Destinos Mortais

3° capitulo

- Foi a muito tempo atrás, eu estava em Nova Orleans quando conheci o Victório. Ele era garçon num bar em que eu frequentava, em uma das noites ele pediu pra ficar comigo, eu estava com muita sede, fazia 3 semanas que eu evitava tomar sangue e bebia pra tentar aliviar a sede. Acabei aceitando sair com ele.
- E onde entra a morte de uma pessoa ?
- Deixa eu terminar por favor, não está sendo fácil pra mim dizer isso.
- E não está sendo fácil pra mim, ouvir isso.
- Okay, pretendo ocultar os detalhes.

Olhei para os lados e vi que não tinha outra escolha ao não ser falar a verdade, mesmo que isso custasse nosso relacionamento.

- Sai com ele por algumas noites e me alimentava, de forma sútil, claro, mas ele estava começando a achar que tínhamos algo a mais, então passou a tentar me controlar e querer mandar em mim. Numa noite eu fui a um bar pra pensar um pouco e tentar me livrar dele e acabei conhecendo outra pessoa.
- Você nunca se apaixou né ?
- Garanto a você que isso mudou.
- Espero que esse tempo que esteve comigo, tenha sido só comigo.
- Posso terminar ? Mas sim, só estive com você.

Nesse momento a culpa mais uma vez veio, Will, eu tinha traído ele bem no seu nariz e com o namorado da minha melhor amiga, será que eu sou mesmo o monstro que todos falam ?

- Fiquei com essa pessoa que eu conheci e o Victório viu. Eles brigaram e no meio da confusão eu acabei matando ele.
- Mas ... Como ? ... Ele ? Ele acabou de te ligar...
- Calma, eu sei. Mas quando eu matei o Victório me arrependi, então acabei dando meu sangue a ele, então ele virou um de mim e deseja vingança desde então. Eu o larguei em Nova Orleans sozinho, sem instrução do que fazer, apenas o deixei desacordado no chão. Eu sei, eu não tinha um coração naquela época e juro que mudei, eu realmente mudei. Tudo que passei até agora, minha irmã, você.. Você me fez mudar, eu nunca senti isso por ninguém. Eu .... Eu te amo.
- Não, você não ama. Você é incapaz de sentir qualquer coisa por alguém. Como você pode matar uma pessoa e depois de transforma-la num mostro Simplesmente abandonar como se não fosse nada ?

Ouvir ele dizer isso doeu mais que qualquer coisa, ele disse monstro, ele acha que eu sou um monstro.

- Calma, você está nervoso, por favor, não diz essas coisas, eu já me arrependi do que fiz.
- Você voltou pra ajuda-lo depois ?
- Não.
- Então não se arrependeu. Sinto muito, preciso sair pra pensar, vou da uma volta. Sozinho.

E ele saiu. Me deixando sozinha. Eu me levantei, me troquei e fui até o carro, peguei meu casaco e me dirigi a reserva florestal que tem perto da minha casa e fiquei caminhando até ouvir um barulho.

- Quem está ai ? Eu posso te ouvir respirar.

Ainda em silêncio fui andando em direção ao som da respiração.

- Quem está ai ?

Ouvi alguns passos se aproximar e continuei indo na mesma direção. Os passos já estavam bem próximos quando vi a silhueta masculina me encarando. Aquele olhar era inconfundível, ele se aproximou e veio em minha direção.

- O que você está fazendo aqui ? Como soube que eu estava aqui ?
- Não é difícil te achar. Apesar de você não deixar muitos rastros.
- Tentei ser o mais discreta possível, não quero chamar muita atenção aqui. Quero recomeçar.
- Recomeçar ? Recomeçar ... Como você consegue pensar em recomeçar depois do que você fez a sua irmã ?
- Pensei que você não queria mais me vê, se for pra falar disso, pode voltar de onde você veio, perdeu seu tempo aqui.
- Não existe remossos aí ?
- Claro que tenho, daria tudo pra traze-la de volta, Daniel, você sabe disso.
- Então vim no momento certo.

Não sei porque mais essa frase me deu um pouco de arrepio, o que ele quer dizer com isso ? E poque Daniel voltou logo agora ? Depois de todo essa tempo.

- Não entendi.
- Estive te observando durante todo esse tempo, esperando vê em você algum arrependimento. Vejo que você mudou.
- E o que isso quer dizer ?
- Que eu sei como trazer sua irmã de volta, mas você precisa estar disposta a querer.
- Claro que eu quero.
- Ótimo. Amanhã estarei aqui. Até Katharine, se cuida.
- Até Daniel.

Fiz meu caminho de volta pra casa pensando no que tinha acabado de acontecer, preciso achar Pierre e contar, isso se ele resolver voltar. Cheguei em casa e ele já estava deitado na cama, resolvi não incomodar com isso.

- Posso me deitar ao seu lado ? ~ perguntei ainda parada na porta.
- Claro, venha.

Ele abriu os braços e me chamou para dormir agarradinho com ele. Depois que me deitei, ele falou no meu ouvido.

- Eu também te amo. Só fiquei confuso, você não é um monstro. Dorme bem meu amor.
- Te amo, dorme bem também.

E adormeci ouvindo a respiração do homem que eu amava, sim, eu o amava com todas as minhas forças e agora estava disposta a fazer de tudo por ela e pela minha irmã.

......