Sob o Luar

Raízes da Magia: O começo...

[19 de maio de 2017]

"Querido Collins, a cidade está uma loucura desde que você se foi. A caça às bruxas voltou com força desde o caso em que o prefeito Louis foi morto por rituais proibidos..."

- Katherine, já está na hora de dormir - Disse minha mãe enquanto abria levemente a porta - eu sei que você deve estar assustada com essas bruxas à solta... Mas Deus vai nos proteger, não tenha medo, meu amor.

Apenas sorrio para que ela vá embora logo, eu a amava, mas ela omitia o fato de virmos de uma longa linhagem de bruxas.

Vovó sempre me dizia:
- "Katherine Ruby, você vai ser uma das bruxas mais poderosas de nossa família! Pode não conseguir falar, mas vejo em seus olhos toda a sua inteligência e a proteção que nossos ancestrais colocaram sobre você."

Minha avó me entregou o livro sagrado, mas infelizmente mamãe o jogou fora assim que descobriu. Entretanto, Collins me devolveu ano passado e eu sabia que era um sinal.

''Collins, você está vivo?"

Todas as noites eu tentava entrar em contato com ele, mas o mesmo havia sumido no dia em que me devolveu o livro... Collins sempre foi um canarinho sapeca, falava mais do que eu um dia sonhei em falar.

Suspiro de maneira pesada, olho no espelho vendo apenas meu semblante de cansaço e medo.
Eu precisava fazer algo sobre a caça, nem que fosse necessário enfeitiçar a todos para esquecerem a história do prefeito...
Mas para isso era necessário descobrir quem o matou, uma bruxa má não merece viver entre humanos normais.

"Me deseje sorte, Collins."

Escrevi uma última vez sobre o vento, precisava sair agora.
Visto silenciosamente minhas roupas mais escuras para me disfarçar sobre a noite e pego minha varinha que foi me entregue como presente de 8 anos.

"Schwimmende Stiefel."

Mentalizo as palavras enquanto aponto a varinha para minhas botas, abro a janela lentamente e pulo na esperança do feitiço ter funcionado.

Olho para baixo e vejo que o feitiço funcionou, fico alegre por ser meu primeiro feitiço fora de casa e de ter funcionado.

Sobrevoando a cidade, me deparo com uma casa abandonada e uma luz estranha saindo de uma janela. Me aproximo da casa e entro cautelosamente, pisando devagar. Entrando na casa, não encontro nada na entrada. Daí, ouço um barulho no porão e decido descer para saber o que é.
Vou descendo as escadas, elas estavam podres e com degraus faltando.

"Alara Lux."

Balanço meu braço para frente e dou uma volta, para lançar o feitiço de luz em minha varinha.

Descendo as escadas, encontro vários potes com líquidos estranhos, andando mais adiante, avisto um caldeirão empoeirado e com teias de aranha. Toco-o levemente, até que minha atenção é voltada para uma porta. Começo a me aproximar devagar, pego minha varinha e levanto minha guarda, logo após levo minha mão para a porta e seguro na maçaneta.

Quando abro a porta, encontro uma garota com cabelos cacheados e roxos, com uma varinha apontada para mim. Eu também estava com uma varinha apontada para ela, e então faço um gesto com as mãos para que abaixássemos as varinhas.

"Quem é você? E o que está fazendo aqui?!" - Me comunico por meio de gestos, já que não consigo me comunicar. Ela entende que não consigo falar e pega um papel, começamos a escrever no papel e eu explico para ela que sai de casa e vim procurar quem foi o assassino ou assassina do prefeito. Ela me falou que estava atrás da bruxa que matou os pais dela, então eu pergunto a ela se a mesma quer se juntar a mim nesta jornada atrás da bruxa. Ela hesita, mas concorda.

Nós estávamos conversando sobre possíveis casos e algumas teorias sobre quem poderia ter sido e o porquê. Quando de repente ouvimos uma melodia encantadora vindo de um pequeno bosque que havia ali perto, vimos que aquela melodia surgia dali pois tinha um buraco na parede em nosso lado. Nos olhamos por alguns momentos e escrevemos um pouco mais...logo pergunto a ela: "Por que esta melodia está vindo do bosque?"

(A verdade é que nenhuma de nós sabíamos o porquê desta melodia ter surgido do nada, ainda mais do bosque...)

Passou um tempo e essa melodia não parou, eu e Nerida decidimos ir atrás de onde surgia esta onda sonora. Nós saímos pelo buraco na parede ao nosso lado e fomos atrás desta misteriosa sinfonia.

Chegando ao bosque, nos deparamos com uma névoa dourada circulando o ambiente. Ficamos um pouco assustadas, mas decidimos investigar, pois parecia que estava vindo do mesmo local em que a toada encantadora e misteriosa surgiu.

Comparecendo no local de onde vinha a misteriosa melodia, nos deparamos com uma linda bruxa de pele negra radiante....cabelos crespos mais brancos que a lua e maravilhosos olhos verdes como as folhas de um pinheiro.

(Mal sabíamos que ela era a assassina dos pais de Nerida)

Assim que a avistamos, Nerida perguntou a ela por mim: -Você que está cantarolando essa "música"?

Logo a bruxa cujo não sabíamos o nome respondeu: -Eu mesma. Algum problema?

-Problema algum! Eu só queria perguntar o porquê de você estar gerando estas ondas sonoras pelo bosque...-diz Nerida respondendo a bruxa-

-Mas o que vocês estão fazendo aqui?! Agora que parei para observar, ninguém consegue ouvir minhas melodias além de outras bruxas...a não ser que....vocês também sejam! -a bruxa exclama de forma surpresa e entusiasmada-

Eu e Nerida ficamos confusas, por que ela estaria tão surpresa com algo assim? Logo vimos a bruxa abrir um pouco de sua boca..ela ia dizer algo.

-Eu achei que fosse uma das últimas bruxas que tinha a linhagem no sangue. Há várias outras bruxas na profundidade da floresta, vocês deveriam vir comigo conhece-las! Elas ficariam alegres em saber que existem mais de nós com a linhagem no sangue sem ter que ir atrás porquê se interessava por magia...E a propósito, meu nome é Mistyc!

Mistyc parecia bem animada por descobrir que existem mais bruxas, mas o que queríamos não correspondia em buscar aquela floresta e conhecer um pouco mais sobre nós. Mas nós vamos mesmo assim, sem contar que isso poderia nos ajudar no nosso propósito a descobrir quem é a/o assassina/o do prefeito.

Ainda não descobrimos o porquê da melodia e da névoa no começo da floresta, mas Mistyc estava tão ansiosa para que conhecessemos as outras que apenas fomos com ela para o suposto chalé na profundidade da floresta.

Chegando na cabana, ficamos um pouco surpresas...aquele chalé era enorme, e também era surpreendentemente fofo para um local onde se conviviam bruxas.

Quando adentramos a mansão-chalé, eu e Nerida avistamos vários livros e objetos antigos. A casa estava repleta de coisas de antiquário, principalmente varinhas das primeiras bruxas que existiram antes de Cristo...como elas conseguiram isso? Não fazíamos ideia.

Créditos: Tyler, Sam e Mely.
Capítulo revisado!