"Você foi bancada
Por todos caras que não eram seu pai
E todos esses papaizinhos nunca te deram
As coisas que você deveria ter tidoAs coisas não são sempre o que parecem
Quando você se apega a um sonho
Ele não está lá sempre pra te agradar (te agradar)
Mas ele é o cara que você quer pegar
E você sabe que deve ser recíproco
Felizmente, ele quer te pegar também"Kiss the Go-Goat - Ghost
Ayla não era muito fã de bares, tinha gente de todo tipo e isso era perigoso quando se buscava alguém para matar. Qualquer um ali podia ser um policial depois de um turno cansativo.
E Ayla gostava menos ainda do bar perto de sua casa, não só pelas pessoas que frequentavam ele, que na maioria dos casos eram homens infiéis, como também pelas paredes de um ciano horroroso. Sério, quem pinta uma parede de ciano? E também o fato dos quadros de cantores que ela não fazia ideia de quem eram deixarem o ambiente com uma falsa sensação de organização.
Mas, como não haveria festas universitárias tão cedo, o único jeito de aplacar a fome de seu diabinho de estimação era frequentar bares.
Por sorte, Ayla não teria que gastar seus neurônios escolhendo a vítima, já que Lúcifer a convenceu que deixasse ele escolher, portanto isso significava que o demônio teria cuidado com quem optaria.
Não demorou muito e ele apontou em direção ao balcão onde um garoto de cabelos ruivos se destacava no meio das luzes.
— Oie! E aí? — a garota disse aproximando-se do menino que bebia cerveja.
— Opa, tudo certo e tu?
— Podia estar melhor, vamos combinar que essa não é uma das melhores noites aqui, né? — ela comentou sentando-se ao lado dele e adotou uma postura receptiva. Desde que tocou os olhos no garoto, percebeu que ele estava lá porque algo ruim aconteceu, sua postura cabisbaixa denunciou isso e era esse detalhe que Ayla usaria como isca no seu anzol.
— Não venho muito aqui, hoje foi uma exceção... — ele soltou um sorriso forçado sem desgrudar os olhos do balcão.
Ayla também não, era a sua primeira noite lá.
— Vai dizer que tá afogando as mágoas numa latinha de cerveja?
— E qual seria problema disso?
— Hum, em vez de estar aí bebendo podia conversar comigo como um ser humano decente.
Ele finalmente a encarou com um sorriso linear nos lábios.
— Certo, moça misteriosa, qual é teu nome?
— Ayla, muito prazer — ela estendeu a mão.
— Tenho uma sobrinha que se chama Ayla. Eu sou o Eduardo, não me chame por Edu, por favor, e nem Dudu.
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Meu Diabo Particular
Mystery / ThrillerE se o próprio Lúcifer fosse seu anjo da guarda? Ayla, uma gaúcha que nunca saiu do próprio estado, viveu as primeiras décadas de sua vida sob o olhar protetor de seu exótico anjo da guarda: o próprio Diabo. Mas, com o surgimento de uma ameaça imine...