Cap 21

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— Não sei, conversa com o Lee Know, por causa dele não fechamos o contrato.

Todos saíram da sala de reuniões sem dizer uma só palavra. A viagem no carro é completamente diferente da vinda, todos parecem estar evitando até uma troca de olhares. Em alguns momentos tento puxar assunto para quebrar o clima, mas isso é completamente inútil. Até Felix, que nunca esconde nada de mim, me responde com um sorriso sem graça, sem cor.
Ao chegar no hotel, desço do carro e quase que imediatamente corro em direção à Lilly, ela estava em um carro diferente, com outros membros, a puxo pelo braço para o canto e sussurro para que apenas ela escute.

— Me fala que você conseguiu descobrir alguma coisa? Estou ficando maluca já. - Lilly nega com a cabeça.

— A única coisa que sei é que parece que o Lee Know conhecia o cara que fez a reunião, e o clima não era um dos melhores.

— Como assim? Desde quando ele conhece alguém aqui no Brasil? Por que ele não quis fechar o contrato?

— Está perguntando para a pessoa errada, Rose. - Lilly cruza os braços. — Por que você não perguntou para ele? Vocês estavam no mesmo carro.

— Eu tentei várias vezes, mas dava para ouvir um alfinete caindo.

— Bom, se ele não falou para você, ele não fala para ninguém.

— Eu? Por que ele falaria para mim?

— Por quê? Talvez porque, nos últimos meses, vocês vivem grudados de segredinhos para cima e para baixo, parecendo um casal de melhores amigos de infância.

— Ciumes? - abro um sorriso presunçoso.

— Eca, não. Você vai falar com o Lino, não é?

— Não. - começo a andar deixando Lilly para trás, porém ela me segue.

— Por favor, Rose, você mesma disse que está quase morrendo de curiosidade para saber o porquê disso tudo.

— Eu já disse não, Evans .

— Ok, ok, me chamou pelo sobrenome, já sei que tem coisa séria aí.

Fico em silêncio, não sei por que, mas sinto que há algo muito estranho nessa história toda. Até ontem à noite, Lee know estava bastante animado com os shows no Brasil. Lilly me conhece bem o bastante para saber que não vou dizer nada, mesmo que saiba que algo está errado, mas também sei que ela não me deixará esquecer disso. Andamos em silêncio um ao lado da outra por alguns minutos, estou cansada para ir para meu apartamento agora, então aceito apenas ficar em seu quarto por essa noite, mas assim que chegamos à porta do quarto, meu celular vibra com uma notificação.

— Pode me encontrar no jardim?

— Quando?

— Agora!

— Agora?

— Agora.

~ok, estranho.~

Lilly percebe a confusão em meu rosto e tenta bisbilhotar a mensagem, involuntariamente encosto meu celular no peito na tentativa de esconder a mensagem, mas por quê? Não tem nada de mais... eu acho. Lilly apenas ergue uma sobrancelha, questionando a atitude.

— Não é nada - bloqueio o celular e guardo no bolso.

— Então, por que você escondeu o celular?

— Não sei, eu já volto.

— Para onde você vai? - entra na minha frente tentando me impedir de sair.

— Vou encontrar alguém.

— Alguém? Agora, o Chan é só "alguém"?

Reviro meus olhos e saí, deixando para trás, ignorando seus comentários sarcásticos. Não que eu não queira contar tudo para Lilly, eu prometi contar tudo para ela, só não quero MAIS perguntas zumbindo na minha mente nesse momento, não existem motivos para esconder, afinal somos apenas amigos.

Ao chegar no jardim, o vejo sentado na grama devorando um pedaço de bolo de chocolate, grande demais para uma pessoa só, uma risada suave escapa de meus lábios, fazendo com que ele me note e abra um gigante sorriso.

— Noona. - ele diz com a boca cheia.

— Oi, Jico

Ele acena para que eu sente ao seu lado na grama, ficamos em silêncio por longos segundos enquanto ele termina de mastigar o grande pedaço que colocou inteiro na boca.

— Isso é o melhor bolo que eu já comi.

— E onde você conseguiu isso a essa hora?

— Uma fã me deu.

— Você pegou bolo de uma desconhecida Jisung?

— Hey, ela era uma stay, não fala assim.

— Uma stay desconhecida.

— Mas é bolo de chocolate.

— Jisung...

— Eu nunca recuso bolo de chocolate, Rose. - Ele coloca outro pedaço de bolo na boca.

Balanço a cabeça em negação, mas rindo, ele nunca tem jeito quando se trata de doce, suspiro.

— Por que você me chamou até aqui?

— Queria companhia. - apenas o encaro com uma sobrancelha arqueada. — Queria ajuda para comer esse bolo - ergo ainda mais a sobrancelha, o questionando e ele resmunga. — TA, queria comer tudo sem sentir culpa e você poderia me defender se alguém me pegasse.

— Vou fingir que acredito que esse seja o motivo.

— E também queria te perguntar, quem é Dante?

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