M. A. A

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Mabel Corrigan.

Escuto um barulho vindo da sala, Anabel acabou de sair e ele ja revelou seu verdadeiro semblante.

- Pare já com isso Matteo! - Anastásia diz, esbarrando em mim assim que entro na sala.

- O que está acontecendo aqui? - Pergunto colocando Anastásia atrás de mim.

- Não se intromete, abelhinha. - Ele sorri.

- Cade a mamãe? - Pergunto para Anastásia, que sussurra um "saiu" baixinho.

- A gente só estava brincando. - Ele cruza os braços bufando.

- SEU MENTIROSO! - Anastásia grita. - Ele tentou me agarrar Mabel! - Ela aponta para Matteo. Sinto minha curiosidade virar raiva, todos meus músculos se contraíram para pular em cima dele, e adivinha só? Eu fiz.

- Seu filho da puta! - Empurrei ele, fazendo com que o rapaz caisse no chão. - Miserável! - Dei um chute na sua barriga. - Eu te odeio, eu te odeio, eu te odeio! - Descontei toda a raiva nele, e por mim, eu continuaria.

- Mabel... - Anastásia puxa meu braço, fazendo eu me afastar do homem no chão.

- Seu lixo humano. - Cuspi nele, sentindo Anastásia puxar meu braço.

- Vocês estão fodidas. - Ele disse, soltando uma gargalhada bizarra, agora quem puxa sou eu, puxei Anastásia e me tranquei no quarto, escutando o rapaz bater firme na porta. - Ande Mabel, abra a porta querida, nós só vamos brincar. - Continuo segurando a porta, vendo Anastásia me olhar com medo.

As batidas para quando escuto a voz doce de Magg. Abro a porta devagar quando Magg manda.

- O que você fez Mabel? - Ela limpa o rosto de Matteo, observo a cena com uma careta no rosto.

- Ele tentou agarrar a Anastásia... - Disse cruzando os braços, ainda incrédula com a situação.

- Pare já com isso! - Minha mãe me interrompe. - Você vai dormir na casa da sua irmã. - Ela me olhou de cima a baixo.

- Mas mamãe, a Mabel estava me defendendo, esse maníaco tentou me agarrar! - Anastásia diz atrás de mim.

- Pare de tentar defender a sua irmã! - Ela apontou o dedo para Anastásia. - Eu e Matteo vamos conversar, e, se entrarmos em consenso, Mabel vai morar com Anabel. - Fico incrédula com tal informação, apenas me recomponho, olhando para minha mãe.

- Isso não é o final. - Sorrio para Matteo, sentindo uma lagrima involuntária escorrer. Trato de seca-la, entro no quarto, a procura de uma mala.

- Filha... - Minha mãe entra, posso sentir o perfume doce por todo canto desse quarto.

- Fique tranquila, eu vou morar com a minha irmã. - Digo pegando algumas roupas do guarda-roupa.

- Mabe.. - Minha mãe se aproxima, colocando a mão no meu rosto. - Vamos conversar, você não pode incriminar seu padrasto assim...

- Mas eu não estou mentindo...

- Mabe, você só está delirando... - Ela nega com a cabeça.

- Delirando? A minha infância inteira ele abusou de mim e vai fazer o mesmo com Anastásia e você não vai falar nada? - Vejo uma lágrima escorrer do rosto de Magg.

- Ele mudou Mabe, de uma chance a ele... - Ela súplica.

- É Mabel... - Digo fechando a bolsa. - E não, um estrupador nunca muda. - Cruzo meus braços, vendo Anastásia encostada na parede.

- Mabel...

- Sai do meu quarto. - Aponto para a porta.

- Mabe, filha... - Ela abre os braços, vindo até mim.

- Sai! - Digo em um tom mais alto, fazendo ela se assustar com o tom da minha voz.

- Enquanto a mim? - Anastásia diz, sorrindo para Magg antes que ela saia.

- Consegue aguentar mais um mês? Prometo que eu e Anabel iremos te tirar dessa. - Coloco os braços na cintura, jogando a cabeça para cima.

- Mabe... - Sinto Anastásia me abraçar. - Vai ficar tudo bem, eu tenho 21, consigo me virar sozinha. - Ela sorri.

- Eu vou te tirar dessa Nat. - Beijo sua cabeça.

Solto a cabeça para o lado, esperando que o uber chegue logo, ponho as mãos em volta do corpo, tentando aquecer o mesmo, faz horas desde a briga, já são quase meia noite.

Um Dodge Challenger para na minha frente, fazendo eu me assustar, não era esse o carro em que marcava no uber. A janela do carro começa a abaixar, me fazendo dar um passo para trás. Quando a janela desce por completo, vejo a mulher que sempre vi desde a minha infância, sua pele é branca como a neve, seus olhos em um tom de azul lindo, seu pescoço é repleto de correntes, suas mãos estão sempre com anéis e sempre está bem vestida. O cheiro de perfume é forte, um perfume masculino e muito bom paira no ar. Ela sempre apareceu para mim, sozinha ou junto de Anabel e Anastásia, nunca tive a coragem de perguntar para elas se a viam e jamais tive a audácia de perguntar quem era a morena dos olhos azuis. Junto coragem o suficiente para fazer a pergunta que quero fazer desde que me conheço por gente.

- Quem é você? - Me aproximo mais do carro, a mulher está com o olhar preso na estrada. - Vamos, eu não tenho medo de você. - Bato a mão no carro, fazendo ela descer o olhar para minha mão. Ótimo, tenho a atenção dela, ela levanta seu olhar para o meu rosto, sorrio assim que nossos olhares se encontram, mas ela mantém a expressão seria. - Só me diga seu nome, por favor... - Tiro as mãos do carro, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

Em um movimento rápido, ela engata a marcha e pisa no acelerador, saindo em uma velocidade absurda, tenho certeza de que ela não é humana.

Bem vindo a vida de Mabel Corrigan.

• A Morte lhe Cai Bem. • // B.EOnde histórias criam vida. Descubra agora