PARTE III - A Decisão

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Depois do sexo incrível de "reconciliação" que fizemos, eu disse que precisava ir para a minha cabana, me limpar. Ele disse que iria procurar alguns amigos dele enquanto isso. E foi nesse momento que me toquei que deveria procurar o Hino. Como ele vai reagir ao descobrir que voltei para o Miro. Droga! Eu tinha que dar uma resposta para a declaração dele, sobre os sentimentos dele por mim. Droga!

Falando nele..

— Meu bem.. — o Hino disse vindo correndo na minha direção. Ele sempre correria para a minha direção. Ele sempre.. Será que depois de contar o que ocorreu, ele continuaria correndo para a minha direção? No fundo do meu coração eu queria acreditar que sim.

— Oi. — acabei falando de forma mais desanimada do que queria transparecer. Ainda bem que o Miro já não estava mais por perto faz tempo. Contar para o Hino sobre isso vai ser complicado, se o Miro estivesse ainda do meu lado, seria horrível.

— Está tudo bem com você? — ele me questionou tocando no meu rosto. Eu só não queria olhar para os olhos dele agora, não agora que ainda estava irradiando felicidade por ter ficado com o Miro. Droga!

Acabo o olhando com um semblante sério.

— Por que você tinha que se declarar para mim? Por que você tinha que me beijar? Pedir para que eu o escolha? Por que você quer estragar a nossa amizade? — acabo o bombardeando de perguntas, porque no fundo não queria dar a resposta. Eu não queria o rejeitar. Mas eu também não o queria desse modo, que ele me queria. Sim, eu fiquei confusa, porque fiquei cogitando dentro do meu ser, em talvez fazer uma pequena tentativa com ele. De uma forma egoísta, se o Miro não tivesse aparecido, talvez eu teria dito sim.

— Meu bem, eu te amo! Eu não canso de dizer isso, porque eu quero que você entenda que eu te amo, que eu te quero e muito. Que eu quero te fazer feliz. Se eu te beijei, e pedi para você pensar, é porque no fundo do meu ser eu acredito que você irá me escolh.. — ele deixou a última palavra morrer. E ficou olhando todo sério, exatamente ao que estava atrás de mim, ou melhor dizendo, quem estava se aproximando de nós.

— Oi, delícia! — ele diz me abraçando por trás e falando no meu ouvido. Eu só consigo ficar muda e não pronunciar nada. Acabo olhando profundamente nos olhos do Hino sem olhar para o Miro. – Oi, Hino! Já está sabendo que acabamos de voltar? — idiota! Sempre falando demais.

— Vocês, o que? — ele perguntou se afastando um pouco.

— Que a gente voltou. Agora pouco para ser mais exato — e ele continuava falando coisas. que era eu que deveria ter dito. OK! Não exatamente tudo tão detalhadamente, mas eu que deveria ter contado.

— Agora pouco? — ele continuava perguntando, e seu rosto parecia que ficava mais atordoado com cada palavra que ele pronunciava.

— Sim! Essa aqui, não te contou, não? — ele questionou me apertando, indicando que era eu.

— Por que você me encheu de perguntas como se "ainda" estivesse com dúvidas, quando na verdade você já escolheu muito bem? — ele me perguntou com um semblante furioso.

— Do que vocês estão se referindo — ele começou a questionar não entendendo nada, com um semblante sugerindo que alguém explicasse o que estava acontecendo.

— Eu não consigo acreditar que depois de tudo o que ele te fez você teve coragem de escolher ele. De voltar para ele. — ele falava de forma que demonstrava o quanto estava furioso, apontando diretamente para mim e para ele, indicando o quanto eu estava sendo burra por ter feito tal decisão. E estava começando a cogitar que realmente estava sendo.

— Eii. .. — o Miro começou a falar, mas o Hino o interrompeu e continuou falando. Enquanto eu ouvia tudo, parada, sem esboçar nenhuma reação. Eu não sabia o que deveria fazer, o que tinha que fazer.

— Você não me considerou nenhum um pouquinho? — ele me questionava de um jeito que estava quebrando o meu coração. E eu conseguia observar que ele estava preste a chorar, pois os seus olhos estavam completamente marejados, pronto para a qualquer momento saírem inúmeras lágrimas. Conhecendo ele por tanto tempo sabia perfeitamente que mesmo chorando poucas vezes, quando ele começava a chorar, não conseguia parar.

— Hino.. — eu não conseguia e não sabia o que dizer. Além de ficar olhando profundamente nos olhos dele, e ele conseguisse compreender toda essa confusão e dor que eu estava sentindo também. Estava me sentindo sufocada, e sofrendo mais ainda em ver como toda aquela situação se transformou em uma verdadeira tragédia.

— E ainda escolheu ele, logo ele.. — ele finalizou com a voz embargada, pois as lágrimas finalmente começaram a surgir. Ele começou a chorar e se afastou de nós começando a correr, e muito.

Ao ver que ele estava chorando, me desvencilhei-me do abraço do Miro, e corri atrás do Hino. Eu não estava acreditando que por minha causa eu estava fazendo o Hino chorar, logo ele que mais me consolava, me fazendo rir. Não permitindo que eu ficasse triste com inúmeras coisas que aconteciam na minha vida. Até mesmo quando o Miro sumiu. Foi o Hino que me consolou e me distraiu para não pensar no Miro.

Enquanto pensava nisso, o mais terrível de tudo enquanto corria atrás do Hino, é que o Miro não disse nada, e também não veio atrás de mim, ou me chamou tentando me impedir de ir atrás do Hino. A verdade estava começando a surgir de forma nítida, e enquanto corria, tentando acelerar mais ainda os meus passos, tentando alcançar o Hino que eu conseguia enxergar perfeitamente, que ainda se permanecia correndo, meu coração doía mais ainda.

A decisão precipitada que eu tinha tomado. Como eu pude ter escolhido tão erroneamente? Eu não deveria ter pensado? Refletido? Pelo menos um pouco? Pelo menos um pouquinho? Eu era tão estúpida assim?

Com todas as questões que surgiam em minha mente enquanto corria atrás do Hino, percebia que o caminho que eu tinha feito, talvez, só talvez, era um caminho sem volta.

Uma decisão com consequências que só de imaginar, estavam partindo mais ainda o meu coração.

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