I - Um uivo sob a luz do luar

44 7 2
                                    

Olá, seja bem-vinda(o). Pode votar no capítulo agora para me apoiar? Boa leitura, desejo que cada momento nas linhas a seguir lhe sejam de pura emoção e prazer.

As folhas das árvores farfalhavam espalhadas pelo chão, levadas pelo vento que naquele dia parecia não querer parar. Era uma noite muito quente, típica de verão na região onde localizava-se a pacata cidade de Silent Hill. Hoje, porém, a ventania estava mais forte que o habitual e parecia trazer consigo os primeiros respingos de uma forte tempestade.

Este ano, o verão trouxera logo de imediato uma terrível onda de calor, mas diferente do que sempre acontecia, calor acompanhando de chuvas simultâneas e intensas, já havia se passado quinze dias e nenhuma gota tinha ainda caído.

Isso significava que quando as águas começassem a despencar dos céus, o que viria seria uma terrível tormenta. Todos estavam preparados para qualquer possível eventualidade. Ao menos era o que pensavam os inúmeros cidadãos daquela pequena cidade no interior do estado americano do Arizona.

♠♠♠

A lua cheia brilhava alto no céu, iluminando todos os cantos da cidade.

Em meio à paz presente em todas as coisas, um jovem corria pelo West Park em desespero. Era Cloud Lupo, um estudante do colegial, nerd e geek conhecido no colégio onde estudava. Por trás daqueles óculos de quase dois graus escondia-se um verdadeiro gênio, afinal, Cloud ficara famoso no colégio Silent Wolves graças a seus premiados trabalhos e experiências científicas.

O jovem era sempre visto com a blusa do time de futebol da escola, pois embora não jogasse, era um dos melhores amigos de Zell Blade, capitão do time. Os dizeres Lobos de Silent Hill em suas costas não faziam por menos sobre sua fama, já que além de ser um grande amigo do capitão, sua namorada era a belíssima Garnet Blade, uma das chefes de torcida do time da escola e irmã de Zell. Garnet tinha longos e belos cabelos cacheados dourados e cintilantes olhos azuis. Era certamente a mais bela e mais desejada garota de toda a escola.

Até alguns momentos atrás, Cloud achava-se um jovem de muita sorte.

♠♠♠

Finalmente Cloud parara de correr, se vendo bem próximo à uma fonte. Seus olhos ardiam e sua visão falhava, tirara os óculos para tentar limpá-los, mas sua mão tremia muito e acabara derrubando-os no chão. Estava cansado, suado e os cabelos caíam-lhe sobre os olhos. Olhara assustado à sua volta e suspirara aliviado. Enfim, estava só. O relógio em seu pulso anunciava vinte e três horas com um bip. Tinha vindo até o parque com alguns amigos da escola e do time de futebol para curtirem um lual a convite de Zell. Obviamente, Garnet estava com ele, mas nem de longe o rapaz imaginava que algo como aquilo pudesse acontecer para acabar com seus planos naquela noite.

Poucos minutos antes, em meio à música, conversas e risadas, sentira algo estranho acontecendo com seu corpo. Antes que pudesse demonstrar qualquer reação que o denunciasse, podendo acabar com a festa dos outros, Cloud pedira licença dizendo que precisava sair por alguns minutos, a fim de descarregar um pouco do excesso na bexiga.

Assim que se viu só, pôs-se a correr desenfreadamente tentando se afastar o máximo possível dos amigos para não ser visto da maneira como estava.

O rapaz sentia seu corpo queimando como se estivesse sendo colocado nu sobre brasas ardentes, suava frio e seus ossos e suas articulações doíam como jamais haviam doído antes. Era como se algo dentro de seu corpo estivesse explodindo de dentro para fora, mudando seus ossos de lugar e ele precisasse suportar aquelas alterações sem nenhum tipo de anestesia.

Sentia vontade de gritar, urrar de dor, mas não conseguia, algo o impedia e sua voz fazia-se muda naquele instante. Caído ao chão, seguira arrastando-se e contorcendo-se em agonia em direção a fonte, tinha de refrescar-se um pouco, ao menos se estivesse molhado, talvez sua dor se amenizasse, mesmo que não acreditasse nisso.

Quando finalmente conseguira se arrastar até a margem onde a água estava acumulada, ao olhar para dentro, para onde iria se refrescar, vira nas águas cristalinas o reflexo de uma criatura horrível, tal qual imagem poderia ser a do próprio demônio. Quase ao mesmo tempo, ouviu o que parecia ser um grunhido, ou uivo muito alto. Parecia um grito de dor ecoando pela imensidão da noite sem fim. Naquele instante tudo ficou escuro e o tempo parou.

♠♠♠

Quando acordara, os olhos trêmulos entreabriram-se, fechando em seguida por causa da iluminação. Quanto tempo estivera dormindo? Com um pouco de calma, logo conseguira abrir os olhos completamente. Quase não acreditara ao olhar à sua volta e ver tudo que o cercava. Estava em seu próprio quarto!

Mas quem o trouxera até ali? E aquela criatura?

Piscara algumas vezes, a cabeça doía e não se lembrava de nada. Nada ali fazia sentido. Era um jovem metódico, sistemático e organizado. Estava sempre no controle das coisas, das situações. Não era habituado a ser pego de surpresa diante de qualquer coisas. Seria algum tipo de trote? Quem faria aquilo?

Eram tantas perguntas ecoando sem respostas. Estava tão confuso quanto nunca antes estivera em sua vida. O que estava acontecendo com ele?

Sua boca estava seca, precisava beber alguma coisa, qualquer coisa.

Se levantara e percebera as pernas ainda bambas, sentira que ainda estava abalado pelos acontecimentos quais acreditava ter passado. Mesmo assim seguira até o banheiro, lavara o rosto e bebera um pouco de água da própria torneira da pia. Fitara o relógio de parede que marcava duas da manhã.

Não se lembrava de como havia voltado para casa, contudo, de qualquer forma, poderia ter tido um sonho. Abaixara a face para molhá-la novamente e ao se levantar, contemplara no reflexo do espelho acima da pia, uma criatura tão horrível quanto àquela que vira mais cedo na fonte do parque. Instintivamente se virara para trás, o coração em seu peito batendo tanto que parecia que ia explodir. Mas o monstro que lhe assombrava, fosse uma ameaça real ou não.

Arregalara os olhos surpreso, incapaz de acreditar no que via bem diante de si. Ali, em pé atrás dele, estava Vincent, seu pai.

—Precisamos conversar. Não foi um sonho, filho – dissera ele ao garoto.

Muitíssimo obrigado pela leitura, pela companhia e pelo carinho

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Muitíssimo obrigado pela leitura, pela companhia e pelo carinho.

Já votou no capítulo? Eu sei que é feio pedir, mas seu VOTO é muito importante. Se gostou, faça esse xamego para esse escritor. Isso é inspirador, me mostra o quanto está gostando e me inspira a escrever cada vez mais para vocês.

Gostaria de fazer parte de um grupo de leitoras dos meus livros no Whatsapp?

Me chame no privado que lhe envio o link. Seja bem-vinda a juntar-se com outras leitoras que, como você, apreciam o universo sobrenatural na literatura.

Lupinos: Amor & Lobos - Livro I: AlcateiaOnde histórias criam vida. Descubra agora