𝖢𝗈𝗇𝖼𝗅𝗎𝗂𝖽𝖺 › 𝖺𝖻𝗈
❝𝐋ee Félix é um ômega solitário que luta para sobreviver a cada inverno em sua alcatéia, trabalhando arduamente na confeitaria de Seo Changbin para poder bancar a família e sobreviver. Ansiosamente, ele espera para co...
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UMA SEMANA depois da discussão com a mãe, Félix pôde ver a primeira neve cair. Ele caminhava entre as ruas sem asfalto, apenas marcadas por tantas idas e vindas, e pensava em como o trabalho na confeitaria de Changbin não estava gerando muito dinheiro. Era muito difícil comprar alimentos no inverno e todos deviam fazer o estoque meses antes, mas a situação também não estava favorável, foi então que o primeiro floco de neve caiu em sua mão. Por pensar que aquilo era um sinal de sorte, juntou as mãos e fez uma prece para que conseguisse sobreviver a esse inverno. Pediu também para não ter que deixar a confeitaria, pois ali estava o seu sonho de se juntar a Changbin e fazer doces tão lindos quantos os dele, entretanto agora, ele não passava de um mero aprendiz e aprendiz nunca ganhava muito. Jiyoung era alfa, então tinha muitos empregos ao qual escolher e ela optou por trabalhar na vigia da alcatéia. O salário era ótimo e o suficiente se ela não pegasse algumas quantias para presentear sua ômega, ou guardar para comprar uma casa para morarem. Era injusto, mas Félix não era egoísta, se tivesse a mesma oportunidade, faria o mesmo. No entanto, ele não tinha um alfa e não dava para abandonar as crianças na mão da mãe. Ela não conseguia nem cuidar de si mesma.
A vida era tão injusta...
A sorte parecia, no entanto, estar ao seu lado, pois Félix ainda não havia tido seu primeiro cio com seus dezoito anos. O cio vinha se reprimindo desde os dezesseis e nunca mais deu indícios de que chegaria. A única coisa que o denominava ômega, era seu cheiro de baunilha e menta, um cheiro que não agradava muito os alfas — que adoravam cheiro de frutas e flores —, e a sensibilidade de um. Este último às vezes cobrava uma estabilidade emocional que Félix não tinha, já que se tornava mil vez mais sensível na época que deveria ter o cio.
O ômega chegou cedo na bela confeitaria de Changbin, onde este trocava beijos carinhosos com seu alfa. Lembrava-se muito bem da história como se conheceram e de como ficaram juntos. Descobriram que eram destinados no primeiro encontro e desde então ambos têm sido o casal mais carinhoso da alcateia. O ômega suspirou. O que não daria para ser tratado daquele jeito... um dia, prometeu a si mesmo, ele e seu alfa serão o casal ícone dali e todos irão querer ter o tipo de relações que eles terão. Embora estivesse cedo, Félix não via a hora ter sua própria casa, com dois filhotinhos correndo e brincando com o alfa enquanto ele cozinhava para a família. Suspirou novamente. Essa era uma imagem de um futuro quase inexistente.
— Félix! — chamou Changbin depois que destrancou a porta. O garoto nem havia notado quando o casal havia se separado. — Vai ficar aí fora no frio ou quer entrar e tomar um chocolate quente? — perguntou com um sorriso carinhoso.
O Lee corado pela forma que o outro o tratava, entrou rapidamente, sentindo o ar quente do local aquecer seu pequeno corpo. O Seo, diferente dos ômegas comuns, era corpulento e mandão, mas muito carinhoso e extremamente dramático. Às vezes o menor se perguntava como Christopher aguentava-o.
