O Cachorro Perdido

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Eu estava sentada em um banco do parque, observando o cachorro filhote ser rodeado por uma borboleta laranja. Uma cena que de longe parecia ser fofa, não havia durado muito, já que o cachorro mordeu o inseto e o matou... Acho que assim é a vida. Ela pode trazer muitas coisas boas, te fazer acreditar que elas são bonitas, quando na verdade, podem te levar a ruína. E eu já estava acostumada a não esperar muito de nada e ninguém. E mesmo que seja atraente aos olhos, prefiro não me envolver.

- Nino, volta aqui! - um homem gritava com seu cachorro, quando percebi que uma bolinha verde havia acertado meu pé. Peguei a bolinha olhando ao redor, procurando o dono dela, quando um cachorro preto, grande e peludo se aproximou. -

- Oi, rapaz! Acho que isso é seu, não é? - o cachorro pegou a bolinha enquanto eu o acariciava. Na sua coleira estava escrito Nino. - Então você chama Nino, né? Vem sempre por aqui?

- Oi moça, desculpa pelo meu cachorro! Eu acabei jogando a bolinha muito alto - um homem que de fato era atraente aos olhos, de cabelo claro cacheado e olhos castanhos, estendeu sua mão para que eu o cumprimentasse. - Prazer eu sou o Micael!

- Prazer... Eu sou a Mia. - recolhi minha mão após ter cumprimentado de volta. - Seu cachorro é bonito, e bem peludo também.

- Hahaha! Sim, isso é verdade, ele é bem peludo! Eu o achei na rua há um mês mais ou menos, e apesar de ter levado ele no veterinário, ainda não o levei para tosar o pelo. Na verdade foi por esse motivo mesmo que o chamei de Nino, porque ele deve sentir muito calor com o pelo, um calor igual ao que acontece com o "El nino", sabe? Era para ser uma piada, apesar de não ser tão engraçado assim, mas foi o que eu pensei na hora - A risada dele era bonita, e ele tinha um sorriso bonito, mas não me lembro de ter falado algo engraçado. E meu Deus! Ele fala muito, não consigo nem acompanhar. -

- Ah sim, um nome bem criativo. - dei um sorriso forçado e peguei o livro ao meu lado que eu havia terminado, no intuito de ir embora daquela situação. -

- É Mia, né? Olha desculpa atrapalhar sua leitura ou por falar demais, eu tenho essa mania de ficar falando e falando, acho que nem o Nino me aguenta mais. Não é garotão? - ele acariciou todo o corpo do cachorro, brincando com ele. - Ah e você tem bom gosto pela leitura, por sinal. Esse livro é ótimo! Tenho que ir agora, Mia! Eu trabalho aqui perto, então quem sabe a gente não se encontra por aí de novo. Até mais! - ele saiu antes que eu pudesse dizer alguma coisa. Espero não ter sido tão rude, ele parecia legal.

Fiquei o observando correr com seu cachorro até que eles sumissem de vista. E fiquei pensando sobre eu ter mentido meu nome verdadeiro, e de que talvez aquilo tenha sido errado. Mia, nome que na verdade era o da minha irmã. Mas eu não me importava, ele era um estranho. E ele provavelmente nem vai lembrar mais deste nome e eu não vou aparecer aqui tão cedo novamente. Ele é bonito, mas com certeza não faz meu tipo.

Micael

Saí correndo o mais rápido que pude, envergonhado demais com a nossa interação. E eu confesso, eu joguei a bolinha mais alto de propósito.

- Nino... Eu não sei... O que... Deu em mim - eu conversava com o cachorro, ofegante por ter corrido tanto. - Tipo, ela era tão bonita cara, um cabelo loiro bonito, os olhos claros, e aquele sorriso sem graça, tão lindo... Você viu, não viu? - ele latia, enquanto estava com a língua de fora, também ofegante. - E ela parece ser tão inteligente, lendo um bom livro, super focada, em um lugar tão barulhento. Ela com certeza é o meu tipo.

Mia...

Deitei na grama, me recuperando da corrida, enquanto Nino se deitava ao meu lado, ainda com a língua de fora. Eu não lembro qual foi a última vez que fiquei tão nervoso conversando com uma mulher antes. Eu costumo ser bom em conversar com as mulheres e normalmente as faço rir, sem muito esforço, mas ela parecia ser do tipo difícil de se agradar, totalmente fechada e misteriosa. Talvez isto tenha chamado minha atenção, ou talvez eu esteja trabalhando demais. É eu acho que deve ser isto, eu estou ficando louco de tanto trabalhar. E preciso de um café. Levantei no impulso, assustando o cachorro que também se levantou para me acompanhar. Caminhei até o lugar que se chamava "Caffè d'Amore", onde eu costumava comprar café todos os dias.

