Cap_01

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Pov_Freen

- Caralho, Freen - vejo a Nam impressionada com a adrenalina percorrendo meu corpo. Eu me levantei rapidamente do golpe que ela me deu.

- Isso é tudo que tem? - debocho, cuspindo um pouco de sangue e ainda lhe dou um sorriso. Seu semblante se fecha e vejo que consegui o que queria. Ela vem para cima de mim com tudo, tenta acertar meu rosto, mas desvio a tempo e consigo acertar um soco nela. Ela tenta revidar, mas seguro seu braço, giro e a derrubo no chão. Subo em cima dela, impedindo qualquer movimento. Ela se debate tentando sair.

- Você sabe que é só desistir que saio de cima de você, né? - falo rindo. Sempre é assim quando treinamos juntas, não pegamos leve uma com a outra, mas sempre acaba em risada.

- No seu sonho, Sarocha - não sei como, mas ela conseguiu girar nosso corpo, deixando o dela por cima do meu.

- E agora, quem vai pedir para desistir mesmo? - Quando penso em retrucar, a porta da sala se abre e vejo Heng vindo em nossa direção. O Heng é o melhor hacker da nossa organização, enquanto a Nam e eu somos assassinas. A Nam é a melhor no combate corpo a corpo, já eu sou a melhor com as armas, principalmente sniper. Sempre concluo minhas missões com êxito. A única regra que tenho é que não mato crianças nem mulheres. A Nam segue essa mesma regra. Nos conhecemos quando a Nita me recrutou. Meu pai tinha acabado de morrer, minha mãe estava desempregada e minha irmã ainda era uma criança. O aluguel da casa em que morávamos estava atrasado e o dono queria nos despejar. Sem muitas opções, acabei aceitando entrar para a organização. Ela me ensinou tudo que sei, mas acabei me tornando a melhor assassina que ela tem e a mais temida do submundo. Todos têm medo de mim, mesmo sem saber meu rosto ou meu nome verdadeiro. Nenhum deles ficou vivo depois de ver meu rosto. Preservo muito minha identidade Até porque, se descobrissem quem eu sou, colocariam a vida da minha irmã e da minha mãe em risco, e isso eu nunca permitiria.

A Nam já trabalhava aqui quando eu cheguei, não gostava dela, mas depois viramos inseparáveis, carne e unha. O Heng entrou um pouco depois, e a Nam, com jeito dela, logo o trouxe para fazer parte do nosso grupinho.

- Desembucha logo, Heng - Nam fala, olhando para nosso amigo. Aproveito o momento de distração dela e viro meu corpo, jogando-a para o lado e ficando por cima de novo.

- Acho que está dois a um agora - digo, levantando-me de cima dela. - O que foi, Heng?

- A Nita pediu para te chamar na sala dela - ele diz, reservado, olhando entre mim e Nam.

- Tudo bem, vou só tomar banho e vou até lá - digo, e ele sai. - Você vai tomar banho também? - pergunto a Nam, já saindo para o vestiário e vendo ela vindo atrás de mim.

- Será que é outra missão para você?

- E quando não é o Nam - falo sinceramente, pois toda vez que a Nita chama é porque tem alguém para eu eliminar. Ela concorda e entramos no vestiário, tomo banho e pego uma roupa limpa no armário.

- Depois daqui, hoje vamos para o bar? - Nam aparece em minha frente, já vestida também.

- Com certeza. Quem mais vai?

- Eu, você, Heng e a Engaf - concordo com a cabeça e me retiro, indo para a sala da Nita. Assim que chego à porta, dou uma batida e escuto ela mandando eu entrar.

- Heng falou que você queria me ver - digo, já me sentando em frente a ela. A cadeira macia me faz relaxar um pouco.

- Sim, tenho um caso para você. Ele é um político, não é um dos mais importantes, mas mesmo assim você tem que ter muita cautela. Você pode escolher alguém para te ajudar com esse caso, já que ele anda com vários seguranças aqui. Toda ficha dele, o que você precisa saber - ela me entrega uma pasta com vários papéis e uma foto dele.

- Quanto? - pergunto a ela, que me olha com a sobrancelha arqueada.

