O Começo

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Era um dia frio, não consegui ver o sol sob as nuvens, chovia como se um chuveiro dentre as nuvens tivesse estourado, aquela água diferente, como se fosse um chamado da morte.

Logo mais a notícia chegaria, para mim, não foi surpresa alguma saber que meu pai havia se matado, o que poderia esperar de um alcoólatra e viciado, não muito, mas isso me feriu bastante. Foi o Começo de algo que nem eu mesma poderia imaginar, em meus sonhos, o Começo, simplesmente um começo.

Apesar de tudo meu pai era carinhoso, amável, somente quando queria, muita dás vezes era estúpido, um homem amargo e frio, com minha mãe tratara da pior maneira possível, tenho minhas dúvidas, porém acho que batia nela.

Minha mãe Rosa, é mais delicada que uma flor, tão majestosa, todos que à conhecem se encantam, ela é pura, às vezes, chega a ser ingênua demais, por isso creio que ela não queria deixar meu pai, Paiva como ela sempre o chamava, pelo seu segundo nome, muitas pessoas os chamavam assim, como não, ele era médico, um dos melhores, minha mãe sempre ressaltou, sua morte foi uma verdadeira tragédia para a Medicina, o que se era estampado nos jornais.

*

Na escola a unica coisa que as pessoas faziam era me consolar, fiquei uma semana sem ir para à escola, tudo porquê minha mãe achava que seria melhor não enfrentar o mundo, ir aos poucos, um passo de cada vez .
E assim os dias de passaram eu no meu quarto, sem visitas é claro, minha disse que precisavamos refletir, só acho que ela falou isso porquê ninguém foi me ver, afinal quem ira? Uma de minhas amiguinhas, claro que não elas não eram falsas o suficiente para isso, vir consolar a pobre Larissa, só ficava com elas por causa da mamãe.
A cozinheira Mariana me disse que alguém veio me ver, ela falou que não era alguém conhecido parecia ser mais velho do que meus amigos, aquilo me deixou perplexa, quem viria me ver, talvez alguém da escola? Alguém de verdade? A Mariana, jamais mentiria pra mim, não é? .

O dia se passou, a escola continuava a mesma impecável, portões sublimes, pintura mais do que perfeita, os melhores professores do país, valia apena a fortuna que meus pais gastavam lá, mais tudo isso não era pra mim. Felizmente já estava acabando, era o meu último ano lá.

*

Quando as aulas já haviam acabado naquele dia, estava eu me dirigindo para o carro, Matheus já abrira a porta para entrar quando ouso alguém falar meu nome.
- Larissa? Com uma voz não muito calma mais apressada, e suave ao mesmo tempo. Naquele momento já sabia de quem se tratava, André.
Seria ele o mesmo quem fora em minha casa me ver? Ele era o mais velho dentre os meus amigos, até da escola talvez, mas seria ele me questionei, e quando virei lá estava ele com seus olhos azuis cor do mar, sua pele tão macia, seu sorriso mais branco que a neve, sua voz suave, ele sempre foi o mais cobiçado da escola, mas por um motivo que não sei explicar, parece que era de mim que ele gastava.
Queria correr para seus braços ficar com ele para sempre, pois quando estou com ele, meu coração acelera, fica difícil de respirar, eu fico toda diferente com ele mudo, pelo menos é o que eu sinto, por aí dizem que é amor, paixão, sentimentos inexplicáveis, para cada um vem de um jeito distinto.
- Oi? Foi a única coisa que saiu de minha boca, engolindo o nada, com o coração acelerado, respiração ofegante, esperando que ele me respondesse, algo como : eu sempre estarei do seu lado, fica comigo, qualquer coisa, mas tudo o que ele disse foi:
- É, com uma pausa que parecia não acabar, e continuou.
- Você faltou nos ensaios da banda, ainda vai ficar ou era só um capricho?
Como assim? Do quê o André estava falando? Todas, às vezes, que falávamos sobre à banda sempre falei que era a única coisa que me fazia continuar, não entendo o quê ele quer dizer, se foi ele quem foi em casa, porquê me tratara assim?
Aquilo me envolveu um odio não sei bem, parecia que não estava falando com o mesmo André, que conhecera a anos, tive vontade de mandar ele ir e nunca mais olhar para mim de novo, mais não soube o que fazer fiquei ali sem responder segurando a porta do carro, e ele voltou a falar.
- Larissa? Ainda sabes onde fica o lugar onde ensaiavamos? Também não respondi, como se fosse resposta a um sarcasmo, ele tirou um pedaço de papel do seu caderno e anotou o endereço e deu ao chofer, lhe dizendo:
- Se ela quizer ir, a deixe neste local, está aí a hora e data.
E assim ele foi com passos lentos, como se espera-se que eu corresse para falar com ele, mais nem isso consegui, ainda estava chocada com a maneira que ele havia falado comigo e o Matheus, me chamou :
- Senhorita? Vamos? E sem perceber saíram palavras da minha boca :
- Sim, Matheus ! Eu respondi confusa.

*

Quando estávamos à algumas quadras de casa o chofer me questionou:
- Senhorita, perdão em me intrometer, mas gostaria de saber se irá para o tal lugar que aquele seu colega falou? Respirei profundamente antes de responder, já havia pensado bastante no caminho que fazera da escola à casa, e com uma pequena pausa respondi:
- Sim, irei para os ensaios! Mais o quê exatamente está escrito aí, no papel que o André lhe deu? Ele sorriu através do espelho do carro e disse:
- Vou ler o que está escrito, palavra por palavra! E sorriso gentilmente olhando no retrovisor do carro e pegou o papel do guarda-luvas e leu em voz alta e sarcástica:
- Se ela quiser ir, diga que sabe o lugar, continua o mesmo! A mesma hora, nos mesmos dias
E ainda tem mais um p.s, Ele disse
P.S : vê se não se atrase de novo

E rimos até chegar em casa, quando cheguei deixei minhas coisas lá no carro e corri para meu quarto, quando subia à escada rapidamente, ouvi vagamente à mamãe dizer:
- Larissa? Como foi a escola? Filha? Venha aqui?

*

Quando à noite chegou eu ainda estava pensado naquele dia, estranho que havia se passado tentando entender porquê o André havia agido daquela maneira, lágrimas que não podia controla, não tinha aquela sensação desde que meu pai havia morrido, e à noite passou, a madrugada veio e nada do sono ou choro cessar, até que ouço batidas na porta do meu quarto, tento limpar as lágrimas e me conter e digo:
- Quem é? E como sussurros respondeu:
- Eu, Mariana, abri a porta Larissa, trouxe algo para você comer, ande abra a porta!
Um sorriso finalmente veio ao rosto era ela, minha fiel confidente, e disse:
- Pode entrar, a porta sempre estará aberta pra você!
E risos consumiram o quarto quando ela entrou, e falei com ela tudo o que havia ocorrido até perder a consciência e dormir à tantas da noite.

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⏰ Última atualização: Jul 04, 2015 ⏰

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A vida de uma menina nada comum- olharesOnde histórias criam vida. Descubra agora