinha. ————— Não sabia que era seu turno de descanso, foi mal atrapalhar. —— ele respondeu.

————— É do Carvalho, na verdade, ele deu o dele para mim.

Sua feição se fechou, ele parecia tossir com a menção do nome saindo de forma tão suave da boca da morena. Por fim, ele riu.


————— Carvalho? não sabia que estavam juntos.

Helena fechou a cara. ————— Normalmente as pessoas são gentis com as outras, você não deve conhecer oque é isso.


Novamente era visto a tonalidade da cor de seu rosto mudar, ele estava vermelho. Não entendia  o por que de Helena despertar seu lado mais sombrio, e ele o dela, mas era emocionante a sensação, o silêncio ao redor e a tensão que se instalava.

—————— E oque você sabe de gentileza? —— ele cuspiu as palavras.

Não notou, mas Helena havia se levantado do colchão que estivera. Era estranho a maneira na qual pareciam se aproximar tão rapidamente, como imã, mesmo quando torciam se afastar.

—————— Sei que gentileza seria estar junto a uma esposa grávida e não achar que dois telefonemas de três minutos no dia resolverão.


Em um pequeno espaço de segundos, Nascimento havia prensado a garota na parede. Seus olhos a fitavam com curiosidade, ela havia pego o seu maior problema e transformado em uma ferida aberta. Suas mãos rodeavam seu pulso firmando a garota contra parede, alguns fios do  cabelo escuro se faziam presente caídos no rosto pelo baque.


Roberto não era um homem de se intimidar, não era alguém que se calava fácil. Mas era um homem que perdia o temperamento rapidamente.

E naquele momento, ele estava intimidado, calado e com o temperamento aguçado. Seus olhos falharam e correram diretamente para a boca chamativa e um pouco rosada da mulher, se fosse sincero consigo mesmo, ele admitiria que admirava a morena desde o primeiro dia que a conheceu no preparatório, desde o dia em que ela foi corajosa o bastante em ser a primeira a comer a comida que foi jogada no chão.


SALVATORE, capitão nascimento Onde histórias criam vida. Descubra agora