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AmaraCheguei nos Estudos Unidos há 7 anos atrás, trazendo apenas uma mochila, documentos, pouco dinheiro e mais nada, pois era tudo o que eu tinha

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Amara
Cheguei nos Estudos Unidos há 7 anos atrás, trazendo apenas uma mochila, documentos, pouco dinheiro e mais nada, pois era tudo o que eu tinha. Morei em um albergue para desabrigados por cerca de um ano, até que consegui um emprego como garçonete em um restaurante que por ser de comidas latinas me aceitou. Foi ali que comecei a recuperar a minha dignidade e consegui alugar um quarto e sala em um porão, o que é muito comum por aqui. Eu já não era mais uma indigente.
Ser mulher e latina nos EUA é muito desafiador, eu só tenho o ensino médio e como não tenho condições de pagar uma faculdade, nem que seja a mais simples que existe, tudo o que consigo são empregos como garçonete, babá e faxineira. Eu não costumo reclamar disso não, lógico que sonho em ter um futuro melhor, mas foram esses empregos que me ajudaram a permanecer aqui e a conseguir o meu visto americano, que diga-se de passagem, passei muito perrengue para obtê-lo. Trabalhei dia e noite, não tinha fins de semana e nem feriados, o custo de vida aqui é alto, mas estou muito melhor aqui do que no México, onde era explorada e os meus tios tiravam de mim o pouco que eu ganhava. De lá, só sinto falta de minha falecida mãe, e sempre oro pedindo para ela cuidar de mim de onde quer que ela esteja. Aqui tenho a Zoe, um presente em forma de amiga que a vida me trouxe em um momento muito difícil, assim como eu, Zoe é muito simples e trabalhadora, talvez um pouco imatura para a idade, mas sabemos que sempre podemos contar uma com a outra sempre.
...

Alguns dias depois...

Zoe - Você está com uma cara péssima hoje.

Amara - Estou exausta, limpei uma casa imunda hoje...- ela ri.

Zoe - O pessoal aqui não é muito higiênico né.- concordamos rindo.- Eu cuidei de duas crianças hoje, me deram um cansaço também.- ela ri.

Amara - Bom, mas se não tivesse casas sujas e pais precisando trabalhar, a gente também não tinha trabalho.

Zoe - Nem fala! Pronta para mais um turno?

Amara - Estou sempre pronta!

Zoe - Então vai dar um jeito nessa cara de defunta, que daqui a pouco os clientes começam a chegar.

Amara
Ela sai da sala dos funcionários e vou ao banheiro colocar meu uniforme e passar uma maquiagem leve. Não demorou muito para o restaurante que também funciona como barzinho abrir. Trabalhei muito, a noite toda com um salto médio, mas que já estava incomodando com o vai e vem carregando bandejas cheias de bebidas e aperitivos, ouvindo gracinhas de bêbados inconvenientes e ainda precisava ser simpática...

Cliente - Que putinha gostosa!- mordo os lábios e dou um tapa na bunda dela quando a mesma se aproxima com as bebidas.

Amara - Não sou puta não, me respeita.- dou um tapa na mão dele e saio de perto.

Cliente - Ainda é bravinha!- falo rindo. Toda a oportunidade que tenho aproveito para dar em cima dela.- Eu pago o que você quiser pra você passar a noite comigo.- seguro seu punho e falo em seu ouvido.

Amara - Nem todo o dinheiro do mundo me faria passar a noite com um nojento como você. Me larga!- me solto dele e dou poucos passos irritada, até sentir os meus cabelos serem puxados com força.

Cliente - Escuta aqui sua vagabunda de quinta, mulher nenhuma fala comigo desse jeito. Por acaso você sabe quem eu sou?

Amara - Pra mim você é só um bêbado nojento, eu não quero nem saber quem você é. Me larga.- acerto uma joelhada nele que se contorce inteiro de dor, os seguranças do restaurante se aproximam para ver o que está acontecendo e assustada, corri para a sala dos funcionários.

Mike (chefe) - O que você fez?

Amara - Eu? Aquele homem que passou a mão em mim, me disse coisas horríveis e ainda me puxou pelos cabelos.

Mike - Aí você vai lá e agride o cliente?

Amara - Eu só me defendi dele.- falo sem acreditar.

Mike - Você sabe quem ele é?

Amara - E o que é que isso tem a ver? Ele faz o que quer e eu não posso me defender?

Mike - Ele é filho do senador Amara, e quer que eu demita você imediatamente.

Amara - É sério isso? Aquele cretino não tem vergonha de exigir uma coisa dessas?

Mike - Amara, eu não vou criar problemas com essa gente.- ela me olha decepcionada.- Pega todas as suas coisas, eu vou fazer a sua rescisão e te chamo para acertar tudo.- falo saindo.

Amara - Não, espera por favor.- seguro seu punho.- Você vai mesmo fazer isso mesmo depois de tudo o que eu falei que ele fez comigo? Tem câmeras no restaurante inteiro, você pode analisar as imagens...

Mike - Eu sinto muito!

Amara - Por favor, eu trabalho aqui há anos e preciso desse emprego.

Mike - Vou te dar uma boa carta de recomendação.

Amara
Ele sai e choro muito enquanto recolho os meus pertences do armário, Zoe entra minutos depois e tenta me consolar, mas estou muito revoltada com toda a situação. Já é madrugada quando consigo um táxi e vou para casa.

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