Lá estava eu, em mais um encontro anual de férias. Onde todos os familiares, amigos, conhecidos e colegas de todos os grupos de amigos se reuniam. Em um grande e maravilhoso sítio bem localizado com uma nascente de cachoeira incluída, que era aberto para realizar esse evento anual, que a cada ano só crescia mais com novas pessoas decidindo participar também. Era na verdade a única época do ano em que todos se reuniam para se confraternizar, fortalecer os laços de amizade, passar mais tempo com aqueles parentes que não tinham contato tão constantes e diários. Assim, aumentando o ciclo de amizade com aqueles que são conhecidos ou até amigos dos seus amigos e vice versa.
Eu conseguia visualizar muito dos meus amigos interagindo com outras pessoas, sentados em algumas pedras ou até mesmo dentro de alguns lagos formados pela cachoeira. Já que tinha passado o horário de almoço e muitos tinham decidido dormir, caminhar, jogar um pouco de futebol no campo de trás. Tinha várias quitinetes espalhadas pelo local, fora o casarão, que ficava numa parte mais afastada da área que era reservada, por ser um espaço incrivelmente grande, principalmente para o objetivo das pessoas irem para lá e acamparem, uma interação por completa e diferencial.
Eu não sabia exatamente para onde ir, o que fazer, ou com quem conversar. Porque eram tantas possibilidades, tantas pessoas, que só por vê-las e dizer um "Olá", dar um aceno e um sorriso no rosto, ficava inteiramente satisfeita e feliz.
Até que depois de muito tempo andando e me aproximando dos rochedos mais altos, que formavam colunas de pedras, com arbustos em toda a sua extensa vegetação, árvores e plantas. O meu querido Hino se aproxima de mim silenciosamente, me abraçando por trás.
— Oi, meu bem.. — ele diz enquanto começa a sorrir, com os seus grandes cabelos que iriam até o seu ombro, ele amava deixar eles soltos, principalmente para sentir eles voando para o lado, como estava acontecendo naquele momento, pois estava ventando, o que deixava o ambiente incrivelmente agradável.
— Oi — eu digo o olhando de forma séria.
— Nossa! Que seca. Parece até que não ficou feliz por me ver — ele disse com um semblante todo emburrado.
— Você quase me assustou e quer que eu te encha de abraços, por te ver?! Acho que isso não vai acontecer — digo enquanto começo a andar, indo em direção à área da cachoeira, onde era mais rasa.
— Está tudo bem com você? Você está estranha.. — ele me pergunta e começa a me seguir.
— Só estou um pouco.. ansiosa — digo um pouco receosa, já que nem eu mesma sabia o que estava sentindo.
Continuo andando e olhando para o céu, que estava tão bonito. Até que de repente, o Hino me puxa pela mão, enquanto começa a correr e me fazendo correr junto com ele, o que acabei fazendo involuntariamente. Com isso, a gente acaba começando a rir de toda aquela situação, por sermos os únicos que estavam correndo, enquanto todos estavam sentados, andando devagar ou se entretendo de alguma outra forma.
Estar com o Hino era assim, fazer coisas aleatórias sem nenhum motivo, só por fazer. Eu o conheci aqui no acampamento, no ano anterior. Desde então, ele tem sido a pessoa que mais converso durante os meus dias, durante as madrugadas que parecem intermináveis. Ele é tão presente na minha vida, simplesmente por fazer questão de estar presente nela.
E agora correndo de mãos dadas com ele, sorrindo, com o coração acelerado, me sinto tão.. completa?! Não sei. Mas me sinto feliz. E agradeço a esse lugar por sempre me proporcionar essa alegria, e ainda mais, por ter conhecido ele.
— OK, chega de ficarmos correndo por aí. Vou andar sozinha agora — digo parando de correr e soltando a mão dele. Já que estávamos correndo por bastante tempo.
— Nossa! — o Hino diz cruzando os braços logo em seguida — Por que você ficou tão seca de repente? — ele me questiona.
