Chegada

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Soraya, uma advogada incansável, estava imersa em uma vida repleta de processos, audiências e reuniões na movimentada cidade. Porém, mesmo com sua agenda lotada, ela ansiava por um momento de pausa, longe do caos urbano.

Finalmente, chegou o momento tão esperado: suas férias na fazenda dos pais. Soraya mal podia acreditar que em breve estaria deixando para trás o barulho dos carros e o estresse do escritório para mergulhar na tranquilidade do campo.

Deixando para trás o terno e salto alto, ela se preparava para dias de simplicidade e conexão com a natureza. Era hora de trocar os processos judiciais pela serenidade das paisagens rurais, os horários apertados pelos momentos de contemplação ao ar livre.

Soraya ansiava por aqueles dias na fazenda de seus pais, um refúgio onde podia se reconectar com a natureza e consigo mesma. O simples pensamento de galopar pelas vastas terras a enchia de alegria, o vento soprando em seu rosto enquanto o cavalo corria livremente.

Ela adorava a sensação de liberdade que vinha ao nadar na cachoeira isolada, sentindo a água fresca acariciar sua pele. A nudez na natureza era libertadora, um ato de desapego das preocupações do mundo exterior.

O ar puro do campo enchia seus pulmões, renovando sua energia e clareando sua mente. Na fazenda, Soraya se sentia verdadeiramente em casa, envolvida pela serenidade da paisagem e pela tranquilidade que só a vida no campo podia proporcionar.

As malas já estavam prontas a semanas de tão ansiosa que a loira estava. Jogou tudo no carro e lá se foi para algumas horinhas na estrada.

Enquanto seguia pela estrada de terra em direção à fazenda dos pais, Soraya teve um encontro inesperado. Ao lado do potreiro, avistou uma mulher montada em um cavalo magnífico. Era uma visão impressionante: a mulher exibia uma postura imponente, com seios fartos e cabelos negros que dançavam ao vento.

Soraya não pôde deixar de se sentir cativada pela beleza da desconhecida, cuja presença destacava-se na paisagem rural. Era como se o cenário se iluminasse com a sua chegada, criando uma atmosfera de mistério e fascínio.

Enquanto dirigia distraída, perdida na beleza da mulher no cavalo, Soraya quase bateu a camionete, chamando a atenção da desconhecida. Seu coração disparou ao perceber o perigo, e ela se esforçou para recuperar o controle do veículo.

Com o susto, seus olhos se encontraram com os da mulher no cavalo, e por um instante, o tempo pareceu congelar. Soraya sentiu-se capturada pela intensidade do olhar da desconhecida, uma troca silenciosa carregada de energia.

Enquanto a camionete finalmente se estabilizava, Soraya respirou fundo, consciente do coração ainda acelerado. A presença da mulher misteriosa ao seu lado na estrada de terra parecia um sinal, uma indicação de que aquela não seria uma visita comum à fazenda dos pais.

Soraya, ainda impactada pelo encontro inesperado, decidiu parar a camionete na estrada de terra. Seu coração batia forte no peito enquanto ela tentava processar o que acabara de acontecer. Com as mãos ainda tremendo, desligou o motor e permaneceu ali, imóvel, contemplando a figura enigmática da mulher no cavalo.

O silêncio pairava sobre o campo, interrompido apenas pelo suave ruído dos cascos do cavalo no chão. Soraya sentia como se estivesse em transe, presa naquele momento de intensa conexão.

Finalmente, reuniu coragem para sair da camionete e se aproximar da estranha. Os olhares se encontraram novamente, e Soraya pôde ver uma chama de curiosidade nos olhos da mulher no cavalo. Com o coração ainda acelerado, Soraya deu o primeiro passo em direção a moça.

–Bah, moça, tu quase bateu a camionete ali, tchê! Que distração é essa?

–Desculpe, tchê! Eu me encantei com teu cavalo e não vi o tempo passar, deu um branco total!-inventou uma desculpa.

Entre Coxilhas e Amores: SimorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora