16 | azul segurança

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Sinto segurança com eles, como um refúgio tranquilo em meio à vastidão do céu.

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Desde que se reencontraram, Taehyung não queria ficar longe de Jungkook, mas naquele dia, com toda a ansiedade que sentia no peito e a pressão na cabeça, ele queria que o irmão saísse logo de casa.

Jungkook iria jantar com alguns colegas e não sabia a que horas iria chegar. Taehyung iria aproveitar para se encontrar com Hoseok e, talvez, transar para aliviar aquele estresse. Como seu irmão ainda não sabia a que horas iria voltar, ele tinha um pouco mais de liberdade. Não precisava avisar a ele que iria sair de casa, poderia ir e voltar sem que ele percebesse ou perguntasse; por isso, passou o dia tão ansioso.

Jimin, ao contrário de todos os outros dias, não invadiu sua sala, fez perguntas bestas, admirou seus quadros ou o chamou para alguma festa aleatória. Quando precisava dele para desviar a atenção da sua mente, o homem simplesmente sumia. Em casa, enquanto Jungkook se arrumava, ele roía as unhas de ansiedade, esperando que o garoto fosse embora logo.

Já não estava mais aguentando aquela situação de merda.

Quando Jungkook saiu de casa, deixando claro que mandaria mensagem assim que soubesse a hora em que o encontro de amigos fosse acabar, Taehyung não esperou muito para entrar no carro e dirigir para o hotel. Tinha passado dias de tormento e ansiedade esperando pelo menos um deles entrar em contato, e agora que Hoseok tinha dado notícias, não queria perder tempo. Literalmente correu para os braços dele, pois a realidade do que estava acontecendo só iria cair assim que sentisse aquele abraço de urso que só eles sabiam dar.

Esperar dentro do elevador quase lhe deu claustrofobia, parecia que o ar estava saindo lentamente dos seus pulmões, e, caso a porta não abrisse logo, começaria a perder o ar. Era esse nível de ansiedade que Taehyung sentia só por imaginar viver sem aqueles homens. Ele precisava, necessitava deles.

Quando abriu a porta e viu Hoseok, foi como se todos os sentimentos conflitantes, todas as dúvidas, toda a ansiedade e todo o descontentamento que estava sentindo desde o último encontro tivessem sumido em um piscar de olhos. Como se nunca tivessem existido. Não sentir mais aquele aperto no peito, aquela sensação ruim no estômago e aquela pressão na cabeça deixava Taehyung leve demais, como se estivesse voando entre as nuvens secas de um dia ensolarado.

Hoseok parecia ter acabado de chegar ao hotel, ainda estava tirando a blusa azul, deixando apenas a calça de moletom e uma touca também azul. Ao perceber a nova presença no quarto, ele olhou para a porta e sorriu ladino, retirando a touca e deixando os cabelos bagunçados, cabelos esses que Taehyung percebeu estarem diferentes.

— Pintou? — perguntou, fechando a porta sem tirar os olhos do homem.

— Uhum. Tá bonito? — Passou as mãos, alinhando os fios novamente.

Taehyung se aproximou enquanto soltava a bolsa em qualquer lugar, encarando o cabelo castanho bem brilhoso. Desde quando se conheceram, Hoseok sempre manteve o preto, era a primeira vez que pintava, e ele estava bonito demais.

— Tá bonito — disse, parando bem perto dele, sem saber o que fazer.

Hoseok tinha mandado mensagem, mas aquilo não significava que não iria terminar as coisas. Poderia ter chamado apenas para dizer que não dava mais e que era melhor pararem de se encontrar, ou que Taehyung deveria escolher um dos dois porque não dava certo continuar daquele jeito. Havia muitos motivos para ele ter o chamado ali, e tirar conclusões precipitadas só iria fazer ele se frustrar ainda mais.

Encarou o corpo forte e bronzeado enquanto Hoseok se empenhava em remover todos os seus pertences. Ele parecia ter acabado de sair do estúdio, a pele brilhava, os músculos pareciam mais definidos pelo esforço recente, e ele parecia nervoso demais para tirar toda a roupa, como se estivesse agoniado pelo suor. Quando ele se virou para guardar a touca, Taehyung aproveitou para olhar as costas saradas. Haviam marcas de arranhões já sarados, eram apenas cicatrizes leves e claras. Eram suas. Aquele corpo era seu. Tudo nele era seu.

cores são sentimentos, tysOnde histórias criam vida. Descubra agora