- Cento e cinquenta mil - ela sorri - aí, tudo que precisa saber - pego a pasta com a ficha dele e saio da sua sala. Meu celular vibra com uma mensagem da Nam falando que já está no bar. Guardo a pasta com o documento em minha bolsa e vou até a garagem. Dou um sorriso ao ver meu bebê parado, me esperando. Minha moto foi a primeira coisa que comprei para mim quando ganhei bastante dinheiro. Subo nela, coloco o capacete e vou para o bar que a Nam falou.

Pov_Becky

- Essa universidade está acabando comigo - Irin fala, sentando-se à mesa com a bandeja em mãos.

- Nem me fale, Irin. Eu e ela estudamos na mesma faculdade, porém ela faz psicologia enquanto eu faço direito. É muito puxado.

- Eu nem tenho mais vida social. Da faculdade para o trabalho e de lá para casa, e ainda tenho que estudar em casa. Não sei nem o que é beijar mais - ela fala frustrada.

- eu ouvi "beija", se quiser, posso ensinar. Nom chega se sentando ao meu lado. Conhecemos ele quando entramos na faculdade, ele faz administração. Ele é o típico filhinho de papai que tem tudo o que quer e vai assumir a empresa do pai.

- Obrigado, mas eu passo - Irin fala, fazendo cara de nojo.

- Eu também não iria te beijar, todos os meus beijos estou guardando para quando a Becky resolver me dar uma chance - ele vira o rosto para mim e pisca. Sempre assim desde que comecei a estudar aqui, ele sempre flerta comigo e eu apenas ignoro.

- Não era nessa idade que chegamos ao ápice de festas, bebidas e muita pegação.

- Vocês não vão para a festa porque não querem, eu sempre chamo - Nom fala com uma careta no rosto.

- Diferente de você, temos que trabalhar, senão somos mandadas embora - respondo.

- Você fala isso como se realmente seus pais fossem te demitir - Irin retruca.

- É, mas, independente, eu sou funcionária deles também. Eles já me ajudam pagando a faculdade e, se eu parar de trabalhar, como vou pagar meu aluguel? Saí da casa dos meus pais assim que terminei o ensino médio, pois queria ter minha independência. Como eu já trabalhava para eles, tinha uma economia. Quando ganhei a bolsa de estudo, eles disseram que me ajudariam a pagar e que eu poderia ainda trabalhar com eles, que iriam me pagar normalmente. Enfim, temos que comer logo, Irin, senão vamos perder o ônibus e nos atrasar para o café.

- Se vocês quiserem, eu posso dar uma carona a vocês.

- não vai ser necessário.

- claro que queremos. Nom vai ser uma ajuda e tanto - Irin interrompe minha fala aceitando.

Quando terminamos de comer, o Non deu uma carona até o café dos meus pais, onde eu e a Irin trabalhávamos. Trocamos de roupa e colocamos o avental.

- Ajuda aqui, por favor - Irin pediu, virando de costas para eu amarrar seu avental.

- Prontinho - falei quando terminei o laço.

- Oi meninas, como foi a aula de vocês hoje? - minha mãe entrou na dispensa.

- A mesma coisa de sempre, mãe.

- Minha turma começou a estudar as teorias cognitivo-comportamentais.

- Parece interessante - comentou com um sorriso no rosto. - Agora está na hora de vocês começarem a trabalhar, vamos logo saindo daqui - bateu palminhas nos expulsando da dispensa.

O dia foi bem longo hoje. Recebemos vários clientes. Eu e a Irin tivemos que fechar o café. Mamãe já tinha ido para casa.

O café ficava três ruas depois do prédio onde eu e Irin morávamos. Sim, morávamos no mesmo prédio, mas em casas diferentes. Eu morava no 101 e ela no 150. Assim que abri a porta, o Bombom veio correndo em minha direção pedindo carinho.

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Boa noite, pessoal! Espero que gostem dessa nova fic. Espero o apoio de vocês aqui também.

Me contem Oque acharam.

Beijos, até o próximo!

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⏰ Última atualização: May 06 ⏰

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Café,amor e segredos (FreenBecky)Onde histórias criam vida. Descubra agora