05:45 am - 23 de Março de 2022.
San Antonio, Texas.
A luz do sol filtrava pelas cortinas, pintando padrões dourados no meu quarto de hotel enquanto eu me debatia entre o sono e a consciência. Mas mesmo ainda mergulhada nos sonhos, meu coração já começava a bater mais rápido, uma antecipação nervosa se espalhando por todo o meu corpo.
Era o dia do jogo contra Michigan pela segunda rodada do regional e eu sabia que não podia me dar ao luxo de dormir mais.
Com um suspiro, finalmente me obriguei a abrir os olhos, encontrando o teto branco e já familiar me encarando. Sentei-me na cama, esfregando os olhos enquanto tentava afastar a névoa do sono. A lembrança da partida anterior contra Middle Tennessee ainda ecoando na minha mente, uma loucura de emoções e memórias se misturando em um turbilhão.
A vitória por 87 a 62 tinha sido incrível, um verdadeiro espetáculo de trabalho em equipe. Eu tinha jogado com tudo o que tinha, liderando Providence rumo à vitória com uma atuação que eu mesma me surpreendi. Mas agora, diante de Michigan, sabia que precisávamos fazer tudo de novo, e melhor.
Levantando-me com a energia renovada depois da ótima noite de sono, comecei minha rotina matinal. Caminhei até o banheiro, deixando a água quente do chuveiro acalmar meus nervos à flor da pele. Cada gota que caía sobre mim parecia lavar um pouco da ansiedade, me preparando mentalmente para o que estava por vir.
Depois do banho revigorante, me envolvi em uma toalha macia, sentindo-me mais desperta e focada. Escolhi meu conjunto de moletom de viagem que usávamos para sairmos do hotel até o ginásio dos jogos cuidadosamente, sentindo uma onda de confiança me envolver enquanto me vestia.
Foi então que o som estridente do meu celular cortou o ar, quebrando o silêncio em meu quarto e me arrancando bruscamente dos meus pensamentos sobre o jogo. Meus músculos se contraíram automaticamente, meu coração acelerando enquanto eu me esforçava para identificar a fonte do ruído invasivo.
Deixe-me dizer, não é agradável ser puxada do estado de concentração e foco que eu tinha meticulosamente construído. Mas no mundo do basquete, você aprende a esperar o inesperado, mesmo quando você só quer um momento de paz antes de uma partida crucial.
Eu olhei ao redor do quarto, tentando localizar o maldito telefone que tinha interrompido meu breve momento de tranquilidade. Estava em algum lugar aqui, eu tinha certeza disso.
Minha bolsa de treino! Sim, era onde eu costumava deixar o telefone quando estava cansada demais e só chegava dos treinos direto para minha cama. Eu me levantei rapidamente, meus pés descalços tocando o chão frio enquanto cruzava o quarto em direção à minha bolsa.
Com as mãos trêmulas, revirei o conteúdo da bolsa, ignorando a mistura de uniformes e equipamentos de treino até que meus dedos finalmente encontraram o telefone. Eu o puxei com um suspiro de alívio, sentindo uma pontada de frustração pelo atraso que essa pequena distração tinha causado.
Olhei para a tela iluminada, meu coração se aquecendo ao ver o nome "Nika" piscando na tela. Desde o dia em que resolvemos as coisas entre nós, não conseguimos mais nos ver pessoalmente, mas ela sempre dava um jeito de se fazer presente.
"Alô?" minha voz soou um pouco rouca, refletindo a tensão que ainda ecoava dentro de mim.
"Baby! Finalmente consegui te fazer atender!" A voz animada de Nika veio do outro lado da linha, vibrando com a mesma energia contagiante que sempre me fazia sorrir.
"Hey, baby" respondi, sim, nós já estávamos usando apelidos uma com a outra, meu tom suavizando instantaneamente ao ouvir sua voz. "Desculpa não ter atendido antes, tava meio ocupada."
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You drafted my heart - Nika Mühl
Fiksi PenggemarApós uma lesão devastadora no último jogo do ensino médio, Olivia Bennet, promessa do basquete feminino, vê sua carreira universitária ser adiada em uma temporada completa. Determinada a superar o atraso, ela finalmente se junta ao Providence Friar...