— Por que.. — digo me aproximando devagar, ao ponto que fico de frente para ele, bem perto - Eu quero.. — falo lentamente, colocando as mãos no rosto dele - Que você se divirta, fique com os seus amigos, familiares e conheça outras pessoas também. OK, docinho? — termino olhando bem no fundo dos olhos dele e encostando a minha testa na dele.
Mas o que não esperava era o que iria vir em seguida..
— Eu te amo — ele acaba dizendo, o que me faz sorrir. E quando iria dizer que também o amava, ele me beijou, fechando os olhos e puxando minha nuca para aprofundar o beijo. O que de início não aconteceu, porque não esperava por isso, e os meus olhos estavam abertos por estar muito surpresa com toda essa situação. Embaraçosa demais. Só que não tão esquisita, como realmente deveria ser. Mas quando fui me dar conta os meus lábios começaram a corresponder na mesma intensidade, fazendo o meu coração acelerar, mas da mesma forma os meus olhos continuavam abertos e via ele se entregando no beijo enquanto sorria. Mas isso tudo era horrível, porque no exato momento em que comecei a corresponder, dei a ideia totalmente errada. Não sei o motivo por estar correspondendo, não sei a razão do meu coração estar tão acelerado. Só sei que isso não é o certo. Então, por que estar fazendo isso estava sendo tão bom?
Interrompo o beijo, me afastando um pouco dele.
— Wooh! — o Hino acabou exclamando sua surpresa e excitação, assim que me separei do nosso beijo.
— Mme.. me desculpa.. — é a única coisa que consigo dizer, gaguejando um pouco. Eu estou com uma cara de assustada com toda a certeza. Não é possível.. eu simplesmente não sabia o que dizer. E ele simplesmente não dizia nada.
Até que depois de um momento, que pareceu uma eternidade ele finalmente falou..
— Não precisa se desculpar — ele simplesmente disse isso e começou a sorrir — Sério mesmo, eu pensei que você iria me bater por tentar te beijar. Mas não, você viu o que eu iria fazer, e deixou.. e também correspondeu — ele parecia mais estar dizendo aquilo tudo para si, do que para mim.
— Eu não sei porque acabei correspondendo.. Eu só.. — estava tentando inutilmente me justificar, até que ele me interrompeu. Dizendo que:
— Não se justifique — ele disse sorrindo — Na verdade, não quero que diga nada — disse cruzando os braços, com um semblante sério — Pelo menos, não por agora.. por favor.. — ele continua dizendo enquanto começa a se aproximar novamente de mim, mas dessa vez tão devagar, ou talvez eu que esteja vendo tudo em câmera lenta — Eu quero que você me dê uma chance, só uma. Eu quero te fazer feliz e sei que posso, porque a parte mais importante eu já tenho, te conheço por completo e sei que você também me ama. OK, não da mesma profundidade e maneira que eu.. mas é um ponto crucial — ele começou a se declarar mais ainda e quando fui me dar conta, ele já estava completamente pertinho de mim novamente — Eu só quero uma, uma única chance — por um momento pensei que iria me beijar de novo. Mas não aconteceu.. — Eu te amo. — ele simplesmente me abraçou, me apertando e automaticamente acabei retribuindo. Mas o estranho é que fiquei um pouco decepcionada e frustrada por ele não ter me beijado novamente.
Para tudo, o que é isso que estou sentindo!? Eu estou frustrada e decepcionada!? Eu queria realmente que ele me beijasse de novo!? Por quê?
Acabo ficando mais angustiada ainda com toda essa situação e a confusão dos meus pensamentos e aperto o nosso abraço mais ainda. Por favor, universo. Eu não posso brincar com os sentimentos dele, e ficar confusa logo com ele que é tão importante para mim. Por favor, sentimentos. Não me engane dessa vez. De novo não, e principalmente.., com ele.
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A Felicidade Real
Historia CortaDescubra a sua verdadeira felicidade antes que seja tarde demais. É original, escrita por mim. Sem plágio, por favor! Foi escrito por mim em 24/01/2019 na plataforma do Nyah Fanfiction. Tenha uma boa leitura. Comentários são sempre bem-vindos!