IX - Espetáculo do Deboche

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"Eu andei por essa terra de merda
Quando não era moldada
Eu criei meu império velho e sem graça
Eu fiz nascer um lindo jardim
Que virou capim
E se tornou um monte de mato
Eu criei os rios para fins
Que virou um valão
Um paraíso para os ratos
Os ratos
Os ratos"

Rei dos Ratos - Kamaitachi

A morte não era um medo para Ayla, então quando ela soube que o ônibus estava com problema nos freios, a garota nem esquentou a cabeça, apenas lamentou pelos solavancos das freadas ou pela velocidade baixa em que andavam

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A morte não era um medo para Ayla, então quando ela soube que o ônibus estava com problema nos freios, a garota nem esquentou a cabeça, apenas lamentou pelos solavancos das freadas ou pela velocidade baixa em que andavam.

Chegaram com alguns minutos de atraso, mas nada prejudicial. A aula seguiu normal como todas as outras, apenas pelo fato de que os turnos ficariam invertidos por alguns dias por motivos que a universidade não expôs e que Ayla concluiu que fosse por conta de alguns professores ausentes nos últimos dias.

Quando a aula acabou, ela e Lúcifer se dirigiram ao pátio da universidade e o sol quase partiu a cabeça da menina ao meio. O calor que se parava naquela tarde era quase sobre humano e chamava com um alto falante por uma tempestade

— Qual foi, cadê esse ônibus?

Ela observou um número considerável de carros particulares no pátio, possivelmente de pais buscando seus filhos e então ela finalmente soube através de outra universitária que o ônibus foi para o concerto dos freios e não voltaria a tempo.

— Se não tivesse tanta compaixão da sua mãe poderia viver em outra cidade, ter um carro próprio e usufruir de uma vida digna — Lúcifer comentou enquanto Ayla chamava por um carro de aplicativo.

— Usufruía de uma vida digna na qual depois eu me arrependeria por abandonar minha mãe. Vou ter tempo o suficiente pra aproveitar a vida quando ela deixar esse mundo, Luci, e enquanto isso não acontece eu vou ficar ao lado dela nem que precise ficar esperando por dez minutos consecutivos pela merda de um carro de aplicativo!

— Um dia vou livrá-la de Helena.

Ayla disparou um olhar duro na direção do demônio.

— Nem pense nisso.

— Querida, então peça para Helena te buscar, talvez ela faça o mínimo por você.

Ela não queria apelar para isso, mas depois repensou e viu como uma oportunidade das duas interagirem.

E foi isso que Ayla fez, ligou para a mãe e pediu para que ela a buscasse, explicou a situação e que nenhum motorista aceitou a corrida e então Helena disse que estava a caminho.

Lúcifer obviamente não permitiria que a garota ficasse no sol e muito menos com calor, Ayla nem questionou quando ele se posicionou frente ao sol, projetando uma sombra sobre a garota que só podia ser vista e sentida por ela.

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