𝚃𝚑𝚎 𝙰𝚌𝚝𝚛𝚎𝚜𝚜 - 𝙹𝚎𝚗𝚗𝚊 𝙾𝚛𝚝𝚎𝚐𝚊

𝚌𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 22

Tento me mexer para me sentar à mesa, mas meus pés não saem do lugar. Meus irmãos sorriem nervosos para mim o que me apavora mais ainda. Kyle se levanta e vem em minha direção, me abraçando.

— Tava morrendo de saudades de você — ele diz deixando um beijo no topo da minha cabeça — acho bom inventar a melhor mentira que puder — ele diz sussurrando no meu ouvido — vem tomar café com a a gente.

Ele me puxa e só assim saio do lugar. Passo por meu pai e não olho para o mesmo, evito ao máximo contato visual. Me sento ao lado de Kadden e passo a mão por seus cabelos e ele ri, percebo o meu pai olhando para mim e só assim olho para ele.

Seus olhos verdes penetram até a minha alma.

— Bom dia, pai. — finalmente tomo coragem para falar com ele.

— Bom dia para você também, garota problema. — Lydia se dirige a mim.

— Bom dia para você também, pegadora de jardineiros — seu rosto se fecha e uma expressão de raiva surge, meus irmãos abaixam a cabeça e riem baixinho.

— Eu não quero nenhum tipo de provocação das duas dentro dessa casa — meu pai diz sério.

— Não fui eu quem comecei — me justifico.

— Não importa. — ele respira fundo — Aonde você estava Katherine? — ele bebe um pouco do suco e fica esperando por uma resposta, quando abro a boca para responder, ele volta a falar. — Se for inventar uma mentira, pelo menos invente uma mentira boa porque seus irmãos não deram conta do serviço.

Meus irmãos ficam quietos comendo as suas comidas e Caleb aparece, me perguntado o que vou querer para ele poder me servir.

— Panquecas, por favor — sorrio para ele e volto a olhar para meu pai — fui para a casa de uma pessoa, bebi e não podia voltar estando alcoolizada então dormi lá — digo a verdade.

Ele me analisa por um tempo para tentar descobrir se estou contando a verdade ou não. Caleb volta com um prato com panquecas cobertas por uma calda e com um mirtilo no topo. Agradeço e dou uma garfada enquanto Caleb põe suco na taça.

Enquanto mastigo mais um pedaço da panqueca, escuto Lydia murmurar baixinho alguma coisa que tenho certeza ser uma indireta para mim.

— Lydia, se for falar alguma coisa de mim, fala alto o suficiente para eu ouvir — bebo um gole do suco e ela me olha indignada.

— O mundo não gira em torno de você, docinho. — ela diz cínica — não perco o meu tempo com pessoas que não valem a pena.

— Engraçado por que você nunca tira o meu nome da sua boca — minha voz se altera de forma significativa.

— Se acalma — Kad se inclina e sussurra no meu ouvido — ela tá só te provocando.

Respiro fundo e tento não deixar as provocações da mulher me afetarem. Continuo comendo tranquilamente enquanto meus irmãos puxam assunto sobre o jogo de basquete, afim de quebrar o clima.

Como calada enquanto meus irmãos conversam, meu pai não tira o olho de mim e Lydia finge que nada aconteceu.

No fim, perco a fome e não termino de comer as panquecas, me levanto para sair da mesa quando a maldita mulher fala:

— Que mal educada, se fosse minha filha, não sairia da mesa dessa forma.

Me viro para a mulher e sinto o ódio subir por todo o meu corpo.

— Olha aqui sua vagabunda, se você acha que só porque você está grávida...

— Katherine — meu pai me interrompe.