🌺Capítulo seis

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— Que merda foi essa? Que voz foi essa? Quem falou? Você já se manifestou! Agora fala! — Giovanni gritou com as mãos na cintura, tremendo dos pés a cabeça.

— Olha para cima, amigo.

No alto da estante, pendurada por um cabide de madeira... uma cabeça.

Não uma comum, mas uma encolhida. Seus olhos estavam costurados, seus cabelos pretos eram em dreads, ele tinha um cavanhaque e alargadores nas orelhas.

Era bizarro olhar aquilo.

— Vou ter pesadelos! Olha só caralho! Eu já não durmo bem, aí eu vô lá e pioro a minha situação! Porra! EU preciso dormir! Tá me entendendo?

— Tá bom, Anastase. Calma!

— Como sabe meu nome?

— É! Como que tu sabe o nome dele?!

— Eu sei muito, ok? Idris só não fala com vocês, ele sempre conversa comigo! — A cabeça se sacudiu, esganiçando ao final da frase.

— É pra eu ficar com ciúme? Por que me deu vontade de te fazer de bola de vôlei.

— Não precisa disso tudo, tá? Eu sou uma cabeça encolhida, querido.

Bem feito. — Giovanni murmurou.

— Já olhou os perfumes na prateleira à sua esquerda?

Mesmo com as coordenadas, ele errou a direção. Ficou rodopiando no mesmo lugar, perdido e sem direção de onde ir.

— Eu disse SUA esquerda, não a esquerda do Giovanni,

— Ele é disléxico! Calma você também! Porra! — O moreno bufou para a cabeça. — É pra esse lado, amigo... — Murmurou calmo, enquanto puxava o loiro para a direção certa.

— Por que um homem como ele tem tantos perfumes femininos?

— Olha esse perfume... diferente... — Referia-se a um frasco comprido com o fundo arredondado e líquido cristalino. Era fechado por uma rolha.

— Isso é um perfume mesmo?

— Claro, como todos aqui. São produções do Idris. Ele é um homem muito interessante, faz várias coisas que você não tem ideia.

— Achei que ele tinha, por causa das piranhas que ele já comeu. — Ele abriu a garrafa e o que antes era transparente, tornou-se rosa e saiu uma nuvem vermelha em formato de coração, junto a um suave murmúrio "Amour"

— Mas que caralho? Isso falou francês? — Giovanni falou, totalmente chocado.

— Cheire-o, Anastase. — Parecia uma ordem. Parecia que estava sendo comandado a cumprir aquilo.

Balançou os ombros, afastando os pensamentos.

A fragrância era doce, como se misturasse flores com perfumes femininos caros.

Seus olhos lilases se tornaram rosa e em seguida, desmaiou.

— Anastase?! Anastase?! — O segurou assustado, enquanto tentava acordá-lo. Colocou-o no sofá, ele dormia tranquilo. — Sua cabeça inútil! O que você fez?! Sua praga! Vou te jogar no óleo!

Segurava a cabeça pelos cabelos enquanto gritava, sacudindo-a com raiva em busca de resposta. Ela apenas, ria.

A porta lá em cima foi aberta, estalou e bateu contra a parede. Mais um pouco e ele a teria arrancado do lugar.

Idris havia chego.

Seus olhos verdes estavam arregalados de confusão, de surpresa pela presença deles ali e susto por ver Anastase desacordado.

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