Quando as peças começam a se encaixar

154 14 52
                                    


Palácio de Venetti, Lastra, 20 de fevereiro de 2023, 13h00.

13 dias para o casamento.

~Alex's Pov:

Tudo continua muito estranho ao meu redor. Há um toque de mistério pairando no ar, e eu definitivamente não sei o que está acontecendo exatamente. Faltam menos de duas semanas pro meu casamento, e ainda não me sinto totalmente seguro quanto aos enclaves e teias políticas que foram traçados até aqui. Faz dois dias desde que Constantino, um dos atiradores que o marechal levemente torturou até falar quem foi o mandante do meu atentado, foi encontrado morto à facadas. Ninguém sabe o autor do crime, muito menos a motivação. Na verdade, a motivação é óbvia: silenciar os atiradores.

Além disso, há outros dois mistérios: por onde andam os Colombo e, o que mais me intrigou agora: O que o Plínio está aprontando?

Na Corte de São Pedro, não dá pra ter um único dia de paz. Não pela agitação de agenda, e sim pelos casos estranhos e intrigas palacianas que sempre aparecem, e sobram para mim. A corda ama arrebentar pro meu lado, não sei porquê.

Conversando com Lívia ontem, descobri a estranha articulação de Plínio para acumular poder, e estou realmente intrigado. Desde então, venho observando suas atitudes e seu modo de trabalhar. O Conselheiro Real é avô da minha noiva, e logo, seu pai. É um cargo hereditário dos Gaspar, desde 1320, quando a Guerra das Quatro Ilhas estourou. Os Gaspar conseguiram levar Lastra à vitória, derrotando Bellini, Gianni e Mancini, que fazem parte das 12 ilhas dominadas por Lastra desde então. São 703 anos com essa função, então não posso questionar. Agora... o fato de Plínio ser chefe do Conselho de Estado e, pela última que descobri, ser também o chefe da organização da Casa de Ferrari, é algo que ultrapassa todos os pontos estabelecidos de poder. Depois de mim, ele é o segundo homem mais poderoso do arquipélago todo. E agora está AINDA MAIS influente com o simples fato de ter sua filha mais velha noiva do futuro rei.

Retorno ao meu questionamento inicial, com medo do que pode acontecer daqui pra frente:

O que Plínio está aprontando?

E se não é nocivo a mim, pelo menos...

Pra quê tudo isso?

Confesso que ele foi genial nessa jogada de poder, mas se o poder dele tirar o meu, teremos problemas. Vários problemas.

E é por isso que decidi me reunir com ele e com o atual conselheiro, seu pai, para esclarecer essa história. Eles sabem de algo, e insistem em me esconder como se eu fosse um bebê que nada entende.

Na sala de reuniões com o soberano, eu me sento na poltrona, olhando o relógio de pulso e esperando dar a hora. 13h00 em ponto, abre-se a porta da sala.

- O Duque de Sartori e o Grão-duque de Bernese chegaram, alteza.

- Ótimo – toquei a campainha na mesinha.

Vejo a figura do oficial do palácio e logo depois o mordomo.

- Sua graça, o Conselheiro Real, Duque de Sartori, e Sua Graça, o Grão-duque de Bernese.

Ambos fazem reverência e eu me levanto, cumprimentando ambos com um aperto de mão. Faço sinal para que sentem nas poltronas à minha frente, e encaro os dois por um breve momento. O Gaspar mais novo pigarreia e dá um sorriso nervoso antes de quebrar mais uma vez o silêncio.

- É... é bem raro que estejamos fazendo uma reunião desse porte com o príncipe herdeiro. Não é exatamente o protocolo.

- Com tantos acontecimentos estranhos nos dias que se passaram, não acho que devo seguir um protocolo. Há vários mistérios no ar ultimamente, e estou curioso para desvendar cada um.

O Grande Plano 🤵🏼👰🏼♀️Onde histórias criam vida. Descubra agora