VII - Meio Irmão de Caim

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"Inimigos caem quando os sermões proferidos
São levados por uma mão superior, Amém
Honrar os Mártires quando a Bíblia quebrada
Convoca o testamento, Amém"

Army of the Night - Powerwolf 

Era comum que nos fins de semana os bispos e sacerdotes se dedicassem às suas obrigações religiosas

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Era comum que nos fins de semana os bispos e sacerdotes se dedicassem às suas obrigações religiosas. O verão na Itália já começava a se despedir no finalzinho de Agosto e por isso Jericó usava um escapulário enrolado no pescoço para se proteger da queda de temperatura.

Miguel se encontrava ajoelhado perante o altar, prestando suas orações e pedindo a Deus por proteção, quando Jericó invadiu a capela interrompendo as orações do garoto.

— Perdoe-me atrapalhar você, Miguel, mas temos um problema.

O problema se tratava de uma mãe completamente desesperada que falou com Jericó mais cedo buscando ajuda espiritual. A mesma alegava que sua filha, uma garotinha de doze anos, estava tendo comportamentos muito estranhos, mas que no primeiro momento os pais da menina consideraram como mudanças hormonais da idade.

Porém, quando a garota apresentou uma voz diferente e seus dentes começaram a crescer, sabiam que tinha algo de errado. Buscaram ajuda médica, mas ninguém chegava a nenhuma conclusão, então resolveram buscar auxílio religioso.

— Por que atacar uma criança?! — perguntou Miguel enquanto os dois se preparavam para partir em direção a residência da menina. Não era comum Jericó trabalhar no dia de descanso, mas algo nesse caso o chamava atenção: a idade da vítima.

— É um demônio forte, quanto mais jovem a pessoa é, mais difícil é de possuí-la. Até porque, qual o pecado uma garota de doze anos pode ter cometido?

— Não fazer o dever de casa pode ser um?

Jericó parou de arrumar sua maleta e encarou Miguel com seriedade.

— Não brinque com essas coisas.

— Certo, me desculpe.

Os dois partiram em direção ao local, seria difícil fazer um exorcismo em um apartamento, principalmente considerando o fato de que faria bastante barulho, e seriam barulhos bem bizarros.

— Reze pela alma dessa menina e para que os vizinhos não chamem a polícia, Samuel.

O lugar estava calmo e a família da menina chorava baixinho abraçada sobre um sofá. Samuel distribuiu crucifixos para cada um deles e os orientou a rezar sem parar.

Jericó abriu a sua maleta com calma e tranquilidade, pegou uma vela e a acendeu sobre um armário perto da porta de entrada.

— Isso vai chamar bons espíritos e vai guiá-los de volta quando acabarmos. É um demônio forte, vamos precisar de mais algumas mãozinhas.

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