𝕋𝕣𝕖𝕤

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11 de maio 📌 Miami

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11 de maio
📌 Miami

Sabe aquela sensação ruim, mas que você não consegue explicar? Então, estou sentindo isso há uns dois dias.

Sinto que tem alguma coisa acontecendo, mas não tem nada acontecendo ao mesmo tempo.

—O que aconteceu? Ficou caladinha do nada—  a Yas chamou a minha atenção. —Ainda está com medo da internet?

—Não, estou bem tranquila em relação a isso— respondi. —Eu só estou com uma sensação estranha, como se algo estivesse mudando.

—Eu acho que você ficou maluca de vez— ela me encarou. —Não tem nada mudando, você continua sendo a mesma pessoa. Acho que você criou traumas de tanta coisa ruim que leu e agora acha que tem alguma coisa mudando.

—Pode ser— fiz uma cara feia.

Não é isso, não é sobre tudo que eu tive que aguentar na última semana.

É outra coisa.

—Você estava querendo comer o brigadeiro e deixou ele na geladeira— a minha amiga perguntou assim que viu o prato de brigadeiro.

—Eu queria ele mais gelado—  respondi. —Vai ficar bom pra assistir uma série e esticar as minhas pernas, estou com cólica.

—Por isso você está se achando estranha, vai menstruar— a Yas falou pegando o meu brigadeiro. —Pensei que ia precisar internar você.

—Idiota— revirei os olhos. —Não, meu brigadeiro não.

—Ficou doida? Vai me negar um brigadeiro?— ela perguntou em choque.

—Sim, porque eu quero tudo pra mim— falei indo até onde ela estava e pegando o prato.

Eu sei que isso é errado, mas não consigo parar. Só de imaginar dividir o meu brigadeiro, tenho vontade de chorar.

—Deixa de ser cheia de verme, vou comer sim—  ela colocou a colher no prato e tirou tanto de brigadeiro.

Olhei pro buraco que ficou no prato, pra colher que estava na mão da Yas e pro rosto da minha amiga.

—Não— sinto um nó na minha garganta e os meus olhos começaram a arder.

—Liz, para com isso— ela começou a se desesperar. —É só um brigadeiro, posso comprar as coisas pra você fazer outro.

—Não é só um brigadeiro, é o brigadeiro que o eu de ontem fez, pro meu eu de hoje— meu rosto começou a ficar molhado e logo algumas lágrimas caíram no prato. —Olha isso, olha.

Mostrei o prato molhado e comecei a chorar mais ainda ao ponto de ficar sem ar.

Eu tentava parar, mas só fazia a situação ficar pior.

𝔸𝕟𝕖𝕤𝕥𝕖𝕤𝕚𝕒 ● ℂ𝕙𝕒𝕣𝕝𝕖𝕤 𝕃𝕖𝕔𝕝𝕖𝕣𝕔Onde histórias criam vida. Descubra agora