A primeira aula de sexo, mas sem sexo

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Quando Sabrina se despediu, ficamos alguns minutos em silêncio. Percebi que ela esperava que eu fizesse perguntas. Pensei um pouco e decidi:

- Granger, você e o idiota lá não eram apaixonados desde crianças? O que deu errado?

Para a minha surpresa, ela começou a chorar:

- Não sei, Malfoy! Para mim estava tudo perfeito. Eu o amo desde os 11 anos, mas só entendi os meus sentimentos aos 14. Ele é meu melhor amigo, é tão lindo, tão doce! 

Fiz uma careta. Lindo? Lindo era demais! 

- Mas, nas férias de verão, logo depois da guerra, Ron começou a se afastar de mim. Enquanto Harry e Gina tiveram a sua primeira vez. E a segunda, a terceira, a quarta. - ela parou de chorar e riu.

Eu ri também. Ela começou a chorar de novo.

- Eu já entendi, Granger. Você quer sexo e ele não. 

Ela reagiu de um jeito furioso inesperado:

- Não é isso! Eu acho que ele não quer porque me acha muito travada, puritana, sei lá. Eu não sou nada disso, mas é que antes a gente nunca tinha conversado sobre essas coisas, entende?

Eu não entendia, não. Ela pensava demais, isso era irritante. Sexo é para ir fazendo e experimentando, não tem que ser perfeito, não tem uma linha de chegada, nem nota 10 na prova final. Mas achei que seria muito rude dizer isso pra ela e amenizei: 

- O que eu acho é que você talvez precise de mais prática e menos teoria. Ele ainda é virgem? Talvez esteja apavorado.

-Ele é, sim. Nós dois somos. Mas com Harry e Gina tudo deu certo. Eles se descobriram juntos, estão noivos, foi tudo perfeito.

- Não existe perfeição, Granger. 

Ela bufou.

- Oras, Malfoy, tudo o que existe neste mundo pode ser aprendido e aperfeiçoado! Eu não quero aprender a ter ou a deixar de ter prazer. Eu quero é que você me ensine as técnicas certas, o que fazer para ele me desejar e ficar satisfeito.

Eu olhei para ela sem acreditar na quantidade absurda de bobagens que estava falando. Ela era a bruxa mais inteligente da nossa geração, não era? Mas estava agindo como uma idiota.

- Nem tudo se aprende em livros, Granger. E não existe uma técnica. Cada pessoa é única. Ele muito provavelmente está com algum bloqueio psicológico por causa da guerra e...

- Besteira! Aff, não aguento mais isso! Harry, Gina e Luna fazendo terapia, Neville tendo pesadelos... nós vencemos! É hora de virar a página! E temos tantos planos que o Ron está estragando, sabe? Quando estávamos acampados, só nós 3, Harry sentia muita saudade de Gina. Ele dizia que pensar nela dava força para ele enfrentar mais um dia de guerra. E a gente começou a sonhar junto, que venceríamos a guerra, voltaríamos para Hogwarts, aproveitaríamos muito o nosso último ano. Harry e Ron seriam aurores, eu iria trabalhar no departamento jurídico do Ministério e lutaria pela libertação dos elfos domésticos e pelos direitos dos nascidos trouxas. Depois de alguns anos, nos casaríamos juntos, Harry e Gina, Ron e eu, numa cerimônia à luz do dia na Toca. E viajaríamos de lua de mel juntos e...

Comecei a gargalhar. Não aguentei. Ela queria um conto de fadas perfeito, uma vida toda planejada. Como uma pessoa tão inteligente poderia ser tão tola?

- Do que está rindo, posso saber? - ela perguntou, furiosa.

- Ai, Granger, você, mais do que ninguém, deveria saber que a vida não pode ser planejada desse jeito todo certinho, como nos romances água com açúcar que você gosta de ler. Depois de tudo o que você passou, os horrores da guerra que testemunhou, a tortura que a minha maldita tia Bella fez com você... você não aprendeu nada? 

- Como assim, Malfoy? Você está me chamando de burra??? 

Eu suspirei fundo antes de responder:

- Talvez Ron tenha razão. Sexo é coisa de adultos. Você precisa crescer antes de pensar em fazer. 

Ela se levantou da cadeira, os olhos faiscando de ódio. Abriu a boca para gritar alguma coisa, mas não conseguiu. Pegou o copo de cerveja amanteigada e jogou na minha cara.


Aulas de sexo com Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora