Nada a perder

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Mais um cap quentinho saindo do forno pra agradecer todo engajamento que o conto tem recebido. Obrigada por terem o abraçado <33
(...)

De volta à delegacia, o plano foi traçado. Um dos investigadores seguiria a abordagem que já se espera de qualquer caso: sondaria possíveis testemunhas e faria alguns interrogatórios, enquanto Anita, com seu poder havia conseguido prosseguir com uma abordagem conjunta, colocando a ideia de Vero em prática: iriam se infiltrar.

 Lógico que a loira não havia deixado Verônica fazer aquilo pessoalmente, como ela queria. Alegando que ela não possuía experiência em campo e poderia colocar tanto a operação quanto a si mesma em risco. A própria Anita iria se disfarçar.

Verônica constatava cada vez mais o quão brilhante a Delegada era naquele cargo e entendia cada vez menos o porque, em várias ocasiões antes, havia agido com pouco caso. O conhecimento que a loira passava mostrava total domínio sobre o que fazia, sobre todas as teorias e métodos que conhecia e a morena absorvia tudo o que poderia.

Anita parecia querer verdadeiramente que Verônica aprendesse, para além do faro nato que já possuía. Não como uma ameaça, mas como alguém que poderia vir a somar.

E isso a vinha deixando ainda mais inebriada perante aquela mulher que tanto jurou odiar.

- Você parece mais feliz - Seu fiel amigo escorrega com uma das cadeiras de rodinha, parando ao seu lado - Mais radiante. Eu gosto de te ver assim.

O sorriso da escrivã se ilumina enquanto girava em sua própria cadeira, ficando de frente para ele.

- Eu estou feliz! - Afirma - Quem diria que o divórcio seria minha carta de alforria. Agora eu... - Gesticula - Eu sinto ânimo. Que posso recomeçar. Seguir o destino que sempre quis e que sabia que poderia... Ai Nelson, você já se sentiu assim?

Ele a encaraca com um sorriso.

- Ontem a noite com meu cigarrinho prensado.

- Ai meu Deus. Você sabe que tá dentro de uma delegacia, não é?

- Ah Verô, até parece que você não conhece seu local de trabalho.

Ela nega com a cabeça e surpreende Nelson com uma abraço apertado.

- Eu estava com saudades - Por cima dos ombros do rapaz, ela visualiza a sala de Anita, onde ela já estava há um bom tempo conversando com Carvana. Suas expressões eram impassíveis, mas Verônica podia sentir e ver em sua aura, que estava incomodada. Aquele tempo convivendo mais de perto com a Delegada, também estava permitindo que a escrivã aprendesse muito sobre ela.

- Eu também, Verô. Precisamos marcar um barzinho qualquer dia desses.

- A gente vai se falando - Sua atenção já não estava mais ali e Nelson percebeu isso, logo voltando a sua sala.

Nas horas seguintes após a saída de Carvana, sempre que Vero direcionava seu olhar à sala de Anita, a pegava concentrada em algum papel. As vezes enrolando uma pontinha dos fios douradas entre os dedos, outras vezes mordendo a caneta. Seu semblante cada vez mais incomodado e cansado.

No fim do expediente, quando um dos últimos policiais já estava de saída, o celular de Vero acende com a notificação.

Talvez tivesse prestado mais atenção em Anita do que deveria, mas percebera que não havia comido nada o dia inteiro e pediu uma pizza para dividir com ela.

Senses - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora