1. The best day

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Lando

E finalmente, eu venci.
Depois de tantas corridas e temporadas, finalmente eu tinha conseguido, e agora só conseguia ficar feliz.
O momento que saí do cockpit, que os outros pilotos me parabenizaram e eu pulei em cima da equipe da McLaren não mais nada passando na minha cabeça.
Agora, subindo no pódio eu olho pra baixo e vejo tanta gente lá em baixo que quase me perco, entre pessoas da minha equipe e de outras também, minha família e meus amigos.

Escuto alguém gritando meu nome e reconheço na hora, era Mia. Ela estava lá vestindo uma jaqueta laranja da McLaren muito maior que ela e gritando meu nome enquanto acenava freneticamente, ao lado do Zak Brown e da Bianca Bustamante. Sorri pra ela de volta fazendo sinal e vejo que ela me entendeu na hora. Era importante ter Mia lá comigo nesse momento, ela é minha melhor amiga.

Os próximos momentos são extraordinários, o hino do Reino Unido, o banho de champagne que jogaram em mim, as brincadeiras de todos e toda a comemoração. Eu estava nas nuvens, era mágico.

Depois de toda a adrenalina e entrevistas, eu finalmente estava saindo em direção ao meu motorhome quando eu vejo meu pai e Mia e antes de tudo dou um abraço nele sem dizer nada, somente sentindo o momento com lágrimas nos olhos.

- Filho - ele falou choroso - que orgulho! Sua avó vai ficar tão feliz com isso.

- Isso foi pra ela, pai. - eu também estava um pouco emotivo.

- Até Mia chorou - ele disse cutucando ela, que fazia uma cara de deboche.

- Intriga da oposição, senhor Norris. - ela falou já me abraçando - Mas talvez por um momento seja verdade sim.

- Pai, você tinha que ter gravado Mia chorando - eu falei abraçando ela de volta - Isso é digno de registro.

Ela me deu uma cutucada forte rindo, e naquele momento eu senti que não precisava de mais ninguém ali comigo.
Conversei mas algumas coisas com meu pai enquanto estávamos no motorhome nos preparando para ir embora e ele voltou para o hotel, Mia ficou lá comigo.
Ela era praticamente parte da minha família, não atoa que meus pais a tratavam como filha também.
Eu olhei pra ela sentada do outro lado da sala do veículo enquanto ela mexia no celular e lembrei do dia que a conheci enquanto estudávamos em um internato de educação específica na Inglaterra, antes de eu de fato parar de estudar em colégios.
Ela foi mandada pra lá pelos pais, pra ver se davam um jeito na educação dela, mas ainda assim depois de um tempo ela voltou para os EUA, já que ela é daqui de Miami mesmo.

- Você já pode ir se preparando pra mais tarde tá - eu disse enquanto colocava outra camisa - vai ser épico, até o Max vai.

- Vindo de você, não duvido de nada - ela disse levantando os olhos - Não duvido que tenham dançarinas do ventre servindo bebidas pegando fogo enquanto estão seminuas - ela falava brincando.

- Você ama de dar ideias, não é?

- Definitivamente sim, nada que eu não faria, Norris.

E ela estava certa, nossa amizade era baseada na nossa compatibilidade. Mia era o tipo de mulher que fazia o que queria na hora que queria, ia para para todos os lugares, se divertia e vivia o máximo de experiências possíveis, por isso eu gostava tanto dela, ela não negava nada que eu falava.

- Te pego as 22:00? - falo com ela antes dela sair.

- Estarei pronta as 22:30. - ela disse fechando a porta do motorhome.

E enfim, a tão esperada comemoração.

*

De fato, ela não estava pronta as 22:00, e eu estava impaciente no meu carro do lado de fora trocando todo tipo de mensagem com ela.
Resolvi descer e esperar do lado de dentro de sua casa para ver se a apressava. E assim que eu toquei na porta vejo seu pai me atendendo e levo um susto.

- Senhor Castelanni - eu tentei parecer tranquilo depois do baque - que bom te ver!

- Boa noite Lando, é bom te ver também. Por favor, entra.

Eu entrei na casa e vi que nada tinha mudado desde a última vez que estive nela, inclusive a postura imponente do Castelanni. Eu sabia que ele não gostava de mim e sabia principalmente que ele não gostava que Mia saísse comigo, da última vez a polícia ligou na casa dele pois rodamos a cidade inteira de Miami a 200km/h com ela dirigindo sem carteira.

- Parabéns pela vitória, garoto. - ele falou um pouco a contra gosto.

- Obrigado senhor - eu respondi sorrindo tentando forçar um pouco.

E aí Mia finalmente desceu, ela estava com calças largas off white que iam até a metade de sua cintura e um body preto cavado com várias aberturas laterais e carregava o que parecia um corta vento.
Os cabelos estava soltos e leves, eu amava seu cabelo, era loiro tingido com mechas bem claras e enrolado, então ficava com um visual incrível.

Antes de realmente sairmos, vi que ela murmurou alguma coisa séria com o pai e veio até mim correndo para irmos para a festa.

Entrando na minha McLaren nova, vi que ela já se espreguiçou no banco ficando à vontade e ligou o som, tocando Kendrick Lamar na maior altura possível.

- E ai? - ela indagou abrindo a janela inteira - Onde vamos?

- Em um clube de strip - respondi rindo enquanto acelerava o carro chegando aos 140 km/h.

Ela riu, e dava pra ver que se divertiu com a informação. Talvez se fosse qualquer outra pessoa no mundo ficasse indignada com isso, mas Mia não. Era como se fossemos a mesma pessoa.
E a noite estava só começando.

Fearless (Lando's version)Onde histórias criam vida. Descubra agora