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Obs: Capítulos não revisados.

Eduardo Cambridje

Me aproximo lentamente do pequeno corpo encolhido nos arbustos. Porque aquela garota estaria naquele estado? Geralmente não me compadeço de situações com essa, para mim soa mais como inconveniente. Diariamente cenários de pessoas marginalizadas são comuns na capital só que algo estava muito errado, claro que estava errado.

Me agacho com cuidado para analisar melhor o pequeno ser humano, não estava morta já era um bom sinal, a olho atentamente de uma distância considerável, sua respiração era rápida e curta, seu corpo produzia pequenos tremores e seus dedos finos mesmo em um estado de inconsciência pressionam a mochila junto ao busto. Não sou um maníaco que prefere observar do que logo talvez prestar algum tipo de ajuda, essa análise foi feita em questão de segundos. E o seu estado me deixa desconhecidamente tenso.

Tiro alguns fios castanhos colados em sua bochecha e a balanço levemente com o objetivo de acordá-la.

-Garota, o que você tem, levante - Chamo novamente e ela não se move. Me atrevo a tocar em sua testa que está quente e desconfio que esteja com febre, deve ser por conta desses machucados já inflamados.

- Vamos lá garota.- Digo mais pra mim do que para ela, quando resolvo pegá-la nos braços a intrigante garota abre lentamente aqueles grandes olhos castanhos levemente puxados. No início ela fixa no meu rosto, porém era como se não me enxergasse no momento e logo em instantes se recobra do estupor no qual se encontrava e solta um grito altivo e assustado.

Com rapidez levanta aos tropeços e com tontura perceptível dar alguns passos para trás se afastando de mim.

-Espera, não irei te machucar, porque você está desse jeito? -Permaneço abaixado para não assustá-la ainda mais. Ela parece uma animalzinho encurralado olhando para todos os lados procurando um meio de fugir.

-Já falei que não vou te fazer mal, você está e com febre, eu posso te ajudar. - Levanto devagar e me aproximo da pequena garota, porém ela nota e sai correndo se aproximando da cerca, tropeça, cai, chora e levanta novamente e volta a correr em direção a casa de Amélia.

Permaneço imóvel, poderia ter a alcançado facilmente, mas a menina que mais parecia uma filhote de coelho assustado iria ter visivelmente um ataque, dava para vê que ela veio fugida de alguém sem dúvidas.

-Elin!? MEU DEUS ELIN!!!- Dona Amélia entra no meu campo de visão, a senhora que até então se encontrava com alguns objetos em mãos está em passos apressados vindo em nossa direção.

- O que aconteceu com você criança, cadê a sua mãe? - Atravessa a cerca com dificuldades e abraça a garota que retribui de modo desesperador como se a velha senhora fosse sua tábua de salvação e no agarro desesperado a menina chora alto, seus soluços sofridos a sufocam.

Ela puxava as roupas de Amélia falando palavras inadiáveis, me aproximei, toda aquela angústia me deixou extremamente impaciente, aquela falta de ação em levá-la para dentro e saber o que aconteceu me moveu a agir. Não que eu sentisse pena, longe disso, é porque eu também estou atrasado para meus compromissos e agora com o aparecimento dessa menina essa tarde ia render mais que o esperando.

Mais a Amélia faz um sinal para eu parar e me afastar, Mais a vontade de tirar a garota daquele mato e ir para casa imediatamente parece mais forte do que eu.

As pernas da garota fraqueja seu peso vai todo de encontro a dona Amélia. Embora visivelmente leve dona Amélia não suportaria o peso por ser uma senhora de idade e já frágil, vou em direção de maneira rápida e a pego no colo com agilidade. Ela ainda está consciente porém por estar debilitada não protesta, seus olhos estão cravados em dona Amélia embora eu esteja com ela nos braços.

- Você vai ficar bem pequena, vou cuidar de você e vamos ver sua mãe. - sinto que falsa calma de dona Amélia em suas palavras de conforto faz a menina relaxa e entrar em estado de inconsciência ainda em meus braços.


-Um Lugar para Pallas-Onde histórias criam vida. Descubra agora