- Senta! Fica aqui! - ele continuou me seguindo, até a entrada do café. Caramba, eu preciso mesmo comprar um guia para amarrar ele. E eu preciso treinar ele também. Mas como ser duro com um cachorro tão fofinho assim? Me diiz! -

- Oi moço! Eu posso segurar ele para você, se quiser. - uma mulher bonita, mas não tanto quanto a Mia, falou. - e a gente pode tomar um café juntos também.

- Ah, valeu! Eu volto rapidinho, prometo! - levei ele perto dela, enquanto ela apresentava seu nome. Cassiana? Cássia? Não lembro. - Se comporta garotão! Ah, e eu sou o Micael, prazer!

Entrei na loja sentindo o melhor cheiro de todos: o de café feito na hora. Fui ao balcão na tentativa de escolher um café, mas são tantos, não sei o que pedir ainda...

- Licença, você é o Micael, não é? - a atendente do outro lado do balcão havia me perguntado. - faz tempo que não vemos você por aqui! - ela sorriu.

- Ah, desculpa, qual o seu nome mesmo? Sou péssimo com nomes, haha. - dei um sorriso sem graça por não lembrar dela. -

- Na verdade nunca me apresentei, sem problemas. Sou a Laura! É que eu sempre anoto seu nome no copo, então acabei guardando, perdão! - essa moça parece ser tão legal! -

- Eu que peço desculpas por não me lembrar, hahaha, foi mal mesmo! E Laura, você sabe me dizer qual café eu costumava comprar? Já faz tempo que não venho aqui.

- Bom, você sempre pedia algo diferente do anterior, não me lembro de ter um específico. - ela disse com um olhar de pena por não conseguir me ajudar.

E eu me lembro agora. Eu costumava pedir vários tipos de café diferentes, porque não aguentava mais viver na mesma rotina. Eu precisava sentir algo novo ou diferente na minha vida, mesmo que fosse apenas café. E por um tempo funcionou, até eu me afundar de novo no trabalho.

- Mas sabe, tem esse novo aqui que o pessoal está gostando bastante. O que você acha? - ela continuou dizendo, apontando para a imagem no cardápio digital -

- Ah, pode ser então, obrigado! - acho que não tem problema sobre não saber decidir um café, não é? - Obrigado mesmo por me ajudar, Laura! Eu não tenho gorjetas aqui agora, mas com certeza na próxima eu te dou!

- Não, imagina, não precisa! Fico feliz de só ajudar! - ela disse sorrindo. Ela é muito gentil mesmo! - só aguardar que já trago para você!

- Obrigado! - eu disse me sentando enquanto aguardava.

Espero que o Nino esteja bem com aquela mulher. Fico me perguntando qual café a Mia escolheria... Será que ela é tão indecisa quanto eu? Ela não parece ser deste tipo, na verdade. Ela tem cara de café puro, hahaha.

Não demorou muito para que eu pegasse meu café com aquela moça legal. Paguei e saí de lá o mais rápido possível, na esperança de ver que o Nino estava se comportando. Mas ele não estava lá.

- Olha, me desculpa mesmo, eu tentei segurar ele, mas ele saiu correndo com tudo, atrás do caminhão. Acho que era algum caminhão com carne ou algo assim. Ai, me desculpa! - a mulher que havia se oferecido para ajudar, estava quase chorando, desesperada. E eu estava em choque.

- Er... Você sabe me dizer em qual direção ele foi?

- Ele foi para aquela direção. E se não me engano tem um açougue por ali. - ela disse apontando para a direção, se acalmando.

- É... Fica tranquila, tá bom? Eu peguei ele da rua, então ele está acostumado. Rapidinho ele volta, hahaha. - eu disse tentando tranquilizar ela, mas eu só fiquei mais desesperado ainda, sabendo que ele provavelmente não voltaria. A agradeci por toda ajuda e fui atrás dele.

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Ai gente, não sei vcs, mas eu num tenho muita paciência com o Micael kkkkkk

Oq vcs acharam dele??

É minha primeira vez publicando um capítulo, então preciso de opiniões, rs (comenta sem dó)

Enfim, obrigada pela leitura e até o próximo cap hihihi

bjuss <3



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⏰ Última atualização: May 09 ⏰

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