Capítulo 15: Birosca da Zana

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Imperial, Rio de janeiro
26 de junho

Já era uma da tarde, como Rebecca havia marcado com todos nós

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Já era uma da tarde, como Rebecca havia marcado com todos nós. Não sabia onde era a rua da saudade, mas sabia que dava para ir andando (o Google maps me deu essa opção). Heitor realmente não quis vir com a gente, eu tinha medo de que algo poderia interferir, mas eu espero que não, perder mais alguém iria ser o meu fim.

—Qual era o ponto de referência mesmo?— Gustavo resolve quebrar o silêncio, já faz mais de trinta minutos que estamos andando para um lado que não conhecemos e poderíamos facilmente se perder.

—Birosca da Zana, foi o que ela escreveu.— Rebecca aperta os olhos olhando para o celular. —Pontu de referenssia, birosca da zana.— Ela lê exatamente como estava na mensagem e começa a rir.

—Se ela for uma idosa caducando e por isso escreve assim?— Bernardo que decidiu ir com a gente, pergunta olhando para a Rebecca que ainda estava rindo da escrita da moça.

—Que velha caduca usa twitter?— Ela coloca a franja atrás da orelha e guarda o celular com medo de roubo. —Se o Google nos levar para algum lugar completamente desconhecido e a gente acabar parando na favela? Aqui tem várias, cada beco é um ponto de drogas.

—Eu tenho certeza que estamos perto.— Digo caçando com os olhos rapidamente os números da sala. —Olha ali, naquela farmácia popular tem lote vinte e quatro colado na parede, já estamos perto, agora só procurar uma casa com o número seis, com supostamente uma birosca perto.

Andamos mais alguns segundos, Bernardo já estava suando por completo, o sol estava quente demais e completamente abafado. Os números estavam fora de ordem como todo lugar.

—E agora? Maldita hora que eu vim de salto.— Rebecca reclama enquanto se abana com as mãos, seu rosto já estava vermelho assim como o do Gustavo.

—Vamos ter que perguntar onde é a birosca da Zana.— Gustavo olha ao redor enquanto tirava o cabelo do rosto.

Apesar do sol, estava ventando, o típico vento quente que deixa você com mais calor ainda, já estávamos quase no centro de Imperial, hoje era feira então estava cheio de barracas de madeira vendendo verdura e outras coisas, por ser uma e meia da tarde, às coisas estavam começando a fechar.

Um som me chamou a atenção, estava mais alto do que qualquer coisa naquela rua, um forró estalava a alguns centímetros de nós. E eu sabia que a gente tinha achado a Birosca, ou melhor, um bar. Com cadeiras e mesa de plástico azul da Brahma na calçada, as duas portas grandes de ferro estavam abertas, mas naquela distância eu não conseguia visualizar direito o que tinha dentro.

—Acho que eu encontrei o lugar.— Digo e todos olham para o mesmo lugar que eu, era impossível aquilo não ser o lugar certo.

Caminhamos rapidamente até lá, e conforme nos aproximamos, mais alto o forró ficava, já conseguia visualizar muito melhor a fachada do bar, tinha um outdoor um pouco velho escrito "birosca da Zana" e um desenho de uma loira com peitos avantajados do lado. Alguns homens bebiam cerveja do lado de fora, dentro tinha uma sinuca e um freezer com sorvete e latões, no balcão, uma menina mascava chiclete tediosamente. Ela não parecia velha, eu chutaria uns treze a quinze anos, era parda e seu cabelo grande até a cintura um pouco liso na raiz e ondulados na ponta.

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