Chou Tzuyu, uma compositora em decadência que estava mais uma vez perambulando pelos bares de jazz cheios de música, bebidas alcoólicas caras e obviamente café, para manter acordados os que não conseguiam dormir e apenas queriam se esquecer dos male...
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"Strangers in the night Two lonely people we were strangers in the night Up to the moment When we said our first hello Little did we know Love was just a glance away..."
Eu estava mais uma vez sentada ali, naquele balcão de bar ouvindo a leve melodia de piano a tocar e remoendo os pensamentos em minha cabeça, lembrando sobre como haviam rejeitado mais uma de minhas músicas na reunião que tivera na empresa, naquela manhã.
Senti minhas mãos formigarem de raiva apenas por lembrar de suas expressões, debochadas e superiores.
Esses filhos da puta diziam que eu era incrível a uns meses atrás.
Quando me mudei pra Los Angeles por causa de uma oportunidade única de trabalhar na tão famosa e prestigiada, Melody Records Entreteinment, pensei que pelo menos as coisa começariam a dar certo.
Mas infelizmente não foi caso.
Batuquei os dedos no balcão de madeira, seguindo o ritmo do piano constante que tocava ao fundo.
"Isso aqui está uma porcaria Chou!"
"Não acredito que gastou seu tempo achando que isso havia ficado realmente bom..."
"Parece uma cantiga infantil feita por uma criança de cinco anos... Tem certeza de que é uma compositora, senhorita Chou?"
Levei mais um pouco da bebida cara a boca, sentindo o leve ardor na garganta, somente para voltar a repensar sobre a minha vida melancólica e deprimente.
Eu me perguntava: Como exatamente eu havia chegado a este ponto?
Não me leve a mal, eu amo o meu trabalho já que é literalmente o meu sonho realizado. Escrever músicas e produzi-las é tudo que eu sempre quis e sonhei, mas agora... Acho que perdi o jeito da coisa. As palavras não saem como o planejado e a melodia não é mais um agrado para os meus ouvidos, está mais para um disco aranhado ou como um texto de apenas rasuras.
Eu me tornei de prodígio na composição, para fracasso em ascenção.
Quem diria que a tão prestigiada e admirada Chou Tzuyu, estaria afogando as mágoas mais uma vez em um bar de jazz perdido no meio de uma rua repleta deles, feitos apenas para atrair velhinhos apaixonados, - como os que estão dançando lentamente atrás de mim- em uma Los Angeles ainda barulhenta e cheia de pessoas, mesmo que seja uma da manhã.
É até engraçado pensar que eu poderia estar agora, na grande festa de fim de ano da empresa, a onde estariam presentes os mais renomados artistas de todo o mundo, além das diversas apresentações que iram preencher a madrugada toda.
Realmente incrível, mais uma oportunidade de ser humilhada mais uma vez, só que desta vez na frente de cantores que poderiam me dar uma chance de compor algo para um album novo.
