Alix narrando
Ela entrou com um lanche leve, parou com a bandeja em minha frente.
- Na mesa ou na cama? - Ouvi-la dizer aquilo me fez recuar um pouco. Do que ela estava falando?
- Sai pra lá! Tá maluca? - Franzi a sobrancelha.
- Você vai comer sentado na cama ou na mesa? - Ela revirou os olhos e prendeu o riso. - Estou falando da refeição.
- Não revira os olhos para mim, não gosto disso. - Falei ríspido, para não demonstrar que fiquei sem graça.
- Desculpe. - Ela abaixou a cabeça.
- Pode por lá na mesinha, vou no banheiro primeiro. Quer me ajudar lá também? - Sorri de um jeito que a deixaria sem graça.
- Só podemos fazer pelo paciente aquilo que ele não é capaz de fazer por si mesmo. - Para minha surpresa ela não ficou sem graça.
- Bla bla bla. - Falei com deboche e entrei no banheiro. - O que tenho que fazer pra essa garota me deixar em paz? Tenho que melhorar logo, só assim vou ter paz. Sai do banheiro e sentei para me alimentar. Ela me observava de longe. - O que é? Já pode ir embora.
- Com licença, depois eu volto com o medicamento. - Ela falou gentilmente e saiu. Minutos depois ela voltou com um despertador na mão. - Isso é pra eu não te assustar. - Colocou na cabeceira da cama e saiu.
Que mulher chata! Fiquei observando ela sair. Liguei para De La Cruz.
- Cara, quanto você quer? Vem buscar essa garota. Ela está parecendo minha mãe.
- Estou viajando, quando voltar de viagem passo aí. - Ele falou com ar de riso e desligou na minha cara.
Eu mereço, não é possível.
Tomei o suco e comi o lanche, tomei banho e deitei para dormir. Já estava tarde.O dia estava amanhecendo e o despertador começou a tocar, bati nele e taquei longe, eu estava com uma dor de cabeça horrível e parecia estar com febre também.
- Desse jeito vai quebrar. - Ela entrou com os remédios.
- Você é muito chata, sabe disso? Irritante! Parece até um fantasma. - Ela deu um sorriso fino. Mahelí não se arrumava, sua beleza estava escondida atrás de um rabo de cavalo baixo, uma blusa larga e calça de moletom. Talvez seja para não me seduzir, talvez tenha medo que eu me atraia por ela. Coisa que é quase impossível acontecer.
- Essa chatice é para seu bem. - Ela se aproximou e deu o remédio na minha mão, pegou a garrafinha de água e me entregou. Mahelí parou de frente comigo e ligou o abajur, ela me encarava.
- O que é? Vai morder ou coisa do tipo? - Ele me observou por uns segundos.
- Você está com febre? - Como ela sabia?
- Não, estou bem. - Deitei e puxei a coberta.
- Posso colocar a mão em sua testa?
- Não. - Fui seco. Vai, eu quero descansar.
Ela virou e saiu do quarto, virei para o lado e me encolhi um pouco, respirando aliviado. A febre aumentou em segundos, eu me tremia todo. O frio estava insuportável.
- Alix, toma o remédio. - A voz dela ecoou atrás de mim, me fazendo dar um pulo de susto.
- Cara, eu estou quase dando um tiro em você. Está insuportável você aqui toda hora. Me deixa em paz.
- Depois que você melhorar, não vai ver minha cara mais. Pode ficar tranquilo. - Sentei na cama e me encolhi um pouco. Ela me deu o remédio e a água.
- Satisfeita? - Falei após beber a medicação.
- Vou ficar aqui sentada, até a febre passar.
- Pronto! - Passei a mão no rosto. - O que eu fiz para merecer isso? Quem eu matei que não era pra matar meu Deus? - Ela sentou na poltrona no canto do quarto e ficou ali. O quarto estava escuro, deitei e fiquei a observando. A febre aliviou e eu adormeci.
Senti Mahelí, depois de algumas horas, mexendo no meu braço suavemente para colocar o termômetro.
Ela verificou e talvez tenha visto que eu não estava com febre, pois não me deu mais remédios. Sentou na poltrona novamente e eu adormeci.
Acordei pela manhã e a vi cochilando na poltrona, o tempo estava muito frio, ela se escolheu toda e temia um pouco. - Ei. - Balancei seu ombro. - Vai para seu quarto. Fica dormindo no quarto dos outros.- Desculpe. Fiquei a noite toda te monitorando. Acabei cochilando. Você está melhor? - Ela bocejou e olhou para mim.
- Sim, estou melhor. Agora vai. - Levantei e sentei na cama.
- Vou preparar seu café da manhã. E trazer seus remédios. - Ela saiu do quarto, dava para ver a exaustão em seu rosto. Pensei em levantar, mas me senti mal e deitei novamente, será que eles colocaram veneno na munição que me atingiu?
Fiquei tonto e deitei, ela entrou com as coisas.- O que foi? Está se sentindo mal? - Ela colocou o termômetro embaixo do meu braço. Eu estava com febre novamente. - Eu acho que essa munição estava batizada. Seu ferimento está muito quente. - Ela colocou a mão em cima do curativo. - Tem que pedir para entregarem alguns medicamentos específicos.
- Escreve aqui. - Dei meu celular em sua mão. Ela digitou a lista e me deu o celular. Copiei e enviei para a farmácia.
- Se alimente.
- Não estou conseguindo sentar, estou me sentindo estranho. - Minha cabeça estava explodindo, meu corpo e juntas doíam.
- Vou dar em sua boca, você não pode ficar sem comer. - Ela pegou a bandeja e colocou em cima da cama. Apoiou minha cabeça e deu o café da manhã na minha boca, eu não estava em condições de rejeitar nada. Os remédios chegaram e ela foi buscar.
- O que é isso? - Me referi a sacola de remédios em sua mão.
- Vou fazer um coquetel para você. Assim você vai melhorar logo, mas vai demorar alguns dias.
- Aproveita e coloca álcool nesse coquetel. - Ela olhou para meu rosto e balançou a cabeça, prendendo o riso. Eu falei para ser irônico, mas ela achou graça. Mahelí misturou os medicamentos e me deu.
- Bebe tudo. - A encarei por um momento e olhei para os remédios. - Eu não vou te matar, está bem? É para você melhorar. Tomei os remédios e deitei novamente.
- Daqui a pouco eu volto para ver se você consegue se levantar. Quer tomar banho no chuveiro, ou quer que eu te dê no leito? - Ela falou séria.
- O quê? Tomar banho na cama? - Parei por um tempo pensando. - Claro que vou tomar no banheiro.
- Está bem. Descansa. Já volto para te dar banho.
- Está doida? Eu tomo sozinho.
- Como você quiser.
Os dias se passaram e eu tive uma piora. Mahelí ficou o tempo todo do meu lado, me alimentando e dando os medicamentos no horário certo. Ela estava ficando na poltrona, eu acordava pela madrugada ela estava lá, encolhida.
Eu queria levantar a cobri-la, mas não tinha forças para isso.
Após uma semana eu estava novinho em folha, mas em compensação Mahelí estava exausta.
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Fake Love - Triologia 1°
RomanceApós um mafioso ser traído por sua noiva, ele passa a não acreditar que o amor pode existir. Ele se torna mais sombrio e solitário, achando que só existe amor falso. Para sua surpresa descobrirá o que é ser amado e o que é amor, ele verá como am...