FINAL - Descobrindo a felicidade

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Lá estava eu, em mais um encontro anual de férias. Onde todos os familiares, amigos, conhecidos e colegas de todos os grupos de amigos se reuniam. Em um grande e maravilhoso sítio bem localizado com uma nascente de cachoeira incluída, que era aberto para realizar esse evento anual, que a cada ano só crescia mais com novas pessoas decidindo participar também.

Tinham se passado um ano depois de tudo o que ocorreu comigo, o Hino e o Miro. Minha péssima escolha me fez ser estúpida o suficiente para escolher o duvidoso e que sempre partia o meu coração em pedaços, tendo o mínimo de respeito para com os meus sentimentos, e para comigo. De quebra, não considerando nenhum pouco algo que depois de uns meses refletindo sobre tudo o que tinha ocorrido, era algo seguro, e com tristeza hoje sei que poderia ter me deixado feliz. Sendo feliz tendo um relacionamento finalmente saudável, que eu sei, hoje, que ele nunca iria me tratar com desdém, ou fazendo pouco caso para com os meus sentimentos.

De longe consigo avistar e reconhecer o Hino abraçando alguém, que eu não consigo identificar quem seja. Eu sabia que ele estava finalmente com alguém, mas não quis atrás para saber quem era. Isso não era da minha conta. Eu não tinha nenhum direto de interferir, ou tentar me aproximar novamente do Hino. Eu não confiava em mim mesmo, tendo a certeza de que não acabaria o magoando novamente.

Quando tudo aquilo aconteceu, há um ano atrás, eu fui atrás dele naquele mesmo dia, correndo bem atrás, mas ele sempre conseguia correr mais rápido do que eu, e quando desacelerei, acabei perdendo ele de vista. Tentando andar um pouco apressada, tentei seguir para o caminho conhecido, mas acabei não o encontrando. 

Decidindo que era melhor voltar para área de acampamento, comecei a andar indo em direção a área onde a família do Hino sempre montavam as barracas deles, mas durante o caminho os amigos dos meus avós me pararam solicitando a minha ajuda com a barraca deles, pois tinha acontecido alguma coisa, e ela estava se fechando. Como eu percebi que eles estavam se sentindo desesperados por isso estar acontecendo, os ajudei encaixando os ferros corretamente, e as cordas que precisavam ser amarradas de um jeito que não se soltassem, caso desse algum vento ou chuva durante os dias que iríamos estar no acampamento. Quando percebi, tinha tantos erros que precisavam ser consertados na barraca, que comecei a xingar mentalmente as pessoas que eu sabia bem que teriam feito aquilo, os netos deles, que aliás, nenhum se encontrava alí naquele momento. Era de se esperar.

Assim que finalmente consegui terminar de deixar as barracas montadas de forma correta, como deveriam ter sido feitas. Os amigos dos meus avós me agradeceram, me oferecendo comida, mas como estava apenas com sede, aceitei apenas uma garrafinha de água, me despedindo deles, e indo finalmente em direção aonde a família do Hino montavam suas barracas. Quando consegui chegar lá os seus pais disseram para mim que o Hino tinha decidido ir embora e voltar para casa, pois tinha surgido alguma coisa importante para ele fazer e que precisava de sua atenção, mas prometeu dizendo para eles que iria voltar no dia seguinte.

Ao ouvir isso, o meu coração começou a doer mais ainda, e quando comecei a cogitar a possibilidade de ligar para ele, recebo naquele mesmo momento uma mensagem dele dizendo que não queria que eu o procurasse, e que também não poderia continuar sendo o meu amigo como antes. Pois sentia que as coisas não poderiam voltar a ser como antes, se desculpando por ter se atrevido a nutrir sentimentos por mim, ter me beijado e se declarado.

Ao ler isso tudo, eu queria me desculpar também. Dizendo o quão estúpida, e errada eu tinha sido com ele. Não pensando corretamente nas minhas ações.

Mas no momento que eu ia começar a digitar tudo isso, eu recebo mais uma mensagem vinda dele dizendo para que eu fosse feliz, e que iria agradecer se eu poderia não o procurá-lo mais, porque naquele momento ele estava sofrendo muito. E ele não queria se sentir assim.

De certa forma, eu consigo o compreender perfeitamente, respeitando sua decisão, e desistindo de enviar qualquer coisa para ele. Era nítido para mim naquele momento, eu tinha perdido o Hino.

E voltando ao presente, enquanto continuo andando me afastando mais de onde vi o Hino com a namorada dele e sua família, andando um pouco mais e estando com os meus pensamentos presos ao passado, acabei me distraindo, e ao olhar mais focada em minha direção e para onde estava indo, acabo me deparando com o Miro. Assim que ele me vê também, ele faz um aceno com um sorriso para mim, como um cumprimento. Assim continuando o seu trajeto que estava fazendo, abraçado com outra garota que eu nunca tinha visto mas sabia bem quem era.

Naquele mesmo ano quando tudo aconteceu, depois de ir atrás do Hino e não o encontrar, recebendo suas mensagens que cortavam por completo nossa amizade, ou qualquer outra coisa. Ao encontrar o Miro, assim que ele me vê ele começa a me dispensar, dizendo que fomos muito precipitados, e que já tínhamos tentado e não tinha dado certo, por isso tínhamos terminado, por saber que era um erro.

Mas ouvir tudo aquilo se tornava um grande absurdo, eu sabia que ele era um canalha, mas se provou sendo mais do que isso.

Tínhamos tentado? Quando tentamos alguma coisa? Quando foi que ele me levou a sério? Nunca tínhamos tentado. Nunca. Ele estava desistindo de mim outra vez. Parecia que meu coração estava se desfazendo em um milhão de pedaços.

Acabei soltando apenas um "Foda-se" e saí de perto dele. Quando já estava longe o suficiente, acabei chorando, e muito.

Chorando ainda mais depois de um tempo, quando descobri que ele tinha iniciado um relacionamento sério com alguém, e principalmente, a apresentando como sua namorada, algo que ele nunca tinha feito comigo. A mesma garota que ele estava abraçado agora pouco, eu sabia que era ela pois combinava perfeitamente com as características que tinham me contado a respeito dela, que aliás, me contaram também que ele a pediu em casamento a alguns meses atrás. Ela disse sim, e irão se casar em breve.

Enquanto continuo andando, começo a pensar que eu não tinha mais nenhum motivo para voltar aqui outra vez, e percebo que tive que voltar aqui para ter certeza e confirmar com os meus próprios olhos o quanto fui idiota. Percebendo que agir por impulso pode estragar o que você tem de mais precioso e importante. Decidindo ir embora do acampamento, ninguém iria sentir a minha falta mesmo, dizendo a mim mesma que eu nunca mais voltaria aqui novamente.

O acampamento que me dava tantas alegrias, e conforto. Agora só me trazia lembranças amargas, dores e tristezas.

A real felicidade que eu não iria experimentar mais.

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