Na mira de um pequeno falcão (ENNEAD)

◇Capítulo 29◇

Saiu a notificação mais esperada!!!!

Mais um capítulo para vocês!! É curto, mas aproveitem <3

...... ..... 🍃🍃🍃 ..... .........

Havia algo estranho no ambiente. Estava parado na margem do lago perto do templo de Geb, podia ouvir o som dos insetos voando entre os juncos e a brisa suave tocava seu rosto. Estava bom, mas sim, era diferente.

Horus sentou-se na areia molhada, pegou um talo verde e o colocou na boca, o gosto difuso foi o que o fez entender que, na verdade, aquilo era um sonho. Ele se lembrou vagamente das coisas que fez antes de dormir e eventualmente aparecer aqui, e pensou que talvez fosse um sonho profético.

Não era anormal que um deus tivesse isso, especialmente deuses como Thoth, a partir dos sonhos eles podiam vislumbrar visões do futuro, ou também costumavam se comunicar através deles, ou atacar uns aos outros...

De qualquer forma, isso estava bom demais para ser considerado um ataque, o calor do sol não queimava sua pele e o som do rio era agradável, a água cintilante parecia mais clara e fresca, fazendo-o querer ficar nu e nadar um pouco.

Mas eles já haviam avançado em sua missão. Quase do nada, a cabeça ruiva de Seth apareceu, foi tão repentino que Horus engasgou, recostando-se e caindo na areia. A risada de Seth foi alta, Horus piscou repetidamente antes de perceber o que havia acontecido.

—Ah, tio, eu... — Horus conseguiu se sentar meio sem jeito, enquanto esfregava a cabeça ainda tonto.

Quase instantaneamente, a risada de Seth parou, seu olhar caiu diretamente para ele enquanto sua boca se movia em uma careta estranha.

—Uhm, tio.. você não me chama assim há muito tempo...

—D-desculpe...?

Finalmente Seth emergiu da água, seu corpo magro e pálido estava nu.
Não era estranho que nenhum deles aparecesse sem roupa, às vezes, quando o calor estava insuportável, os dois deitavam-se no chão fresco da entrada, nus, um ao lado do outro. Eles fizeram isso inúmeras vezes e nunca houve um pensamento diferente de sua parte, nunca...

Até agora.

O que era esse sentimento? Ele estava vendo o mesmo corpo nu de sempre, mas havia algo, não sabia o que era, que simplesmente o fazia perceber algo mais.

Suas costelas se destacavam na pele, sua barriga havia perdido o formato arredondado infantil e seus músculos já começavam a mostrar a firmeza do treino a cada movimento. A água caía pelas pontas de seus cabelos cada vez mais longos, que descia por seus ombros e permanecia em cima de seu peito, onde seus dois mamilos já começavam a ficar rígidos por conta do ar.

Seth sorriu para ele, mostrando os dentes, e Horus se levantou em um sobressalto.

Com um suspiro afogado, ele se viu no quarto escuro. Os grilos cantavam insistentemente pela janela aberta e a respiração de Seth do outro lado da sala começou a devolvê-lo lentamente à sua realidade.

Foi um sonho, foi um sonho, foi um sonho.

Ele se sentia suado, encharcado e não entendia o que era toda aquela espiral de pensamentos estranhos que se repetiam em sua cabeça.

Depois de se estabilizar um pouco, levantou-se da cama. Seth continuava na mesma posição de sempre, de costas para ele e com a cama cheia de coisas graças ao fato de preferir guardar tudo no dia seguinte.

Horus quis se levantar silenciosamente, mas parou abruptamente devido à estranha sensação que começava a sentir na cama. Com medo e vergonha ele retirou o lençol de seu corpo.

—Mas... O que é isso...? Eu fiz xixi...?

Demorou um pouco mais para descobrir que não era urina.