Capítulo 14

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Alix narrando

Fui para meu quarto e deitei na cama, minha mente não parava de fazer planos com Mahelí.

Virei de um lado para o outro, tentando pegar no sono, parecia estar faltando alguma coisa.
Como você fica dependente de uma pessoa no primeiro beijo, no primeiro momento íntimo?
Relutei e lutei comigo mesmo, não queria demonstrar fraqueza.

Eu só queria um amor verdadeiro. Tinha vontade de perguntar se Mahelí poderia ter paciência até eu conseguir destruir os muros que construí em volta do meu coração?
Eu quero poder confiar nela e ter um relacionamento feliz.
Estou implorando para ser amado por essa mulher. Ela merece ser cuidada e eu quero tanto ser amado.

Após rolar de um lado para o outro por um bom tempo, decidi ir na cozinha beber água.
Passei em frente ao quarto dela e a porta estava entre aberta. Ela estava sentada na beirada da cama, olhando para a janela. A chuva batia no vidro e escorria, os clarões dos relâmpagos iluminava seu rosto.
Cada barulho dos relâmpagos ela se assustava e apartava o edredom caído em cima da cama.
Me aproximei vagarosamente, entrei no quarto e parei na frente dela, abaixei para olhar em seus olhos.
O clarão do relâmpago clareou seu rosto, Mahelí chorava em silêncio. Seus olhos alcançaram os meus, ela me olhava e chorava.

- O que está acontecendo? - Perguntei.- Você tem medo de relâmpagos?

- Sim. - Sua voz quase não saiu. - Minha mãe sempre ficava comigo quando chovia, ela deitava do meu lado até a chuva passar. - As lágrimas rolaram em seu rosto. Levantei e a abracei.

- Vem. Deita aqui, vou ficar com você.

- Não precisa se incomodar, a chuva já vai passar.

- Eu quero ficar, está bem? - Passei a mão em seu rosto. - Mahelí deitou e eu deitei do seu lado. Ela estava de costas para a janela, cada relâmpago ela se assustava e caia as lágrimas. A puxei para mais perto de mim, passei meus braços por ela e a envolvi.

- Obrigada, Alix.

- Eu te protejo. Se acalme e tente dormir.  - Dei um beijo em testa. Ela enfiou o rosto no meu pescoço e relaxou, nos cobri.

A chuva foi acalmando até parar de vez. Mahelí dormia tranquilamente, mas não tive forças para levantar.
Eu nunca fui o refúgio de ninguém, a sensação é muito boa.
Passei a mão vagarosamente em seu cabelo, a observava dormir. Suas mãos estavam agarradas na minha blusa, ri ao reparar isso.

A puxei para mais perto e relaxei ao seu lado, agora era ela que estava me protegendo. Aos poucos meus olhos fecharam e essa foi a primeira vez que dormir com alguém.

Acordei e ela não estava, senti um cheiro de café da manhã entrando no quarto.
Fui no meu quarto e fiz minha higiene pessoal, tomei banho e vesti meu terno. Entrei na cozinha e lá estava ela de avental, cozinhando para nós.

- Bom dia. - Ela sorriu daquele jeito que faz algo dentro da gente mudar. - Como você está lindo. - Me observava com um olhar  dirente, não consegui identificar o que era, tinha ternura e alegria. Caminhei até ela e a puxei pela cintura, colidindo seu corpo no meu.

- Bom dia. - Me aproximei vagarosamente e rocei meu nariz em sua pele. A pele dela respondeu na hora, com arrepios. Tomei seus lábios, a beijei vagarosamente, parecia implorar para que ela me curasse. Queria estar pronto logo para ela.

- Quero você. - Ela falou e mordeu o lábio inferior.

- Você é uma tentação, sabia? - Sussurei em seu ouvido, a fazendo sorrir.

- Pena que já está arrumado. - Ela ameaçou sair de perto de mim, a puxei pela mão e a segurei pela cintura.

- Eu posso me arrumar quantas vezes forem necessárias. - Levantei Mahelí pela cintura e a coloquei sentada em cima da ilha. Ela abriu as pernas para eu ficar de pé ali, entrelaçou as pernas na minha cintura. Afrouxei a gravata e a puxei para mais perto.

Mahelí devorava a minha boca com ansiedade, me fazendo vibrar de desejo.
Ela ainda estava de camisola, puxei por cima de sua cabeça a despindo. Abri o botão da minha calça e a ajeitei na beirada da ilha, estreamos a cozinha logo pela manhã.
Após nosso momento de prazer tomamos o café da manhã.

- Cuidado na rua, está bem? - Ela falou enquanto ajeitava minha gravata.

- Sim senhora! - Falei brincando. - Estou achando tudo isso muito estranho, não estou acostumado com demonstração de afeto. Tenha um pouco de paciência comigo, por favor. - Passei meu polegar no rosto dela. - Eu não bonzinho,.mas estou tentando mudar. Vou procurar uma terapia, prometo.

- Temos muito tempo para isso. - Ela me deu um beijo no rosto.

- Deixa eu pegar uma coisa para você, vem aqui. - Estendi a mão para ela pegar. Caminhei até meu quarto e peguei a caixa com o celular. - Qualquer coisa me liga. Já cadastrei e salvei meu contato, tem alguma amiga ou algum parente que queira manter contato? Se tiver é só me avisar que te levo.

- Não, não tenho ninguém.

- Então tem só a mim? - Falei para fazê-la sorrir. - Não sei se isso é bom ou ruim.

- Isso é ótimo. - Ela sorriu.

- Se precisar de algo, pode comprar pelo aplicativo. Meu cartão já está cadastrado, compre o que precisar. Mais tarde temos o evento, talvez eu só chegue em cima da hora.

- Está bem. Estarei arrumada esperando.

- Por volta das quinze horas a cabeleireira, a maquiadora e a manicure chegam.

- Está bem. Muito obrigada. - A puxei para mais perto de mim. - Me acompanha até a porta?

- Claro que sim. - Ela me deu um selinho. Caminhamos até a saída, dei outro selinho nela e saí entrando no carro. Ela ficou da porta me dando adeus.

É estranho criar sentimentos por outra pessoa, não sei qual o nome que dou para esse sentimento dentro de mim, não sei se é empatia ou carência.
Só quero que Mahelí seja feliz, quero cuidar dela e mostrar o meu melhor lado.
Até que aquele bastardo do De La Cruz me fez um bem, afinal de contas. Tomara que vá no evento só assim vai conhecê-la.
Vai ver o que perdeu.

Fake Love - Triologia 1°Onde histórias criam vida. Descubra agora