Eu sinto você! - Vol. 2

Vento

- Você viu a cara da vendedora quando escolhemos os vestidos? - ri Adele.

- Parecia que estávamos denegrindo a imagem dela sobre o casamento. - afirma S/N - Foi deselegante, isso sim!

- Ah, vamos ver como algo engraçado, porque no fundo foi! - fala Adele, entrando dentro o carro e esperando a mulher fazer o mesmo.

- Você não consegue ver nada sem não levar para o lado do humor, não é?

- Não! Não consigo e essa tal coisa precisa ser muita séria, você sabe - liga o carro.

- Sei!

O veículo começo a ganhar velocidade em poucos segundos, e quando se deram conta, ambas conversavam sobre os preparativos para o próprio casamento, buffe, decoração e local, mas o que elas já tinham maior certeza, era de que a festa seria no casarão de S/N no interior da França, e isso só iria acontecer para que elas comprovassem que suas vidas estavam mudando e elas não iriam precisar se esconder daquele belo local.

Não precisaram de longos minutos para tal confirmação, e o que restava era às demais tarefas, incluindo o terno de Ângelo, pessoa a entrar com a plaquinha em mãos com a frase à ser escolhida ainda.

Eram muitas as coisas a serem tratadas e elas sabiam, mas naquele momento e em um carro conversível de teto removível, Adele sentia a liberdade do vento batendo em seu rosto e levando seus fios dourados e soltos para trás enquanto os óculos escuros protegiam seus olhos do vento e S/N a observava bela com a mão no volante, não resistindo e agarrando o aparelho celular, fotografando a cantora inglesa, fazendo daquele registro o seu favorito de muitos.

No decorrer do caminho, Adele sempre cantarolava algo, e sem aviso algum, elevava o tom de voz e mostrava seu real talento vocal.

- Linda! - sussurra S/N, percebendo que Adele havia percebido o olhar.

- Para, vai.

- Você é linda! Linda e linda! Parece um anjo na Terra, sabia?

- Não exagera, amor.

Ambas seguem pelas avenidas rodeadas da cidade, passando por lugares movimentados e chamando a atenção quando percebidas, mas nem isso tirava a aventura de pisar no acelerador que Adele sentia ao acelerar, assim como S/N, que com os olhos fechados e mãos erguidas para o céu, sente o vento e a liberdade de estar vivendo cada momento ao lado da mulher, para ela, mais linda do mundo.

A mansão se aproximava, e atravessando os imensos portões de aço e protegidos por seguranças armados, o carro esportivo seguiu, estacionando em frente a imensa porta e dele Adele e S/N desceram, mantendo a conversa fluente e alegre, mais quando entraram, o silêncio incomodou a cantora, que sabia perfeitamente da existência de seu filho.

- Rosy? - chama a empregada - Cadê meu filho?

- O pai levou para o acampamento.

Adele havia esquecido completamente que naquela manhã, seu filho iria precisar sair, e a unica coisa que fez foi acordar e sair antes que ele acordasse, porque sabia que a criança pediria para levá-lo junto com ela e S/N.

O esquecimento daquele compromisso, seria mais uma razão para que o pai de seu filho tivesse motivos de manté-lo longe, e Adele não queria mais confussões antes do grande dia de seu casamento.

S/N viu quando a cantora se afastou, agarrando o celular e ligando, certamente para seu ex-marido, que atende e ela conseguiu contar a conversa em 2 minutos e fim.

- Tudo bem?

- Sim! Ele não fez grande caso.

- Acho bom não fazer!

- Esqueci completamente, e ele me avisou ontem - diz Adele, caminhando até a cozinha para abrir a geladeira.

- Ontem? Então você sabia? Ah, não tem perdão Adele.

- Nossa! Obrigada, S/N!

A Artista Plástica não segura o riso e acaba rindo da reação de Adele, que não demonstra estar sendo contagiada pela, suposta brincadeira, muito pelo contrário, estava ainda mais séria enquanto bebia sua água com gás.

A cena estava tão fofa que S/N não resistiu e se aproximo, segurando a mulher pela cintura e a aproximando ainda mais de seus braços, retirando o copo de sua mão enquanto sussurrava:

- Você esqueceu e não tem perdão, sinto muito amor - provoca, recebendo um tapa forte no braço de Adele, mas que lhe beija segundos depois, assim que percebeu estarem sozinhas.

Ambas se completavam em cada sentimento e conexão, sendo o beijo o encaixe perfeito de pessoas feitas uma para a outra, até que o ar foi necessário e elas se afastaram, olhando uma nos olhos da outra e Adele sussurrando:

- Sabe o que não fizemos ainda?

- O que?

- Comemoramos, do nosso jeito, o seu pedido de casamento.

- Que jeito? - provoca.

- Juntas e brincando como duas adultas - se aproxima, encostando os lábios em S/N, mas não a beijando.

- Ah, é? - a aperta na cintura, arrancando um riso dos lábios carnudos e com gloss.

- É! - a prensa na geladeira - Acho que você não tem nenhuma desculpa, tem? - a beija no pescoço - Tem?

- Odeio quando você consegue o que quer, sabia?

- Sabia!

Ambas se beijam intensamente, fazendo crescer o desejo a cada segundo.