9. Consumação

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Apolo: Tá com fome?

Anna: Não muita... o que tem aí pra comer?

Apolo: Macarrão ao molho de champignon (interrompido)

Anna: Quero! (risos)

Apolo: E pra beber, o que você quer?

Pra quem mora sozinho, ele parecia ter muita opção em casa, ou ele realmente preparou aquilo com antecedência...

Anna: Sei lá, traz o que tiver, que não seja alcoólico...

Ele trouxe o sushi e depois uma latinha de refrigerante de limão, disse que combinava com peixe, e eu tenho esse mesmo pensamento, achei interessante termos algo simples em comum... estávamos sentados ao balcão da cozinha, então ele começou a puxar assunto, sobre minha vida pessoal, e falar também sobre a dele, o clima ficou mais aconchegante e ele começou a finalmente se abrir um pouco mais.

Apolo: Quando te vi a primeira vez, te achei bonita, mas, o que me chamou atenção foi alguma energia que te envolve, é bem forte, você sabia disso?

Anna: Não...

Apolo: Tem, e eu te falei, sou sozinho, me importo muito com a energia da minha casa, por ser o meu ambiente de paz além de ser o meu ambiente de trabalho também. E quando te trouxe aqui tive certeza dessa sua energia... pela primeira vez, e isso me deixou surpreso, talvez um pouco inseguro, eu queria saber como chegar, mas ainda assim, não quero botar tudo a perder então... eu fiz algumas coisas pra tentar facilitar as coisas entre a gente...

Anna: Tipo um feitiço pra afastar concorrência... (ele me arregalou os olhos e começou a rir)

Apolo: Eu acho que te subestimei. Bom, não vem ao caso... sim, vou ser honesto... mas não fiz nada que fosse afetar sua energia, sabe, só mandinguinha mesmo pra até eu mesmo saber se podia confiar ou não... acabou o refri?

Anna: Acabou, mas eu também perdi a fome distraída com a conversa...

Apolo: Eu também. Quer outra coisa?

Anna: Não sei...

Ele trouxe um copo bonito com algo que parecia vinho, dei uma cheirada...

Apolo: É suco de uva natural...

Anna: Vai saber né, o trauma (risos)

Apolo: Lembra que eu te falei que não era inconsciente que eu te levaria pro meu quarto? (estendeu a mão pra mim em pé na minha frente)

Anna: Como que tu fala essas coisas assim? Tu vai me levar pro teu quarto? Com que intuito?

Apolo: (risos) Eu só quero te mostrar uma coisa...

Anna: Apolo...

Apolo: (risos) Que coisas assim que eu falo? (e foi me levando subindo as escadas)

O andar de baixo era todo branco e dourado, o de cima... era preto e vermelho, achei esquisito, mas era bonito, ele me mostrou onde gravava seus conteúdos e disse que nunca levou ninguém ali, absolutamente ninguém. Tinha de tudo ali, ervas de todo tipo, velas de toda cor, imagens, livros, itens com símbolos, ringlight grande, caldeirão, cartas de tarô, altares... depois me mostrou ao quarto de hospedes, onde ele disse que geralmente levava algumas pessoas, hospedes mesmo, de parcerias de trabalho ou ficantes pra noites breves, pois nunca dormiam lá, e por fim, o sagrado quarto dele, onde segundo ele, nunca ninguém além dele entrou, eu não acreditei... era um quarto comum, lindo mas não tinha nada de umbanda dentro a não ser a guia dele, tv, Playstation 5, na suíte, muito perfume, coisas de cabelo, corpo e cuidados com a pele, o que me chamou atenção... no guarda-roupa tinha muita roupa preta e vários sapatos, mas eu achei uma portinha escondida perto do guarda-roupa que foi o motivo de eu acreditar depois que ele realmente nunca tinha levado ninguém lá...

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